— Onde você estava? – Jake perguntou a Trudy que entrou no módulo ajeitando seu macacão militar.
— Desculpa a demora, estava visando aos clãs o que me pediu. Não era isso que queria? – mentiu, amarrando os cabelos em um rabo de cavalo.
— O Norm conseguiu ajuda de alguns homens que estavam no laboratório, ele conseguiu um avião. Você acha que consegue supervisionar de cima? – Jake a encarou, lhe dando a chave da aeronave.
— Tá brincando comigo? – riu de forma sarcástica. Queria ter tido coragem de contar o que aconteceu entre ela e Talion para Jake, mas não conseguiu – Vamos logo.
E assim seguiram para o campo de batalha. Jake montou em Toruk Makto, enquanto Trudy já levantava vôo. Seguiram para direções diferentes, observando que as naves se aproximavam da floresta onde estavam. Trudy estava encarregada de distrair Quaritch enquanto Jake cuidava dos humanos que tentavam jogar as bombas na Árvore das Almas. Guiou a nave para que ficasse por cima do avisado de Quarith, disprando várias vezes em sua direção. Sorriu de forma convencida enquanto, agora, estava de frente para ele.
— Você não é o único que tem armas, seu fodido. – murmurou para si mesma, desviando dos vários ataques que o coronel lhe direcionava, tentando ao máximo se proteger.
Tudo ocorria bem até que Quaritch conseguiu atingir sua nave na traseira, lhe fazendo perder o equilíbrio no ar. Tentou manter o controle mas novamente foi acertada com vários tiros, agora fazendo a nave pender para um lado, começando a despencar. Naquele momento, perdeu as esperanças e aceitou que ali seria seu fim. Respirou fundo e, pela última vez, manteve contato com Jake.
— Fomos atingidos, estou caindo. Desculpa, Jake... – murmurou e olhou pela janela da nave, observando a floresta uma última vez.
Fechou os olhos e pensou em Talion e Ki'yeri, pediu a Eywa para que os protegessem. Respirou fundo e logo o Coronel acertou sua nave uma última vez, a fazendo explodir. Trudy havia morrido ali.
[...]
Talion estava sentado encostado na árvore grande que havia ali no meio da floresta. Segurava Ki'yeri em seu colo, ninando a pequena que chorava de forma manhosa. Estava chateado, triste, estava quebrado por dentro. Havia perdido Trudy, sabia que ela não voltaria. Segurava o dedo da menina de forma distraída enquanto suas orelhas ouviam todo o barulho da guerra acontecendo. Queria ter ido atrás da mulher, a impedido de ir, mas não podia. Tinha que cuidar de sua filha agora.
Olhou para o céu e viu o que eclipse estava prester a aparecer. Não conseguiu segurar as lágrimas e acabou se dando por vencido, começando a chorar. Seu peito pesava mais do que tudo, parecia que estavam lhe bombardeando com várias flechas no peito. Era a pior sensação do mundo. Levantou do chão e encarou a floresta, o barulho da guerra havia dado uma pequena trégua. Andou para mais perto das árvores à sua frente tentando enxergar algo.
Espiou por dentro das folhas vários humanos armados. Escutou gritos de algum clã vindo do céu, observando uma na'vi pular de seu Ikran, disparando várias flechas no local, se protegendo dos tiros que estavam sendo disparados. Deu as costas para correr, abraçando o corpo de Ki'yeri com firmeza enquanto corria de forma rápida. Não havia percebido que um humano havia lhe visto, mirando em suas costas, disparando um tiro contra si.
Caiu no chão, ainda sim conseguindo proteger o corpo do bebê que agora chorava de forma assustada. Sentia sua testa suando, suas costas ardendo como se estivessem lhe dando facadas. Lutava para manter os olhos abertos naquele momento, mas estava difícil. Com uma das mãos, tentou se arrastar para algum local seguro, enquanto que com a outra mão, segurava Ki'yeri de forma desajeitada em seu colo. Conseguiu se sentar com muita dificuldade, sentindo os braços amolecerem. Deixou o bebê no chão e fechou os olhos, os abrindo lentamente quando ouviu uma voz familiar se aproximando.
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𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐘𝐎𝐔 𝐋𝐈𝐊𝐄 𝐂𝐑𝐀𝐙𝐘 « neteyam + reader »
Teen FictionOnde Neteyam luta para se adaptar aos costumes de uma nova tribo após se mudarem para o recife. Ou Onde Kiyeri ainda tenta se aceitar por ser diferente de todos que conhecia. Por que só ela era diferente?