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16 - Venice Thahan

Dedicado a @harumihatae  e @XiaoRaio 

Jung estava em seu canto pensando que ser tio era bem divertido. Saber a distância que o menino pode chegar de algum estranho é praticamente como saber cuidar das distâncias dos carros na via. E ainda podia ir para as baladas com Kim e Macau. Os meninos nunca lembram que ele tem cinquenta e um anos. Convidam para as boates. As boates gays são as mais legais. Tem homens e mulheres e eles parecem mais felizes. Em Phuket ele não ia a esses lugares com frequência porque Somchai era proibido de dar bandeira, mas algumas vezes foi com o Kraisse jovem, antes dele adoecer. Era legal. Agora ele dirige menos porque leva Kim e Macau para a empresa e volta para levar Bebê Kraisse para a fonoaudióloga.

Quando volta ficam nos jardins. Ele gosta de descobrir os planos dos seguranças. Eles burlam tráfego, mas têm que procurar fugas seguras. Já descobriu cada coisa legal. E obedece as mudanças de rota quando os guarda-costas percebem algo estranho. Mas ele também sabe ver algo estranho. Aprendeu usar os carros de disfarces da família, conhece as garagens de segurança e até sabe onde alugar veículos bons para se disfarçar.

Ele fez questão de aprender para proteger os seus três meninos. Os dois sobrinhos e o menino Kraisse.

Agora mesmo está sendo o segurança do Bebê. E está preocupado, mesmo que esteja com os olhos fixos no celular. Ele está tendo algumas desconfianças e já falou com seu novo irmão.

Venice estava brincando no jardim da frente quando o carro parou e o homem começou fotografar a criança. Jung estava ali olhando porque estava desconfiado há dias. Não confia nessa paz aparente. Em sua cabeça simples há uma certeza. O menino Somchai tem que contar que está vivo para ela se sentir acuada. Na cabecinha dele e talvez estivesse certo, a megera poderia criar caso usando alguma chantagem já que oficialmente Somchai não exista, mesmo que ele, Jung, o veja...

Ele agora é motorista do menino e os dois têm até dois guarda-costas. Khun Khorn explicou para ele que agora ele é parente deles e por isso precisa de segurança. Assim como Somchai agora é filho de khun Mang, ele é irmão de khun Khorn. Gosta de ser família deles, mas pediu para continuar ativo. Eles permitiram, mas o observam.

Eles não sabem, mas ele percebe que cuidam dele e o amam. Ele não consegue dizer, mas consegue sentir. Assim como sente a proximidade do mal.

Sua atenção ainda presa no que vê no portão, faz ele reagir com o teimoso usando por freio a sua gula, assim, chamou o menino com seu melhor breque.

- Bebê, vamos tomar sorvete?

O menino puxou os brinquedos e jogou no cesto. Automático, como esperado. Jung riu.

- Antes do almoço, tio Jung? - Venice quer ter certeza, mas sabe que o tio não mente. Não para ele.

- Sim. Antes do almoço, Bebê Kraisse. Vamos?

O menino ergueu-se, puxando o cesto de brinquedos e dividindo o peso com o tio divertido.

Entraram na casa e Jung gritou para a copa.

- Coloca sorvete para o Bebê e leva para mim e para khun Khorn. E não deixem nosso menino sair de novo.

Ouviu o riso. Desde que chegou na casa ganhou a amizade do pessoal da cozinha e eles brincam que lá ele é quem manda. Mas hoje ele não respondeu. Os guarda-costas perceberam a diferença e se moveram para a porta. Para eles Jung, alem de um dos patrões, tem uma vantagem tática: conhece detalhes. Eles só precisam verificar sua posição anterior e verificar as câmeras.