Cap. 16 »

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— Fica aqui. Eu vou pegar e já volto.

Neteysm selou os lábios da menina e riu baixo, seguindo para dentro da floresta para pegar o que presente que havia feito mais cedo. Era um anel feito com algumas folhas que havia encontrado por ali. Decidiu guardar porque queria fazer surpresa, era simples, mas queria demonstrar ao máximo quanto gostava dela.

Quando pegou o anel de onde estava, ouviu barulho de folhas se mexendo por perto, eram barulhos de passos no chão. Subiu em cima da árvore grande que havia ali, se escondendo para ver melhor quem era. Eram avatares armados. Neteyam se curvou mais para frente em busca de melhor ouvir o que estavam dizendo.

— Tive a notícia de que o Sully se escondeu entre a tribo da água. Conseguimos rastrear ele quando chegou lá. – um deles disse parecendo ter mais autoridade do que os outros – Vamos atrás deles, mas não vamos alarmar. Vamos eliminar quem for preciso para chegar até eles.

— Mas, Coronel... – um deles disse – O senhor sabe que nunca conseguimos chegar perto deles. E o senhor já... Bem, o senhor já morreu tentando fazer isso, então...

— O que? Quer desistir? – o coronel perguntou, fazendo eles baixarem a guarda.

— Coronel! – Neteyam ouviu a voz de um deles se aproximando carregando Yeri pelos cabelos consigo. Seu sangue ferveu ao ver aquele demônio machucando a menina – Olha o que eu achei!

O coronel se aproximou da menina, sorrindo de lado. Observou ela com atenção, rindo baixo em seguida.

— Ela é do Sully? – o mais velho perguntou, agora encarando o soldado.

— Não, mas ela é a namorada de um dos filhos dele. – o homem riu em deboche – Essas aberrações acham que podem viver como seres humanos, que piada!

— Onde está o Jake Sully? – o coronel perguntou, fazendo Kiyeri ficar assustada.

— Quem é Jake Sully? – Yeri murmurou, tendo novamente os cabelos puxados, agora começando a chorar. Neteyam quase se jogou de cima da árvore, mas sabia que tinha que agir com cautela naquele momento. Seu sangue fervia, suas mãos tremiam, mas tinha que se controlar.

Neteyam sentou de forma cuidadosa no galho da árvore tentando ser o mais silencioso possível, tentando contato com o pai.

— Pai? – sussurrou com a mão no pescoço – Pai? Consegue me ouvir? – ficou em silêncio por alguns segundos achando que o contato havia falhado, porém Jake logo respondeu.

— Neteyam! — Jake parecia aliviado – Onde vocês estão, filho? Está tudo bem?

— Estamos nas Montanhas Aleluia, pai. Eu estou bem, mas pegaram a Kiyeri... – Neteyam sentiu a voz falhar. Sentia que choraria a qualquer momento.

— Calma, filho. Estamos indo praí! Fique escondido e me mantém informado!

E então, Jake encerrou o contato. Neteyam mordeu os lábios ao ver a namorada sendo maltratada daquela forma. A vontade que sentia era matar todos eles e jogar seus corpos daquele precipício, mas sabia que, se fizesse isso, morreria junto.

— Você acha que eu estou de brincadeira? – o coronel murmurou, se aproximando da menina – Quando eu encontrar os Sully's, eu vou matar um por um. E vou beber o sangue deles para ter certeza de que estão realmente mortos. Onde estão os Sully's?!

— Eu não sei! – Yeri disse com a voz embargada devido ao choro, fechando os olhos.

— Tudo bem, se você quer assim... – coronel apontou a arma para a cabeça dela, fazendo Neteyam arregalar os olhos.

— Eu vou ser bonzinho e te dar um minuto para me contar onde estão. – carregou a arma, deixando o dedo no gatilho – 59, 58, 57...

Neteyam já estava a ponto de saltar dali quando viu seu pai aparecer juntamente de Tonowari, ficando cara a cara com o coronel. Jake sorriu de lado, pegando a faca de onde estava guardada, apontando em direção a Quaritch.

