Team Leo

Maria

Essa tal de Vitória e seu irmão Will me parecem boas pessoas. Talvez sejam os únicos que eu tenha visto até agora neste lugar que não pareçam loucos.

-Você nos acha loucos, Maria?-pergunta Vitória.

"Você lê pensamentos?", tenho vontade de dizer.

-Bem... Eu suponho que sim... Mas nem todo mundo aqui me parece louco. Vocês, por exemplo, parecem completamente normais.

-Nem sempre ser normal é bom. Eu me orgulho de "não ser normal". Não consigo nem me imaginar de outra forma que não seja como filha de Apolo e irmã do Will. Sei que é difícil, mas se você ainda não consegue acreditar, finja que acredita. Convença seu cérebro de que essas coisas são reais.

-Isso me parece loucura, eu não sei se...-começo a falar, mas Vitória me interrompe.

-Você é feliz pensando que é louca? Sei que não. Sei que sua vida foi uma tortura até agora, mas tente acreditar. O que vai adiantar você ficar apenas pensando em quanto tudo é loucura se você não enxergar a beleza nas coisas? Agora, pelo nosso passeio pelo Acampamento, veja a beleza nas coisas ao invés de só reparar na bizarrice. Você será muito mais feliz. E com o tempo, aprenderá a acreditar.

E, pela primeira vez, as palavras de alguém deste lugar fazem sentido. Olho para os chalés, sua aparência rústica e aconchegante, cada um em seu estilo, e finalmente enxergo o que eu estava perdendo.

Eu não preciso ser louca. Todos os mitos podem ser verdadeiros.

O passeio me parece mágico, tudo misticamente lindo, e agora sei que realmente posso contar com Vitória.

Encontrei uma amiga que finalmente pode conseguir me fazer feliz em um mundo em que aparentemente só haviam sombras.