Onde Neteyam luta para se adaptar aos costumes de uma nova tribo após se mudarem para o recife.
Ou
Onde Kiyeri ainda tenta se aceitar por ser diferente de todos que conhecia. Por que só ela era diferente?
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Kiyeri nadando pra vocês. 🥺 E, ah! Só para ter contexto, nessa fanfic o Aonung nunca zoou a Kiri por ter cinco dedos, além de que a irmã dele também tem. Só para esclarecer!
*********
— O que os dois fofoqueiros estão fazendo aqui? — Aonung perguntou um pouco irritado. Odiava quando a irmã bisbilhotava sua vida. Kiyeri sempre contava aos seus pais.
— Em minha defesa, eu só segui ela. – Neteyam ergueu as mãos como se estivesse rendido.
— Que mentiroso! – Yeri disse um tanto ofendida, batendo no braço do namorado.
— Não deveriam estar aqui. – Kiri murmurou, soltando a mão de Aonung, deixando o menino um tanto cabisbaixo.
— Por que não falaram antes? – Yeri saiu da água, andando até eles seguida pelo namorado que foi atrás.
— Eu... – Aonung murmurou, sendo cortado por Kiri.
— Não tem o que falar. – a menina disse na defensiva – Não aconteceu nada. Vocês não viram nada.
— Kiri... – Neteyam murmurou para a irmã ao perceber que Aonung parecia incomodado.
— Você tem vergonha de mim? Qual o problema comigo? – juntou coragem e perguntou a Kiri – Não entendo, Kiri. Você diz que me quer mas tem vergonha de dizer que estamos juntos? Que tipo de relação é essa?
— Aonung... Aqui não. – ela disse, o fazendo rir em deboche.
— Aqui não, ali não. Estou começando a achar que é isso mesmo. – resmungou ficando emburrado.
— Puts, a Dr no meio da areia. – Neteyam disfarçou, levando outro tapa da namorada.
— Cala a boca, Neteyam! – Kiri lhe ameaçou dar um tapa.
— Na boa, Kiri. Eu já tô cansando disso. – o menino disse irritado.
— Do que você tá falando? Você concordou com isso! – ela respondeu um pouco mais alto.
— Não briguem, por favor... – Yeri murmurou sendo cortada por Neteyam.
— Amor, melhor não. – murmurou.
— Então o que é? Hum? Me fala! – Aonung se aproximou da menina.
— O que o povo da sua tribo diria se você namorasse alguém diferente? Alguém como eu, com cinco dedos?– Kiri cruzou os braços e lhe encarou.
— Pergunta pro seu irmão! – Aonung riu de forma estressada novamente, apontando para Neteyam – Desculpa, Kiri. Mas essa conversa não está funcionando mais.
— Do que você tá falando?
— Eu não quero ficar com alguém que sente vergonha por estar comigo. – ele murmurou, fazendo Yeri tapar a boca em surpresa. Kiri parecia incrédula mas não conseguiu dizer nada – É melhor a gente terminar.
— Aonung! – Kiri chamou porém Aonung agora seguia para longe dali. Sentou em uma rocha que havia ali, escondendo o rosto em suas mãos.
— Sai daqui, deixa eu falar com ela. – Kiyeri murmurou para Neteyam.
— Por que?
— Vai logo! – empurrou o namorado que agora andava atrás de Aonung, deixando as duas meninas sozinhas ali – Kiri... – sentou ao lado da menina, a abraçando de lado.
— Eu juro que não tenho vergonha dele, Yeri... – Kiri a encarou recebendo um sorriso gentil em troca – É só que... Eu tenho medo, entende? Medo do que vão dizer.
— Kiri... – sentou mais perto – Eu sei que é difícil. Olha, eu também tenho cinco dedos. – Yeri mostrou seus dedos, rindo baixo – Isso costumava ser o meu pesadelo. Eu não me sentia normal, eu não me sentia bem. Eu me perguntava: Por que? Por que eu? O que tem de errado comigo? – ajeitou o cabelo de Kiri atrás de sua orelha – Até que eu percebi que não tem nada de errado com isso. Não importa o que as pessoas digam, não importa o que elas fazem. O fato de termos cinco dedos, não nos faz menos na'vi. E sabe quem me ajudou a perceber isso?
— Quem? – perguntou curiosa.
— O seu irmão. Desde o dia em que nos falamos pela primeira vez, ele sempre deixou claro que não se importava com isso. Ele conseguiu me fazer enxergar que eu não sou estranha e você também não é. – pegou a mão de Kiri – O Aonung pode ser um pé no saco na maioria das vezes, mas ele se importa muito.
— Você acha que ele não se importa com isso? – mostrou sua mão para Yeri e assentiu.
— Eu tenho certeza que não. E se ele tivesse te zoado, eu seria a primeira pessoa a matar ele, pode deixar. – brincou vendo Kiri rir pela primeira vez desde que estavam conversando – Conversa com ele amanhã, esclarece as coisas. Não é bom ficar longe de quem a gente gosta.
— Pode deixar. Obrigada por isso. – Kiri abraçou Yeri que sorriu em resposta.
— Você é minha irmã de dedos, junto com o Lo'ak. – Kiyeri riu, mostrando os dedos e os juntando com os de Kiri, fazendo ela rir também.
— Somos irmãs de dedos!
[...]
Neteyam seguia atrás de Aonung que andava em passos largos em direção a floresta. Ao sentir a presença do mais velho, parou de andar e olhou para trás, rindo baixo.
— O que está fazendo atrás de mim? – perguntou, virando-se para Neteyam.
— Não estou atrás de você. Eu só... – pegou uma folha da árvore que estava próxima – Estou observando a paisagem.
— Tá bem, o que você quer?
— Primeiramente, você e a Kiri. Uau, eu não imaginaria isso em um milhão de anos. – riu baixo, fazendo Aonung franzir o cenho – E segundo, por que ela não quer contar?
— Você é surdo, Sully? – disse irritado – Não viu eu perguntar isso a ela?
— Ah, é verdade. – revirou os olhos ao lembrar – Sobre isso, você não deveria ter terminado sem entender os motivos dela.
— Não me lembro de ter pedido conselhos a você. – cruzou os braços.
— Não pediu, mas eu estou dando. Não é assim que você mostra que se importa.
— Eu não me importo mais.
— Você sabe que não funciona assim. – Neteyam riu baixo.
— E o que eu faço? Eu já fiz tudo que podia. Ela não quer que ninguém saiba.
— A primeira coisa: você tem que se desculpar por hoje. E depois, conversar com calma e entender os motivos que fizeram ela a querer isso. Não estou dizendo para forçar ela a falar, e sim...
Neteyam parou de falar quando ouviu barulho de passos na floresta. Suas orelhas se aguçaram, as arqueando para trás. Levou a mão até a faca que estava em seu peito, quase puxando quando observou Lo'ak e Tsireya saindo da floresta enquanto corriam.
— Mano! – Lo'ak pegou nos ombros de Neteyam enquanto estava ofegante.
— O que aconteceu? Onde vocês estavam? – Neteyam perguntou confuso.
— É o Spider! Ele conseguiu um Avatar! A gente despistou ele, mas ele continuou a correr atrás! Me diz que não tem ninguém perto da praia agora!
— A Kiyeri! – Neteyam arregalou os olhos, seu coração acelerou. Imediatamente correu para lá na esperança de que a namorada e a irmã estariam lá.
