Cap. 8 »

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oi dengos, passando pra avisar que esse cap é só pra descontrair, não tive mt tempo pra att hoje ❤️ perda a demora »

Os olhos de Kiyeri estavam arregalados, os lábios comprimidos para que não saísse nenhum som de sua boca. Estava com o corpo junto ao de Neteyam, que a segurava com firmeza para que não fizessem barulho. Fechou os olhos e tentou acalmar a respiração que estava descompassada devido ao medo. Virou o rosto para encarar o menino que agora a olhava também.

— Vai ficar tudo bem... Eu prometo... – murmurou, levando uma das mãos até os cabelos da menina, os acariciando de forma lenta.

— Neteyam... Nossos irmãos... – agora seus olhos marejaram. Queria sair correndo para ir atrás dos dois que estavam na floresta, mas sabia que não poderia nem se tentasse.

— O Lo'ak vai proteger ela, Yeri. Fica calma, tudo bem? Ele não vai deixar ninguém encostar nela. – acariciou seu rosto com o polegar, sorrindo para tentar passar algum conforto. Kiyeri fechou os olhos novamente e deitou a cabeça no peito de Neteyam. Permaneceram ali por alguns minutos quando perceberam que os avatares tinham ido embora.

Saíram do arbusto de forma lenta, olhando ao redor. Não pareciam ter feito estrago ou destruído alguma coisa, pelo contrário. Tudo estava exatamente do jeito que era. Kiyeri puxou o ar e soltou aliviada, olhando para Neteyam que observava as pegadas no chão.

— A gente tem que ir atrás deles. – murmurou, se aproximando.

— Não podemos ir. Eles ainda estão por perto. – levantou do chão, limpando as mãos.

— Neteyam, eles não vão conseguir se virar... Eles precisam da nossa ajuda! – Yeri choramingou, sendo abraçada novamente por ele.

— Se a gente for agora, eles vão acabar nos pegando. Não posso deixar você ir. – murmurou, olhando para o rosto dela. Kiyeri estava assustada, muito assustada. Nunca pensou que o povo do céu viria para o recife, isso estava fora de cogitação. Não sabia o que faria se algo acontecesse com sua irmã.

Todo mundo já estava dormindo. As tochas todas apagadas indicando que apenas eles estavam acordados. Era até estranho pensar que haviam desconhecidos ali e que provavelmente ninguém reparou nisso. Ficou surpresa como sua mãe ainda não havia sentido sua falta.

Soltou-se dos braços de Neteyam quando escutou um barulho de passos no chão. Suas orelhas ficaram arqueadas cada vez que os passos se aproximavam, quando finalmente o barulho cessou. Tsireya corria assustada em direção aos dois, abraçando Yeri quando chegou. Mas Lo'ak não estava junto dela.

— Reya! Cadê o Lo'ak? – Neteyam perguntou um tanto eufórico.

— Eu... Eu não sei. Eles acharam a gente, nós tentamos fugir. – O menino socou uma das árvores ali com raiva – A gente se perdeu, quando me dei conta, estava correndo sozinha.

— Tá tudo bem, vai ficar tudo bem... – Yeri a abraçou, tentando conforta-la como podia.

— Eu vou atrás dele. – Neteyam murmurou em um tom firme, ajeitando sua faca para que ficasse firme.

— Não... – Kiyeri pegou sua mão – Eles vão machucar você, fique aqui.

— A gente tem que contar pro papai! – Reya agora chorava.

— O que vamos dizer? O que estávamos fazendo na floresta a essa hora? – O menino perguntou em um tom um ríspido, se arrependendo logo depois – O Lo'ak tá em perigo, eu tenho que fazer alguma coisa!

— Au! Pai! Tá doendo!

Ouviram vozes de dentro da floresta. A voz era familiar, cada vez ficava mais próxima. Neteyam colocou a mão na faca, preparando para um ataque repentino, quando viram as pessoas saindo dali. Era Tonowari, juntamente com Jake que estava carregando Lo'ak pela orelha.

— Pai?! – os três adolescentes perguntaram incrédulos enquanto seus pais os encaravam indignados.

[...]

— O que estavam pensando? Perambulando uma hora dessas sozinhos? De quem foi a ideia brilhante? – Jake elevou o tom de voz, fazendo todos baixarem a cabeça.

— Foi culpa minha, pai. Eu permiti que a gente fosse. – Neteyam murmurou envergonhado.

— Vocês têm noção que poderiam ter morrido se a gente não tivesse aparecido? – Tonowari olhou para as filhas com a expressão desapontada — Estou muito decepcionado com vocês, minhas filhas. Vocês nunca fizeram uma coisa como essa, o que aconteceu dessa vez?

— A culpa foi minha, pai. Eu pedi para mostrar a floresta ao Lo'ak. – Tsireya murmurou, olhando para o pai.

— À essa hora? Eu duvido muito. – seu pai disse, negando com a cabeça – O que fizeram hoje foi muito sério. Vocês poderiam ter morrido lá.

— Sinto muito, papai... – Kiyeri murmurou envergonhada.

— Tem que sentir mesmo. Você é mais velha, Kiyeri! Deve ser responsável! Como pôde permitir isso?

— Sorte a de vocês que suas mães não perceberam que saíram daqui. – Jake suspirou, olhando para Lo'ak – Filho, por que você só não obedece? É tão difícil?

— Eu não consigo ser perfeito como você quer, pai. Infelizmente eu não consigo. – murmurou um tanto triste. Jake olhou para os filhos e respirou fundo.

— Estão de castigo. Sem passeios por uma semana. – os quatro olharam para os pais de forma surpresa – Nem passeios, nem conversa. Da tenda para o mar, do mar para a tenda.

— Pai!? – Lo'ak reclamou.

— Estamos entendidos? – Tonowari olhou para as filhas, que assentiram em seguida.

Jake e os filhos logo saíram dali, deixando as meninas sozinhas. Reya se deitou no chão, acompanhada da irmã, que logo começou a rir.

— O que porra acabou de acontecer, Tsireya? – Yeri tia, enquanto a irmã se encolhia pra rir também.

— Fomos picadas pelo vírus do amor.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐘𝐎𝐔 𝐋𝐈𝐊𝐄 𝐂𝐑𝐀𝐙𝐘 « neteyam + reader »Onde histórias criam vida. Descubra agora