Cap. 3 »

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— Pensa rápido! – Loak entrou na tenda e jogou uma fruta para que Neteyam pegasse, mas estava distraído.

— Ai, porra! – resmungou ao sentir a fruta bater em sua cabeça, olhando para Loak – Tá ficando maluco?

— Eu hein. Tá com a cabeça onde?

— Na puta que pariu. – revirou os olhos, deitando-se no chão.

— O que aconteceu? – Loak sentou ao lado de Neteyam, o encarando.

— Só estou com saudades de casa. – murmurou e respirou fundo – Fazem alguns dias, mas... Parecem anos longe de lá. Eu só queria que tudo voltasse ao normal.

— O povo do céu só vai descansar quando a gente matar todos eles. Vai vendo. – o mais novo riu, se levantando novamente – Eu estou indo caçar. Quer vir?

— No mar? Eu não quero nadar agora, Loak. Estou cansado.

— Deixa de ser ranzinza. Desse jeito você nunca vai se divertir. – murmurou, provocando o irmão

— Minha diversão é atrapalhar a sua diversão, mano. – Neteyam riu, ganhando um beliscão do irmão.

— Se manca. Eu tô indo! Até depois. – Loak pegou sua lança e sua faca, saindo da tenda.

Neteyam permaneceu deitado olhando para o teto com uma expressão cansada. Sentia que nunca se adaptaria aos costumes dali. Ter que ficar direto na água, não gostava disso. Não que não gostasse do mar, mas amava subir em árvores, correr com os pés na terra. Amava a sensação de liberdade que isso lhe proporcionava. E sentia muita falta.

Depois de um tempo deitado ali, resolveu levantar e fazer algo útil. Primeiramente pensou em ir atazanar Loak, mas estava com muita preguiça para isso. Andou um pouco para fora da tenda, procurando algum rosto conhecido. Avistou de longe Kiyeri tendo dificuldades para armar uma rede, o fazendo rir baixinho enquanto observava.

— Que droga! Droga de rede! – a menina resmungou baixo, sentindo outra presença consigo.

— Você tá segurando do jeito errado. – virou o rosto e observou Neteyam com um sorriso gentil – Posso te ajudar?

Apenas assentiu, vendo Neteyam ajeitar a rede como deveria.

— Você tem que deixar ela mais esticada, assim tem mais chance de pegar algo. – ele murmurou, a fazendo concordar.

— Está explicado o motivo qual eu não consegui armar. Eu estava armando ela fechada. – os dois riram um pouco, logo dando espaço para o silêncio – Obrigada, Neteyam.

— Quando você tiver dificuldade com algo, pode me pedir ajuda. Mesmo que eu não seja útil, eu posso rir de você. – brincou e Yeri riu, assentindo novamente.

— Você tá querendo morrer, é? – Kiyeri resmungou e observou o mar – Neteyam, me... Me desculpa por ontem. Eu não deveria ter perguntado o motivo pelo qual vocês estão aqui, foi muito invasivo.

— Tudo bem, você só tava curiosa. Eu também ficaria se acontecesse comigo. – murmurou o garoto, a encarando.

— Estou indo caçar. Se quiser vir, é só me seguir.

A menina murmurou e deu um sorriso ladinho, chamando seu animal marinho e logo seguindo a frente da água. Neteyam olhou ao redor e observou Loak fazendo gestos de beijinho com as mãos, lhe mostrando o dedo do meio. Observou também que o irmão fez o sinal para que seguisse Kiyeri. Suspirou profundamente e chamou seu animal marinho, seguindo atrás da menina.

Ao alcançar a menina, sorriu para ela que agora o encarava com a expressão um pouco surpresa. Não imaginava que Neteyam a seguiria. Nadou até a superfície e esperou por ele que logo estava com a cabeça para fora da água.

— Não achei que viria. – Yeri confessou, rindo.

— Se eu não viesse, teria que enforcar o meu irmão. – murmurou rindo, fazendo a menina ficar um pouco confusa.

— Aonung parou de pegar no pé de vocês? – nadou agora para perto de Neteyam, ficando ao seu lado.

— Ele não parece gostar muito da gente. Está sempre na defensiva.

— Ele é assim mesmo, chato que dói.– murmurou, descendo de seu animal marinho.

— Achei que não gostasse de mim também. – Neteyam confessou um tanto sem graça.

— Eu? Não. Eu só... Estava preocupada com o meu povo. Apesar de tudo, eles são tudo o que tenho. Tudo o que é uma ameaça, tende a ser observada com cautela. — riu baixo, o encarando.

— Não vamos causar problemas. – Kiyeri observou a água agitada, voltando a fitar o menino.

— Eu sei que não. Eu te mataria se fizesse isso. – sorriu para ele, montando novamente no animal e começando a nadar com ele.

— Essa menina é doida. – Neteyam riu, a seguindo de novo.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐘𝐎𝐔 𝐋𝐈𝐊𝐄 𝐂𝐑𝐀𝐙𝐘 « neteyam + reader »Onde histórias criam vida. Descubra agora