ESPECIAL PARTE 1 »

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Talion era o irmão mais novo de Tonowari, consequentemente, o mais imaturo. Na verdade, não era imaturo, apenas gostava de viver a vida do seu jeito. Sem cobranças, sem regras. Mas não era rebelde, muito pelo contrário. Gostava de ficar andando por horas no recife, apenas para sentir o vento gelado batendo em seu rosto. Se sentia vivo com isso. Coisas simples o faziam feliz, desde andar pelo Recife, até passar tempo com seu Tulkun qual amava mais que tudo.

Seus pais sempre diziam para ele sossegar, para achar uma mulher e casar, mas ele não queria isso naquele momento. Queria aproveitar sua vida ao máximo enquanto podia, nem pensava em casamento. Tonowari também sempre lhe dava conselhos sobre isso, já que estava casado com Ronal há algum tempo. Talion sempre falava para o irmão que logo assumiria o posto de líder: "quando você for o líder, eu deixo você escolher alguém pra mim, mas por agora não. Eu quero aproveitar, apenas isso. Quero fazer tudo que tenho vontade antes".

Talion tinha a aparência típica de um Metkayina puro. Tinha um coque grande nos cabelos para que escondesse todos os fios que estavam ali. Não gostava de soltar seu cabelo, sentia-se muito observado todos os dias que soltava os cabelos para algo. Não gostava dessa sensação. As tatuagens no rosto e no pescoço indicavam qual família ele pertencia, a família do líder. Na cintura sempre estava sua faca de caça, apesar de não usar muito, ela sempre estava lá. E carregava consigo, na maioria das vezes, uma lança comprida na cor vermelha. Era um Na'vi atraente para a maioria das mulheres ali, algumas até tentaram um casamento arranjado, mas ele nunca aceitava. Preferia morrer do que casar com alguém que ao menos conhecia. Estava fora de cogitação.

Nesse dia, Talion estava animado. Se arrumava para caçar sozinho, o que era uma coisa rara. Rara pois Tonowari sempre estava no seu pé tentando lhe ensinar algo. "Eu não preciso disso! Qual é? Eu sei me virar sozinho!". E ele não sabia. Tinha muita dificuldade com caça, não conseguia se manter focado. Qualquer coisa lhe tirava o foco, isso preocupava as pessoas próximas de si. Seu pai sempre brincava dizendo que o filho havia "saído da fábrica com defeito". Pegou sua faca, a ajeitando na cintura, saindo do maruí de forma silenciosa. Andou em passos pequenos em direção da floresta, parando ao ouvir a voz de Tonowari atrás de si.

— Aonde pensa que vai, Talion? – o maior perguntou em um tom brincalhão, fazendo Talion se virar e rir baixo.

— Vou caçar. Sozinho dessa vez. – deu ênfase no sozinho.

— Você sabe que não consegue sozinho, não é? – Tonowari pegou sua lança – Eu vou junto.

— Não, você não vai. – murmurou, fechando a cara – Eu não sou um bebê, irmão. Pare de me tratar como um!

— Não estou lhe tratando como um bebê, mas você não ajuda, Talion. – Tonowari rebateu – Não percebe que suas ações colocam pessoas em risco?

— Minhas ações? – riu baixo em deboche – Vocês me tratam como se eu fosse uma criança quando apenas não sigo as coisas que vocês falam! – disse agora irritado – O fato de eu sair pra caçar hoje não vai colocar ninguém em perigo.

— Está colocando palavras em minha boca. Qual o problema em te ajudar?

— Está dizendo que não consigo me virar sozinho?

— Estou dizendo que eu consigo te proteger.  – o maior suspirou – Vamos.

— Não, eu vou ir e você não vai atrás. – Talion disse entre dentes, respirando fundo agora andando em direção a floresta novamente.

— Talion! – Tonowari chamou uma última vez, suspirando pesado ao ver o irmão entrando na floresta sozinho. Esperava que ele ficasse bem.

[...]

Talion andava há algumas horas por dentro da floresta. Sentia que já tinha dado a volta na praia inteira e não conseguiu achar nada. Pelo menos, nada que chamasse sua atenção ou que fosse "digno" de sua caça. O sol já estava quase se pondo, o som da fauna já ecoava pelo local indicando que estava anoitecendo, é claro, além do sol que já estava se pondo.

Sentou em uma rocha que havia ali para descansar seus pés que doíam devido a longa caminhada. Não estava tão longe de casa, mas demoraria para chegar até lá. Fechou os olhos e jogou a cabeça para trás, sorrindo ao sentir o cheiro das árvores. Às vezes sentia-se estranho por conseguir se conectar daquela forma com a fauna e flora, era quase assustador. Suas orelhas se aguçaram quando ouvir barulho de folhas sendo esmagadas no chão, significava que havia mais alguém ali além dele. Levantou rapidamente da rocha em que estava sentado, escondendo-se atrás da árvore para ver melhor quem estava ali. Era uma na'vi, Metkayina. Não usava as vestes que costumavam usar, estava com roupas estranhas. Ele nunca tinha visto antes. Carregava um tipo de arma na mão qual Talion não conseguiu identificar, mas estava instigado a descobrir.

Viu a mulher se aproximando e olhando para os lados em forma de alerta, apontando a arma para ele assim que o viu atrás da árvore. Talion pegou sua lança e mirou em direção a mulher, a observando rir e abaixar a arma assim que saiu de trás do tronco, mostrando os dentes para ela e rosnando.

— Olá! Tudo bem? – ela sorriu tentando ser amigável, baixando a arma com cuidado – Eu não quero problemas.

— Não deveria estar aqui. – Talion murmurou, ainda com os dentes à mostra.

— Acredite, eu não queria estar aqui. – ela riu de forma descontraída – Eu acabei me perdendo do meu povo. Você poderia me ajudar?

— Não! – ele apontou para a saída da floresta – Saia daqui! Não é bem vinda!

— Eu não conheço o caminho, eu nunca vim para cá. · ela disse se aproximando, o fazendo recuar.

— Minha família te mataria se vissem você por aqui. – apontou a lança novamente para ela – Vá embora.

— Vamos começar de novo. – ela disse, baixando a lança dele devagar – Qual o seu nome?

— Talion. – ele disse, encarando a mulher de cima abaixo. Era muito diferente das mulheres que haviam em sua tribo.

— Talion. – ela sorriu de lado, o encarando – Talion, eu não queria estar aqui. Na verdade, eu nem poderia estar aqui.

— E o que quer que eu faça? Você tem que voltar sozinha! – rebateu, dando às costas.

— Espera! – ela o chamou, se aproximando novamente – Não quer saber o meu nome?

— Eu não me importo. – ele disse, parando de andar.

— Trudy. Trudy Chacon. – sorriu, fazendo Talion a encarar novamente.

Definitivamente ela não era uma na'vi pura. Mas, o que estaria ela fazendo ali naquele dia?



𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐘𝐎𝐔 𝐋𝐈𝐊𝐄 𝐂𝐑𝐀𝐙𝐘 « neteyam + reader »Onde histórias criam vida. Descubra agora