IV - Namorados de Mentirinha

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Estava jogada no sofá, vestindo meu lindo pijama de coelhinho rosa com orelhinhas, quando aquele idiota - que agora sou obrigada a chamar de namorado - me manda mensagem, disse que queria conversar, "armar nossa grande tramoia".

Isso vai dar certo? Com certeza não, mas às vezes, SÓ ÀS VEZES, eu gosto de pensar que ele teve uma boa ideia, se eu vou me ferrar com isso no final? Sim, sem dúvida nem uma...

— Achei que tinha dito 'pra se arrumar, florzinha — uma sombra se fez no meu rosto e eu olhei para cima onde pude ver os olhos que pareciam topázios me encarando.

— Quem deixou você entrar?

— A porta 'tava aberta, amor.

— Não me chama assim quando não tem ninguém olhando, é estranho... Então, qual o plano? — ele deu a volta no sofá e ergueu minhas pernas sentando e colocando elas em seu colo.

— Quer falar disso aqui? Vamos 'pro seu quarto.

— Sem meninos no quarto, alguma coisa sobre: paredes finas — ele riu balançando a cabeça em negação.

— Ha, como se nós fossemos fazer alguma coisa... Então vamos 'pro meu apê, vem — se levantou me olhando e vendo que não movi nem um músculo — Santa preguiça, dona Uchiha — revirei os olhos e senti os braços dele passarem pelas minhas costas e nas dobras dos meus joelhos para então me erguer no ar.

— O que 'tá fazendo, idiota? — esperneei com o intuito de ele me soltar.

— Se continuar se mexendo eu vou te largar no chão — parei de chacoalhar cruzando os braços emburrada, só então percebendo que já estávamos na entrada do apartamento vizinho - esse menino é o flash só pode -.

— Boruto, vai jogar com a gente? — o outro loiro perguntou concentrado no jogo, sem nem sequer olhar para nós.

O lugar tinha um grande sofá preto encostado na parede creme com dois espelhos fixados na horizontal, um tapete peludinho cinza que cobria todo o chão da sala e uma mesa de centro de vidro que parecia ter sido arrastada para acomodar melhor os meninos que estavam sentados no chão, em frente a mesa um rack de madeira branco com dois consoles, um PS4 e um XBox, um deles estava ligado, sem muitas decorações em torno, acima uma TV de plasma de 75 polegadas, as cortinas creme estavam fechadas para a sacada.

—'Mals aê, 'tô meio ocupado agora — Mitsuki e Daisuke olham na nossa direção enquanto o loiro que me segurava sorria para eles — Talvez depois — saiu em direção ao corredor.

— Agora deu 'pra levar minha irmã 'pro quarto... VOU CONTAR 'PRO PAPAI, EIN SARADA — meu irmão gritou da sala rindo, o que me fez ficar vermelha, puxei o capuz com orelhinhas cobrindo meu rosto, o Uzumaki apenas riu.

Ele abriu uma porta e me jogou em cima da cama - sem cuidado algum, devo dizer - e puxou uma cadeira sentando ao contrário apoiando o queixo no encosto. O quarto dele é grande, a cama de casal possui travesseiros vermelhos e brancos, cobertores pretos nos quais eu rapidamente me enrolei, as paredes eram cinzas e uma delas preta onde haviam posters de filmes de super-heroi. Em frente a cama uma televisão pequena e um rack embutido na parede na cor preta com alguns mangás e DVDs de jogos, ao fundo do quarto, no canto direito uma mesa branca com um computador cheio de leds ligados e uma cadeira de escritório com roupas jogadas em cima, algumas prateleiras com livros e pastas, no outro canto um skate apoiado na parede, um violão e uma guitarra presos na mesma, entre os cantos uma janela coberta por cortinas pretas.

— Não vai falar nada?

— Já falei que essa ideia é maluca e quem vai se dar mal no final sou eu?

— Já sim, umas sete vezes só durante a primeira aula da tarde, fora quando você ficava resmungando, "esse Boruto idiota não pensa nas consequências" blablabla blablabla.

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