Cheiro de Amor

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O dia estava lindo, pego Vale no colo e sigo para o jardim. Vamos para o nosso lugar favorito, o gramado. Sento com a bebê, e brincamos livremente.

Com os pés descalços, relembro que até algum tempo atrás possui-a resistência em ficar na grama. Sorrio ao pensar em como mudei, e sinto uma felicidade muito grande em poder aproveitar deliberadamente a vida.

De repente, sobressalto com o toque do celular. Pego, e sorrio automaticamente quando leio o nome da Mariana.

Fazia um mês que havia se mudado para Tijuana, entretanto, mesmo com a distância nos mantemos conectadas e conversamos diariamente, seja por mensagens ou ligações.

Atendo a chamada, Mariana e Regis aparecem na tela. A morena estava dentro do carro com a nossa filha na cadeirinha no banco de trás.

- Olá - Um sorriso aparece em seu rosto.

- Olá, meus amores - Busco por Vale. - Olha meu amor, a mamãe e a Regis.

- Vale - Mariana a chama. -, olá. - O sorriso cresce ainda mais.

- "Oo" - Vale balbucia.

- Meu amor - Os olhos da morena brilham.

- Tudo bem, mi amor? Como está sendo o sábado de vocês? - Questiono.

- Maravilhoso, trouxe Regis para conhecer o museu. Agora estamos indo para a casa - Mari olha para a bebê e diz: - Ana, veja o que ela aprendeu, Regis mostre os dentinhos para a mamãe.

Assim a bebê o faz, deixa os dentinhos a mostra em um sorriso lindo.

- Ah, hermosita.

- E vocês, o que estão aprontando?

- Estamos brincando no jardim, e temos uma novidade também.

- Qual? - Pergunta curiosa.

- Vale deu os primeiros passinhos - Faço um carinho no rosto da bebê.

- Não, sério? Não acredito que perdi isso.

- Foi incrível, Mari. - Digo animada - Ela levantou-se sozinha e buscou o brinquedo que estava próximo. Foi breve, depois tentei estimula- a caminhar mais, porém ela se recusou.

Mariana gargalha.

- Ana, esse processo acontece gradativamente - Concordo com a cabeça. - Tenho certeza que logo ela irá estar correndo pela casa.

- É oficial, nossas bebês estão crescendo. - Digo sentindo muitas saudades da pequena.

- Falando em crescendo, Rodrigo e Cecí estão aonde?

- No clube, Juan Carlos e Fernanda organizaram uma despedida para a Cecí.

- Por que não foi?

- Estava meio indisposta...

- Indisposta? - Não deveria tê-la ensinado a ler as pessoas.

- A partida de Cecí têm me deixado emotiva... prefiro ficar com ela o restante da noite.

Ela concorda com um acenar de cabeça, e diz:

- Como a Cecí está? - Pergunta.

- Você a conhece, ela está animadíssiiima, não a hora de curtir a liberdade.

- E você, como está?

- Sinto um misto de emoções - Suspiro -, como te falei, estou emotiva, não estou preparada para ver a minha garotinha ir embora.

- Oh, mi amor, que horas será o voo?

- Sairá às dez da noite, Juan Carlos a levará ao aeroporto - Respondo me sentindo totalmente ansiosa.

- Ana, queria estar com você.

- Eu sei - Passo a mão pela tela do aparelho, sentindo o mesmo. - Diga-me, como foi a visita na escola da Regis?

- Fantástico, é tudo que procurávamos.

- É mesmo?

- Sim, eles possuem uma ótima proposta pedagógica.

- Quando ela inicia?

- Na segunda-feira, eu à levarei, e o Pablo deverá buscá-la.

- Que bom que tudo está se alinhando.

Ficamos em silêncio por um instante, apenas trocando olhares.

- Estou com saudades - Mariana declara. - Regis também, não é minha hermosa. - Fala para a bebê.

- Também estamos com saudades, não é mesmo Vale? - Incluo nossa filha.

- Logo nos veremos. - A morena fala - Preciso ir, não quero chegar muito tarde em casa.

- Ok, cuidem-se.

- Beijos Vale, beijos mi amor, te amo.

- Nós também! - Estalo beijos para elas. - Tchau!

E, assim finalizamos a chamada.

Suspiro fortemente, sentindo à emoção tomar contar de mim.

Como soubesse dos meus sentindos, Valentina levanta e dá alguns passinhos até mim.

- Meu amor - Aperto à em meus braços -, hora de entrarmos, bebê.

Subo as escadas, indo direto para o quarto de Vale. Pego seus objetos de higiene, e dou um banho nela.

Enquanto a seco e coloco o pijama, percebo que o cansaço havia chegado.

Sento na poltrona com ela em meus braços, e faço carinho em sua face. Valentina estava sonolenta, e não demora muito para que adormeça. A seguro firmemente mais um pouco em meu colo, então para que fique mais confortável à coloco no berço e parada próximo, fico velando o seu sono.

Sorrio com a serenidade de minha filha, e mais uma vez me sinto grata por estar vivendo. Mas logo, saio de minha introspecção ao sentir braços passarem pela a minha cintura.

Sinto o perfume que exala do corpo atrás do meu, eu reconheceria aquele cheiro em qualquer ambiente. Sorrio. Ao virar-me encontro pares de olhos castanhos fitando os meus.

- Mariana??

- Eu disse que não queria chegar tarde em casa. - O sorriso em seu rosto transbordava a felicidade que estava sentindo.

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NOTAS: Os primeiros capítulos da fic se passará durante os três meses que elas ficaram separadas.

E aí, digam o que estão achando?

**alterações**

Que Pase y Ya - Maryana 🔐Onde histórias criam vida. Descubra agora