Minha cabeça dói, meus olhos ardem e meu corpo parece estar em chamas - tirando o fato óbvio de meu corpo estar LITERALMENTE pegando fogo quando segurei a mãe de Sumire - eu me sentia tonta e levemente enjoada, então fechei meus olhos bruscamente com certa força, e quando senti que cairia tentei apoiar minha mão em algum lugar, começando a estranhar por sentir uma parede atrás de mim e minha mão estar agarrada ao - provavelmente - braço de alguém. Assim que a tontura diminuiu, abri meus olhos, e meu primeiro impulso seria gritar se eu não estivesse surpresa de mais com o que eu enxergava no momento.
— Boruto... Mano, 'cê 'tá bem? — os olhos de Kawaki me olhavam minuciosamente - ele falou Boruto? -.
— Onde eu estou? — a voz grave que saiu por meus lábios me fez arregalar os olhos, me pus de pé, equilibrada agora, e levei minha mão até a garganta onde eu senti algo diferente no meu corpo: NÃO ERA A DROGA DO MEU CORPO.
— Boruto? — ouvi minha sogra virar para mim e arregalar os olhos pérola no mesmo instante — SARADA — ela exclamou e afastou Kawaki de mim, puxando uma cadeira na enorme sala em que "eu" me encontrava, todos os adultos viraram suas cabeças para mim e meu pai veio como um raio olhando diretamente em "meus" olhos.
— Filha... — ele murmurou e sorriu, um sorriso genuíno que eu não via há tempos.
— Daisuke, venha aqui — tia Karin chamou também se aproximando de "mim", um burburinho começou na sala, gente entrando e saindo do local, o burburinho se tornou rapidamente uma árdua discussão.
Meu irmão chegou perto de mim ativando seu selo na testa, que se espalhou por seu corpo, meu pai se afastou apenas observando as Uzumaki e o filho mais velho próximos de "mim". Daisuke tocou a mão no "meu" pescoço, precisamente onde está a marca de ligação, enquanto a ruiva passava aura para as mãos e distribuía pelo "meu" corpo, senti as marcas pretas começarem a passar do corpo do Uchiha para o de Boruto e a morena se abaixar pegando "minha" mão atraindo a minha atenção.
— Sarada me escute, não diga a ninguém o que está acontecendo — assenti com a cabeça, meu irmão puxou a mão de meu pai e seus olhos negros mudaram — Sarada, foque apenas em mim e na minha voz, em quantos eles estão?
— Estamos só eu e a Sumire — falei e senti "meu" corpo doer, minha visão começava a embaçar e minha cabeça voltava a doer — E minha mãe, ficou na cabana, eu sei onde é, ela está viva e bem — falei rapidamente, sabia que não tinha muito tempo, não consegui ver a reação das pessoas ao dizer que minha mãe estava viva — A gente precisa de mais tempo — a dor começava a ser insuportável, parecia que a alma do meu namorado batalhava para assumir o controle de volta.
— A gente quem? O Boruto está aí? Mais tempo 'pra quê? — as perguntas eram aceleradas e a voz da tia Hina parecia cada vez mais distante.
— Ela não quer machucar ninguém!
Foi a última coisa que eu lembro de ter dito antes de acordar novamente, meu pescoço parecia pegar fogo, me sentia enjoada e esse movimento de cavalgada me deixava tonta, abri um dos olhos, vendo que parte do meu rosto estava repousando nas costas de alguém, olhei em volta e estava em cima do Nue, meu rosto estava apoiado nas costas de Sumire, suspirei percebendo que não tinha forças para me arrumar corretamente.
— Acordou? É você mesma de novo? — a voz dela era baixa e suave, estávamos no que parecia uma caverna, mas não me atentei aos detalhes, me sentia muito cansada.
— Conseguimos, Sumire? — foi tudo o que eu consegui proferir.
— Sim, seu namoradinho estava aqui... Ele estava confuso e levemente desesperado. Acho que entendi o feitiço, a marca conecta, entrelaça, une, qual palavra você preferir... Enfim, junta duas pessoas, junta a alma de duas pessoas, a poção torna a ligação tão profunda que as pessoas podem trocar de corpo, existem almas tão ligadas que podem fazer isso sem precisar de poções... Foi o que eu ouvi dizer, mas no seu caso, acho que o Boruto ingeriu uma poção desse tipo para a sua família saber onde você está. O que significa que logo estarão aqui... Eu não sei se usar magia novamente faria vocês trocarem de corpo de novo, então não posso arriscar, mas preciso te curar, o que vamos fazer talvez exija de você...
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Flores Vermelhas
FanfictionAh, o diário... Aquele MALDITO diário, tantos segredos escritos por Sarada Uchiha desde "O Incidente" como chamam. Como uma criança anormal pode ir a um psicólogo? O profissional da saúde mental provavelmente a internaria alegando loucura... Afina...