Capítulo 1 - Start

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Aquele barulho alto do trânsito inacabável de Tokyo incomodava a música pop que tocava nos fones de ouvido de Natsu, a jovem japonesa que esperava de forma impaciente diante a uma loja de marca do centro da cidade, olhava de um lado para o outro procurando seu carro. Quando se cansa, adentra novamente o prédio da loja e pede para ir ao banheiro do lugar. Guiada por uma das funcionárias ela fecha a porta do local, caminha em passos firmes até a pia, criando um som repetido e suave com seus saltos pelo assoalho de mármore que havia ali. Em seguida se debruça diante do mármore da pia, olhando para si mesma pelo reflexo do espelho enorme do local, logo soltando um suspiro cansado. Seus olhos estavam em si mesma quando desviava a atenção para o celular esperando uma resposta do motorista de seu pai que até agora não havia aparecido. No entanto, enquanto xingava o funcionário mentalmente pela demora, as luzes do local começaram a piscar de forma repetida até que acontecesse o apagão.

Assustada pelo ocorrido, Natsu segura com firmeza sua sacola saindo em passos rápidos do banheiro. Voltando à área central da loja ela não vê ninguém, nem dentro da loja e nem fora, não escuta o barulho dos carros ou de qualquer outro veículo. Com medo, larga as sacolas no chão pegando seu celular em desespero, tentando ligar para seu pai ou seu irmão, porém, sem sinal.

- Que merda! -Exclamou de forma injuriada.

Natsu não sabia o que estava acontecendo, por isso saiu da loja esquecendo-se de suas compras, a morena andava pelo asfalto quente pelo sol, olhando para todos os lados na esperança de que encontrasse alguém. Porém, nada.

Natsu andou mais de 10 quilômetros a pé até o complexo de apartamentos que ela morava. Estava exausta, era assim que ela se encontrava até o pôr do sol daquele dia.

- Ah?! Que?! Porra! -Gritou aos quatro ventos igual a uma criança mimada assim que percebeu que o elevador não funcionava pela falta de energia.

Esbravejou por menos de 30 segundos, até se encher de raiva e abrir as escadas do prédio. Natsu subiu de forma determinada até a cobertura do prédio de 15 andares. Quando finalmente chegou, ela soltou um suspiro tão longo e exausto que entrou em casa igual a um bêbado.

Iludida com a ideia de poder descansar dentro de uma banheira com água quente, foi feliz ao seu banheiro, se despiu enquanto a água enchia a banheira. Assim que a garota viu que estava fria deu um pulo, para ela era inacreditável que nem mesmo a rede de gás que servia para alimentar o chuveiro havia sido cortada. Ainda assim, em sua cabeça aquilo era provação divina ou algum tipo de teste, por isso se banhou na água fria e quando escureceu acendeu a lanterna de seu celular arrumando uma mochila com comida e roupas. Apesar de não saber o que estava acontecendo, Natsu imaginava que precisava no mínimo achar um abrigo.

Não tardou até que ela abandonasse seu apartamento junto de sua mochila e celular que enquanto descia as escadas se apagou. A morena batia na tela com suas unhas de fibra de vidro, até ver que havia dado pau de vez e jogar ele escada abaixo. Porém, após o alto barulho do aparelho, tudo ficou em silêncio e pelo medo do que poderia estar se escondendo no escuro e nos andares que passava ela saiu correndo o mais rápido possível dali sem olhar para trás com seu coração a mil.

Respirando de forma ofegante pela boca, passando novamente pelo centro de Tokyo, silencioso e até então vazio, um dos vários e enormes outdoor se acendeu e uma voz feminina começou a falar:

- Atenção: O jogo começa em 15 minutos. Por favor, jogadores se dirijam até a arena de jogos.

Olhando a mensagem e não muito longe uma forte luz vermelha, Natsu se viu na esperança de finalmente achar alguém para lhe explicar o que está acontecendo. Por esse motivo ela correu até o local anunciado.

Cartas | Niragi SuguruOnde histórias criam vida. Descubra agora