Capítulo 1 - Silence.

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— Onde ele está? — a voz severa de Alicent ecoa por todo o quarto fazendo com que os dois irmãos a encarem

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— Onde ele está? — a voz severa de Alicent ecoa por todo o quarto fazendo com que os dois irmãos a encarem.

Aemond já viu aquilo antes. A rainha estava procurando por Aegon. Aemond olha para Daeron. O garotinho ainda sem uma classe estava sentado em seu colo, os olhos vermelhos, as bolsas escuras em suas pálpebras e a expressão de medo da criança mostravam o quanto ele estava sofrendo.

Aemond queria acabar com aquilo. Acabar com o vício de Aegon, com as crises de Helaena e com os pesadelos de Daeron. Ele queria acabar com a pressão que era imposta sobre ele.

Aquele poderia ser o dia. Mas ele teria que esperar e agir como se estivesse tudo bem, como se ele e seus irmãos não estivessem se afundando a cada dia, como se sua mãe e avô não fossem monstros.

— Está dormindo — é o que o alfa responde.

— Tire seu irmão do colo — a omega ordena e da as costas para os dois.

Quando a porta do quarto se fecha Daeron se prepara para sair do colo de Aemond, mas o mais velho o segura no lugar.

— Está tudo bem — Aemond o tranquiliza.

— Mamãe vai machucar o Aegon — o mais novo lamenta escondendo seu rostinho no peito de seu irmão.

Daeron tinha 8 anos, mas a falta de afeto e atenção de seus pais o tornaram uma criança carente e assustada. Seus irmãos tentavam cuidar dele como podiam, mas ambos estavam em pior estado que o mais novo.

— Vamos encontrá-lo depois — o alfa promete afagando os cabelos platinados do menor.

Ele queria ir até seu irmão agora, gritar com sua mãe e arrancar com sua espada as cabeças de todos aqueles que os atormentavam a mando de Alicent e de Otto.

Mas ele não podia. Não sem prejudicar Helaena e Daeron também. Aegon não aceitaria ser poupado no lugar dos mais novos e Aemond sabia.

Só lhe restava esperar.

Esperar que Daeron dormisse para que ele pudesse deixá-lo com Helaena em segurança.

Esperar que a punição de Aegon por dormir com um guarda alfa acabasse pra que ele pudesse limpar as feridas.

Esperar que Rhaenyra chegasse o mais rápido possível e e seu plano entrasse em ação antes que a guerra que seu avô estava planejando acontecesse.

Esperar para ver seu sobrinho, a ruína de sua vida e foco de seus bons sonhos.

— Levante-se — ela mandou — Aegon — gritou — levante-se! — ela puxou as cobertas com força e fez o corpo do omega se encolher

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— Levante-se — ela mandou — Aegon — gritou — levante-se! — ela puxou as cobertas com força e fez o corpo do omega se encolher.

— M-Mãe? — ele gagueja ao acordar. Aegon senta na cama e encolhe os joelhos na frente do peito.

Alicent carregava uma expressão de ódio em seu rosto. Atrás dela Sor Criston o encarava com um pequeno sorriso de escárnio.

O omega sente seu corpo tremer, estava vestido seu pijama mas se sentia nu da forma mais degradante possível na presença do alfa.

— É só isso que você vai dizer — a omega pergunta.

— Eu não sei o que devo dizer — o mais novo responde.

— Porque não me explica o motivo de um dos guardas sair de seu quarto sem armadura pela manhã — ela pede cruzando seus braços — você tem ideia das consequências dos seus atos? — indaga, mas não dá tempo do omega lhe responder — se você engravidar nossa família vai ser destruída. Pense na vergonha que você nos causará. Na vergonha que você me causará — ela grita o fazendo apertar os braços em seus pernas.

— Me desculpe — ele pede. Só queria sentir alguma coisa. Qualquer coisa.

A verdade era que Aegon estava lutando em uma guerra sem armas, uma guerra interna para sentir algum tipo de conforto.

Ele se escondia atrás da fachada imposta apara ele assim como seus irmãos. Eles não esperavam pelo amor da mãe, os gritos dela ao longo dos anos os fizeram apreciar o silêncio da solidão.

Nem um deles a amava e o "amor" que ela alegava sentir por eles os machucava a cada dia.

— Como você pode agir dessa maneira em um dia como hoje? — a mulher que deveria ser sua mãe pergunta.

— Hoje... — o mais novo não consegue completar sua dúvida.

A mão ainda com a armadura de Criston se choca contra seu rosto e seu corpo cai para o lado na cama.

— Você não é meu filho — Alicent sussurra e da as costas para ele., deixando o cheiro azedo.

Ele sabia que era um fardo, mas as palavras violentas da mãe reafirmando suas certezas o feriam tanto quanto as agressões.

— Eu não pedi por isso — Aegon levanta e fica de frente para ela — eu fiz tudo que a senhora me ordenou e eu tento... tento... mas nunca serei o suficiente — as lágrimas que caiam faziam seu rosto arder onde ele havia sido golpeado.

— Nisso você tem razão — ela diz por fim e se volta para o cavaleiro — cinco nas costas terão que servir — fala — ele não pode parecer encurvado durante o julgamento. Mande que o banhem depois ele cheira a alfa pobre e depois leve Aemond para treinar. Ele tem que estar pronto — então a omega deixa o quarto.

Aegon engole em seco. Ele sabia o que estava por vir. Para ele eram as chicotadas nas costas. Pra Helaena eram os gritos de Alicent até que a omega implorasse por misericórdia. Para Aemond eram as seções de correção de Otto e para Daeron as palmadas.

Ele sabia que o castigo viria, sempre vinha.

Ao menos ele consegue lembrar do sonho bom que estava tendo. O primeiro em meses. Seu lindo sobrinho estava com ele e ambos estavam felizes.

Jacaerys não saia de seus pensamentos desde que a notícia da provável visita de Rhaenyra começou a ecoar pela corte.

Mesmo longe ele conseguia ser uma figura de paz no meio da violência que eram os dias do omega.

Jace era a única coisa boa no maio dos sete infernos. E Aegon conhecia todos eles.


 E Aegon conhecia todos eles

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