XIII - Jogo De Sobrevivência

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𝕶𝖆𝖜𝖆𝖐𝖎 𝖀𝖟𝖚𝖒𝖆𝖐𝖎

— Filho... Espera! — minha mãe seguia atrás de mim, mas eu não queria ouvi-la, não agora.

Como ela pode?

Me enganou, enganou a todos! E ainda fez mal a uma pessoa que eu considero como irmã. Ela mentiu para mim esse tempo todo, e a troco de que?

— Kawaki Uzumaki! Me escute! — o agarre da mão suave me fez sentir um leve temor ao escutar o tom que sua voz estava, ergui meu rosto para ela que arregalou brevemente os olhos me puxando para um abraço - isso nos meus olhos são lágrimas? — Eu sinto muito, meu filho.

— Eu achava que conhecia ela... — a essa altura não conseguia mais prender os soluços — Ela mostrava 'pra mim um lado que ninguém via... Ela me enganou... Esse tempo todo.

— Ela enganou a todos — ela fez carinho em meus cabelos, coloquei meu rosto contra o pescoço dela deixando a tristeza me tomar e as lágrimas descerem livremente — Você pode ficar triste... Deixe suas emoções fluírem... Não posso prometer que vai ficar tudo bem, mas eu espero que fique, sempre estarei aqui 'pra te ajudar.

— Obrigado, kaa-chan.

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𝕾𝖚𝖒𝖎𝖗𝖊 K̶a̶k̶e̶i̶ 𝕾𝖍𝖎𝖒𝖚𝖗𝖆

Andar pelos imensos corredores desse castelo me faz ter vontade de vomitar - e espirrar também... Seres mágicos também têm rinite, isso não faz o menor sentido -. Suspiro finalmente terminar de subir as escadas intermináveis daquele castelo velho, ao chegar no telhado avisto meu querido bichinho tranquilo e dormindo como se estivéssemos em um lindo dia de sol.

— Nue... Hora da refeição bebê! — disse sorrindo.

Uma fumaça roxa tomou conta dele e sua forma de dragão sumiu, agora parecia o animal não identificado que sempre foi, uma quimera. Peguei o balde com carne de unicórnios e comecei a alimentar o animal que se divertia comendo, ao olhar seu rabo abanando senti um peso dentro de mim e suspirei.

Passaram duas semanas desde o sequestro da princesinha, a essa altura eles já devem desconfiar do meu envolvimento com Danzo... Deveria começar a me preparar para partir sem deixar rastros e finalmente cumprir essa droga de plano interminável de vingança.

As vezes sinto falta de quando minha vida era apenas manter um disfarce de patricinha e "garota má" do colégio. Aonde eu, em vagos momentos, estava livre desse pesadelo que eu chamo de vida.

Minha vida era boa, eu consigo lembrar dos poucos momentos em que sorri verdadeiramente.

Porém tudo me trás a esse momento, onde a vida é horrível e cruel, mas antes não era assim... Não antes deles morrerem.

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— Mamãe? Mamãe, cadê você?

A floresta era densa, a luz vinha pelas frestas das árvores de flores rosa avermelhadas deixavam o lugar lindo e ao mesmo tempo sombrio com a luz vermelha refletida nas flores. Eu sempre vinha nesta floresta com a mamãe para colher frutinhas, ervas medicinais e também...

— Ah, achei você! — saí correndo até o tronco de uma árvore morta — 1, 2, 3, mamãe!

— Sumire... Você sempre me acha, não é mesmo? — ela riu, ofegante por causa da corrida até a árvore.

— É que você não é boa no esconde-esconde — dei uma risadinha e ela sorriu.

— Está ficando tarde, nos mudamos amanhã cedo, precisamos descansar. Venha, vamos — dei minha mão para a mulher de longos cabelos roxos trançados em um coque.

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