XVIII - Culpada ou Inocente?

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Mesmo com o passar dos meses nada tirava aquela minha preocupação... O pensamento que minha antiga inimiga tinha sido exilada, presa, ou pior: executada. Ninguém deixou as claras o resultado do julgamento, apenas nos obrigaram a voltar para escola como se absolutamente nada tivesse acontecido, mas aconteceu e mesmo assim fomos proibidos de tocar no assunto com nossos amigos, o que torna mais esquisito ainda a "depressão" repentina de Kawaki, ele vai para as aulas, volta para seu dormitório e se tranca nele, Boruto fica apreensivo de seu irmão não conseguir concluir os estudos do jeito que está levando as coisas, Himawari não fica atrás na preocupação, sendo a única que consegue ter acesso ao seu quarto obrigando-o a se alimentar, mas mesmo assim a cada dia que passa, a cada semana, e os meses não deixaram de transparecer seu abatimento, e apesar das varias perguntas sobre Sumire não podemos responder nada sobre o assunto.

— Está feliz de finalmente poder ir para casa? — o loiro que fazia cafuné em meus cabelos perguntou depois de alguns momentos de silêncio entre nós em meu quarto - Yuki finalmente tinha parado de ser chata, e permitia a entrada dos garotos dentro dos quartos -.

— Sim, desde aquele dia não consegui ver minha mãe, mas as mensagens e ligações conseguiram acalmar um pouco a saudade, quem está feliz mesmo é meu pai por poder passar um tempo a sós com ela, já que estamos presos aqui.

— Sua família está completa novamente... Você não sabe o quão feliz eu fico em te ver sorrir assim de novo.

— Minha felicidade está completa por que tenho eles... E você — dei um selinho rápido nele, me aconchegando melhor em seu peito — Mas ainda sim, não consigo deixar de pensar...

— Eu sei, os adultos não quiseram compartilhar conosco o resultado. Mas... De certa forma meu pai e minha mãe garantiram que iria ficar tudo bem, eu confio neles.

— Também confio. Mas e o Kawaki?

— Ele confia nos nossos pais, mas... Eu entendo ele, se fosse você no lugar da Sumire, talvez eu estivesse até pior.

— Esse baile da Lua de Sangue talvez não seja tão feliz como os outros.

— Será feliz se ele pelo menos se formar, as notas saem no final da tarde de amanhã, e depois... Casa.

— Ele vai conseguir, você e a Hima estão se esforçando muito por ele. Mas não vai ser a mesma coisa sem ela aqui...

— É a chatinha dele... — o Uzumaki brincou me fazendo rir, e abraçar seu corpo maior, tentando parar de pensar nas preocupações e focar na conclusão do meu segundo ano do ensino médio e também em finalmente passar as férias de verão com a família completa.

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— Não é meio estranho levarmos esse baile normalmente depois de sermos atacados, a Sarada ser sequestrada e vocês quase morrerem? — Chocho perguntou comendo um pacote de batatinhas enquanto observava a movimentação no nosso dormitório, mais especificamente, no quarto da Yuki - mesmo tendo sido proibidos de contar, ela era minha melhor amiga, e foi a primeira a saber de tudo -.

— Encare isso como uma celebração por estarmos vivas — eu disse, rindo da Akimichi.

— Dá próxima vez que forem entrar em um duelo sobrenatural entre a vida e a morte, deviam me chamar, me senti excluída — ela bufou jogando o saco de batatas fora e indo lavar as mãos.

— Desculpa se não queríamos te ver morta, Cho — Himawari comentou rindo enquanto saía do closet em um lindo vestido, branco, com degradê dourado, a barra dos babados eram de ouro e pequenas flores multicoloridas adornavam o tule do vestido, no corset haviam muitas pedras preciosas e correntes douradas até a base do umbigo onde havia uma rosa de cristal branca, onde a saia do vestido se alargava, o fazendo parecer uma cascata, o decote coração era todo adornado em peças de outro e o busto era coberto com outras pedrarias que representavam o sol e a lua, seus braços eram cobertos por mangas abertas e transparentes, ela parecia brilhar.

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