— Solta a menina, Miles. Ela não tem nada a ver com isso. – Jake murmurou já se preparando para atacar. Yeri olhou para cima e viu Neteyam na árvore, de certa forma, respirou aliviada.

— Tenho que confessar, Sully. Seu filho é esperto. Notou que estávamos aqui e deixou a namorada para fugir enquanto a gente se aproximava. – coronel debochou, fazendo Tonowari se aproximar.

— Solte a minha filha e pouparemos sua vida. – o chefe havia dito em um tom sério.

— Se algum de vocês dois ousarem atacar, ela morre comigo. – ele ainda tinha a arma na cabeça da menina – Sua vida pela dela, Sully.

Neteyam estava assustado. Corria o risco de perder o pai e a namorada, não poderia estar mais preocupado do que isso. Em um ato repentino de coragem, desceu da árvore com cuidado, andando para onde estavam seu Ikran e suas coisas. Pegou seu archo e suas flechas, escalando as árvores novamente até que ficasse em um campo onde enxergava melhor o mais velho.

Pegou uma das flechas e a ajeitou em suas mãos, fechando um dos olhos para mirar na cabeça do coronel. Era agora ou nunca.Quando estava pronto para atirar, foi derrubado da árvore com um empurrão vindo de alguém que havia subido ali também. Ao cair no chão, percebeu que era Spider lutando contra si.

— O que você tá fazendo, cara? – Neteyam perguntou indignado.

— Salvando o meu pai!

Spider se aproximou e acertou o rosto de Neteyam com um soco, o fazendo virar o rosto bruscamente. O mais velho partiu pra cima do garoto, o derrubando no chão enquanto lhe dava socos. Neteyam derrubou Spider no chão, forçando seu joelho contra o pescoço do menor com raiva.

— Você acha que eu não te mato? Eu nunca gostei de você mesmo! – o mais velho apertou mais o joelho no pescoço do outro, começando a lhe sufocar – Eu mato você e seu pai quantas vezes forem necessárias para sumirem das nossas vidas!

Spider fincou as unhas na perna de Neteyam, o fazendo se afastar. Aproveitou isso para dar um chute nas costas de Neteyam, o fazendo cair no chão.

— Como meu pai diz, irmão. Podem nos matar, mas a gente se encontra no inferno! – Neteyam conseguiu pegar uma pedra que havia ali perto, se virando para Spider, o acertando em cheio na cabeça, desmaiando em seguida.

Levantou do chão com dificuldade observando Spider desmaiado, limpando o sangue que escorria de sua boca. Pegou novamente seu arco e seguiu para um ponto em que avistasse o coronel outra vez, logo o encontrando. Ajeitou a flecha no arco novamente, mirando na cabeça do coronel e, sem pensar duas vezes, o acertou em cheio.

Correu até Kiyeri que chorava de forma desesperada, a abraçando com força. Jake e Tonowari pareciam aliviados, ninguém havia se ferido seriamente e isso era motivo para comemorar.

— Neteyam! Eu fiquei com tanto medo... – Yeri apertava o namorado com toda a força que tinha com medo de que ele sumisse outra vez.

— Eu estou aqui agora, está tudo bem... – o mais velho murmurou, sorrindo tentando passar conforto para ela.

— Haviam mais deles por aqui, filho? – Jake perguntou, vendo Neteyam assentir positivamente – Vamos checar, Tonowari.

E assim, seguiram para a dentro da floresta, deixando os dois sozinhos ali. Neteyam sentou no chão e ajeitou Kiyeri em seus braços, deixando vários beijos em sua cabeça tentando a acalmar.

— Me perdoa por deixar você sozinha, Yeri... Isso foi culpa minha. – a menina o puxou para perto, selando seus lábios carinhosamente.

— Não diga isso, ma'Neteyam. – murmurou, encostando a testa na dele – Eu vejo você, meu amor.

— Eu vejo você, Yeri... – murmurou, sorrindo pra ela.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐘𝐎𝐔 𝐋𝐈𝐊𝐄 𝐂𝐑𝐀𝐙𝐘 « neteyam + reader »Onde histórias criam vida. Descubra agora