11 - A próxima fase

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"Sim, nós somos apenas jovens, estúpidos e sem dinheiro
Mas ainda temos amor para dar"

- Young, dumb and broke

Marcus

Eu mal esperei Diana estacionar o carro propriamente antes de descer do veículo, dizendo um "Valeu" apressado enquanto andava de maneira veloz até a porta de casa, um milhão de pensamentos ruins passando pela minha cabeça.

Minhas mãos tremiam levemente enquanto eu caçava as chaves no meu bolso, desejando que nada tivesse acontecido em minha ausência.

Meu Deus, eu não deveria ter passado a noite fora... E se minha mãe precisasse de mim? Ou Mads? Se algo acontecesse e eu não estivesse por perto para resolver? Mas as circunstâncias me obrigaram a tomar as atitudes que tomei.

Não podia deixar Diana no estado em que ela se encontrava. Ainda não sabia o que havia acontecido, porém, meu cérebro já havia formulado algumas teorias terríveis e eu não conseguia deixar de me sentir culpado. Não deveria tê-la deixado sozinha, não quando eu sabia que os garotos do time não hesitariam em dar em cima dela em qualquer oportunidade... E, céus, eu sabia que a índole de nenhum deles era das melhores.

Pensar nisso revirou meu estômago.

Balancei a cabeça para afastar esses pensamentos enquanto destrancava a porta e tentava me preparar para o que poderia encontrar ao adentrar a cozinha. Era incrível como desde que meu pai havia ido embora meu cérebro estava programado para esperar o pior...

Contudo, fui recebido apenas pelo silêncio e a louça suja na pia.

Meus ombros tensos relaxaram, embora não completamente.

Caminhei na ponta dos pés até o quarto de Madison, a porta estava fechada então tive que me esforçar para abri-la em silêncio e observar o interior do cômodo, onde minha irmãzinha dormia de maneira tranquila. Suspirei de alívio e me afastei de lá, rumando até o outro quarto da casa e repetindo o processo de antes; espiei através da pequena fresta que havia aberto, para ver se estava tudo ok com minha mãe, e não encontrei nada que pudesse me deixar alarmado.

Só então senti meu corpo relaxar por completo e agradeci mentalmente todas as divindades possíveis por tudo estar bem.

— Marc? - A voz de minha mãe rompeu o silêncio de repente, me pegando de surpresa. Estava rouca, meio grogue de sono.

— Oi, mãe. - Cumprimentei, enfiando minha cabeça para dentro do quarto escuro.

Distingui sua silhueta sentando-se na cama e me vi abrindo a porta outra vez, adentrando o cômodo e acendendo a luz. A típica expressão apática em seu rosto deu lugar a sobrancelhas franzidas de preocupação, e senti uma leve onda de temor balançar o meu corpo.

— Tudo bem? - Questionei, o coração se acelerando.

— Você passou a noite fora? - Ela indagou, ignorando minha pergunta e me olhando de maneira difícil de decifrar.

— Eu...Hum, sim, passei. - Falei, aproximando-me de sua cama com cuidado. Um medo irracional congelava meu sangue e senti a boca secar ao dizer apressado: — Por quê? Aconteceu alguma coisa? Me desculpa, eu sei que não dev-

— Está tudo bem, Marc. - Me interrompeu, esboçando um sorriso fraco e melancólico. — Eu só... fiquei preocupada, sabe? Gostaria que me avisasse antes.

Meu coração se apertou, doendo de culpa. Não queria dar motivos para minha mãe se preocupar, ela não tinha como lidar com isso. Caramba, eu fazia tudo errado.

Não Quebre a Terceira RegraOnde histórias criam vida. Descubra agora