15 - O encontro - pt 1

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Marcus

Bati o pé contra o concreto, ansioso, enquanto observava as pessoas que passeavam em minha frente conversando e rindo. O barulho do falatório conseguia sobrepor os sons dos brinquedos e das barraquinhas espalhadas por aquele espaço gigantesco. 

O parque de diversões havia chegado à cidade na mesma semana em que eu planejava chamar Diana para sair, por ser perto de minha casa e consideravelmente barato, pensei que seria o local perfeito para nos encontrarmos. Eu sabia que algumas pessoas do colégio estariam lá, o que ajudaria a espalhar o boato pelos corredores, só não esperava que os garotos do time grudariam em mim como as pragas que eram.

— Esperando sua garota? - Killian perguntou, levemente amargurado. 

— É. - respondi, conferindo o horário em meu relógio. Era paranóia minha pensar que Diana não iria aparecer apenas para me fazer de trouxa na frente do time uma segunda vez? Afastei o pensamento infundado, passando os dedos entre os cachos do meu cabelo.

— Toda aquela apresentação pra trazer ela em um parque de diversões de quinta? - Levi riu. — Qual é, Marcus… Espero que ela te dispense depois. Vou mostrar pra ela o que é um encontro de verdade.

Não consegui evitar a pulsão de revirar os olhos e o fiz sem disfarçar, enquanto balbuciava:

— Eu poderia levá-la em um lixão e garanto que seria um encontro melhor do que qualquer coisa que você pudesse planejar. - Dei um sorriso de escárnio ao encará-lo e completar: — Sabe o que dizem na terra da minha mãe? Não é o lugar, mas a pessoa com quem você está que faz as coisas serem especiais.

A expressão soberba de Levi se desfez rapidamente e Killian supriu uma risada, fingindo tossir. Quando o capitão do time fez menção de me responder, abrindo a boca, o som de uma buzina captou a atenção de todos nós, fazendo-nos desviar o olhar na direção do barulho.

Reconheci o carro de Diana imediatamente, as luzes do farol baixando conforme ela acenou com uma mão para mim e finalizou a baliza. Tentei retribuir o gesto, contudo, senti meu corpo enrijecer, levemente tenso, quando ela abriu a porta e saiu do automóvel. Meu cérebro pareceu entrar em curto-circuito com a visão dela por completo, sem saber direito como reagir.

Diana estava linda. Ou melhor, Diana estava fantástica, pois linda ela estava sempre.

Com um estilo casual e moderno, os cabelos semi-presos em um penteado bonito, e uma maquiagem leve adornando o rosto, ela parecia caminhar timidamente em minha direção, sem saber exatamente o que fazer, assim como eu. Não sei se foi um movimento consciente, pois só notei que estava caminhando em sua direção quando estávamos frente a frente e pude apreciar o leve rubor desajeitado que enfeitava suas bochechas sob a iluminação fraca da noite conforme ela desviava o olhar para o lado ao me cumprimentar:

— Oi. - murmurou, mais baixo que o normal, e vê-la tão sem graça fez uma espécie de adrenalina correr pelas minhas veias e não pude conter o sorriso que se espalhou pela minha boca.

— Você está incrível. - Comentei, descaradamente olhando-a de cima a baixo antes de fixar meus olhos nos seus; ela não conseguiu sustentar o contato.

— Obrigada. - Respondeu, o tênis arranhando o chão, e o corpo balançando em seu próprio lugar. — Você… Hum, está… bem.

Eu soprei um riso, assentindo com a cabeça; Diana parecia tão perdida com a situação toda que não pude evitar sentir um misto de pena e afeição. Movimentei meu corpo e passei um braço pelos seus ombros, trazendo-a mais para perto, o ato pareceu pegá-la de surpresa, pois ela perdeu levemente o equilíbrio e sua mão foi parar em meu peitoral, buscando apoio.

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⏰ Última atualização: Aug 12 ⏰

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