Marcus
— Marc, por favor! Eu tô te implorando! - Madison chorou, agarrando a parte de trás da minha camiseta. — Não me obriga a ir pra escola, por favor, por favor...
— Mads, você já faltou semana passada... Eu não posso deixar você ficar de bobeira assim. - Argumentei, enfiando os cadernos na mochila dela.
— Mas eu odeio aquela escola, Marcus! - Ganiu, a voz instável. — E as pessoas de lá também me odeiam! De graça!
Fechei o zíper de sua bolsa e enfim me virei para ela, que me encarava com uma dor profunda enfeitando suas íris, o rosto banhado por lágrimas.
Meu coração estremeceu diante da visão que se tornava cada vez mais comum nos últimos meses.
— Eu odeio esse lugar! Odeio tudo aqui! - Continuou, ofegando. — Odeio essa vida, Marcus, odeio! Queria que as coisas voltassem a ser como eram antes...
E para ser sincero, isso era algo que eu também desejava. Queria que as coisas não tivessem desandado com tanta rapidez para a minha família.
— Eu sei, Mads, eu sei... Eu também odeio. - Concordei com um suspiro abatido. — Mas não tem muito o que fazer, agora qu–
— Não, Marc, você não sabe... - Retrucou ao balançar a cabeça em negação, mal me dando tempo de terminar minha linha de raciocínio. — Porque até onde eu vejo, a sua vida nessa nova escola está indo às mil maravilhas, só eu que tô me fodendo!
— Olha a boca, porra. - Adverti, dando um olhar censurador para minha irmãzinha, que fez uma careta e cruzou os braços irritada.
Inspirei profundamente e soltei o ar pela boca, correndo os dedos pelo meu cabelo enquanto refletia.
Mads tinha um pouco de razão.
Nós dois estávamos lidando com as mesmas dificuldades dentro de casa, mas fora dela o cenário mudava.
Ser o aluno novo na escola já estava sendo difícil para mim – que era alguém que se enturmava com facilidade, apesar de me ressentir por tudo aquilo que tive que deixar para trás –, mas para Madison estava sendo um verdadeiro inferno.
— Você não faz ideia... - Soluçou, os olhos vermelhos e o nariz inchado. — De como eles me tratam mal, das coisas horríveis que escrevem no meu armário, das piadinhas que eu tenho que ouvir!
O tom alto de sua voz enquanto cuspia essas palavras me fez arregalar os olhos com preocupação e levei o dedo indicador à boca, pedindo silêncio.
— Fala baixo. - Disse em um sussurro alarmado. — A mamãe não pode ficar sabendo disso, Mads.
Aproximei minha mão de seu rosto para limpar uma lágrima insistente que rolava pela sua face. Seus olhos encontraram os meus enquanto ela fungava, lutando para cessar o choro.
Doía vê-la assim.
Doía saber que as crianças de sua escola estavam implicando com ela e não poder fazer algo concreto para defendê-la. Madison não merecia isso. Ninguém merecia.
E eu me sentia tão inútil por não conseguir fazer nada para impedir o que estava acontecendo... Se Math estivesse aqui, ele arranjaria uma solução inteligente para aquilo em dois segundos.
— É o seguinte. - Comecei, acariciando sua bochecha corada. — Você vai pra escola hoje...
Ao ouvir isso, a careta de choro em seu rosto se intensificou e logo ela estava murmurando:
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Não Quebre a Terceira Regra
Ficção AdolescenteAcostumada a passar despercebida, a rotina de Diana Hoang muda drasticamente quando um boato sobre ela chega até o time de futebol americano e uma aposta é feita para ver quem será o primeiro a levá-la para cama e partirá seu coração. É aí que Marcu...