Shell Girl

Capítulo 19 - Sinais.

"Ai a pessoa pergunta o que aconteceu, e seus olhos enchem de lágrimas."

"Eu gosto de você mas com ou sem você a vida continua."

Karina.

– Estou cansado desse cara.– Rafael afirma amassando o papel nas mãos. – Ele nunca mais vai colocar a mão em você e sabe porque? – Me encara, seus olhos estão em um tom escuro.– Porque vou arrancar elas antes disso.– Conclui zangado.
– Vamos voltar pra casa assim que amanhecer, não precisa se preocupar com isso agora.– Tento acalmá-lo.
– Só vou ter paz quando esse homem deixar de existir.– Diz.
Eu durmo o resto da noite mas Rafael não, ele passa as poucas horas que temos antes de amanhecer sentado na ponta da cama, pensativo.
Vejo quando ele pega o celular e sai do quarto.

Rafael.

Tinha que tirar ele do nosso pé e precisava de alguém da minha confiança para ficar se olho nele, como era madrugadaa pessoa que eu precisava estava em uma das minhas boates a administrando.
– Olá docinho.– Diz ao atender.
– Scarlett, preciso que vá na minha casa amanhã.– Digo.
– Aconteceu algo? – Indaga.
– Tenho um trabalho extra pra você.– Afirmo.
– Entendi, mas quero meu pagamento em sexo.– Sussurra.
– Desculpe mas não vai acontecer, não sou mais um homem livre.– Argumento.
– E dai? Os comprometidos sempre são mais tentadores, amanhã conversamos docinho.– Conclui.
Volto para o quarto, Karina ainda dormia, tudo que eu faria a partir de agora seria para o bem dela.
Maos que isso, Scarlett e eu nos comunicariamos com freqüência, espero que ela confie em mim e que entenda que agora eu estou levando ela a sério.
De manhã enquanto tomamos café ela está em silêncio.
– Está tudo bem? – Pergunto.
– Sim, só com um pouco de dor de cabeça mas vai passar.– Afirma.
Na volta para casa eu percebo que algo estava errado, mas o quê?

Karina.

– Confie nele! Confie nele! Confie nele! – É o que digo a mim mesma mas o passado dele não ajuda e aquela ligação menos ainda.
Entro no meu quarto e sinceramente achei que não voltaria tão cedo.
– Vai dormir aqui? – Ele pergunta aparecendo na porta.
– Onde mais eu dormiria? – Indago.
– Não sei, talvez no meu quarto.– Afirma e eu teria ido se aquela ligação não tivesse acontecido.
– Na verdade estou bem cansada da viagem de volta e prefiro dormir aqui.– Digo.
– Sério? – Ele estava incrédulo.
– Sim, sério – Repito.
– Certo.– Ele fecha a cara e sai dali, eu tomo um banho e me deito, acabo dormindo enquanto lia um livro da faculdade, ou melhor, tentava ler um porque minha cabeça estava nele.
(...)
De manhã levanto cedo para tomar café e ir para a aula, Eliot está na sala.
– Vou comer alguma coisa e podemos ir.– Afirmo e ele concorda, assim que pego uma fruta saímos, assisto as quatro primeiras aulas e penso em ficar na faculdade para as aulas da tarde mas percebo que esqueci a minha pasta com alguns trabalhos então volto no almoço e aproveitaria para comer, ao chegar em casa percebo que Laisa, uma das empregadas gaguejava.
– Eu..eu..vou preparar algo..– Diz se referindo a comida.
– Ok.– Respondo subindo as escadas para ir ao meu quarto.
– Porque não come primeiro antes de subir, senhora? – Pergunta entrando na minha frente, desvio dela e subo escutando vozes no escritório do Rafael, vou até lá e vejo uma mulher de cabelos vermelhos sentada em sua mesa e ele em pé de frente para ela, eles dão sorrisos enquanto conversam.