𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 3: Billy Hargrove

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3 DE NOVEMBRO DE 1984

OLIVIA

A noite se aproximava e eu comecei a me arrumar, Billy tinha dito que iria vir me buscar em casa seis horas. Coloquei meu disco de Madonna na minha vitrola. Começou a tocar Material Girl.

Estava com uma toalha enrolada no corpo e outra no cabelo enquanto tentava escolher uma roupa para ir. Coloquei a minha calcinha vermelha de renda e um sutiã do mesmo modelo, peguei meu vestido preto que era colado ao corpo e continha alguns brilhos na parte superior, coloquei meu salto preto e fui para a frente de meu espelho para fazer o meu cabelo, o sequei e fiz duas tranças pequenas nas laterais e por fim fiz um delineado com minha sombra e passei um batom vermelho.

Aproveitei que a minha mãe dormia na frente da televisão e saí, deixando apenas um bilhete dizendo que estava na Nancy. No outro lado da rua eu vi o carro de Billy, ele saiu do carro e veio até mim.

- Uau, Olivia Smith! Você é a mesma que eu vejo todos os dias na escola?

Dei risada.

- Eu não sei se isso foi uma crítica ou um elogio!

Ele deu uma risada, que por sinal foi muito estranha.

- Relaxa, gata. Foi um elogio.

Billy passou um braço pela minha cintura para atravessarmos a rua, ele abriu a porta de seu carro para mim e eu entrei.

Billy entrou logo em seguida e deu partida no carro.

- Onde você vai me levar? - perguntei.

- É uma surpresa, espere e verá!

Billy acendeu um cigarro e me ofereceu.

- Eu não fumo.

- Que desculpa esfarrapada! Te vi fumando maconha na festa da Tina.

O olhei. Billy me entregou o cigarro e eu o traguei, devolvi para Hargrove. Ele colocou Metallica no rádio e começou a cantarolar.

- Vamos lá, Smith! Não conhece Metallica?

- Conheço, mas eu prefiro Kiss... Cyndi Lauper, Madonna!

Billy trocou a música do rádio e colocou Time After Time de Cyndi Lauper.

- Lying in my bed, I hear the clock tick and think of you
Caught up in circles
Confusion is nothing new
Flashback, warm nights
Almost left behind
Suitcase of memories
Time after

Billy cantarolou fechando os olhos e rindo. Ri com ele.

Começamos a conversar normalmente, qualquer clima pesado que estava instaurado no ambiente anteriormente, tinha ido embora. Billy começou a me falar sobre ele, quase tudo, mas parecia evitar falar de sua mãe.

- Você ainda não me falou nada de você, Smith!

- A minha vida é quase uma merda. Bom, quando eu era criança a minha mãe era uma bêbada maluca, ela me batia e sempre jogava na minha cara que ela nunca queria que eu tivesse nascido. Quando eu tinha 14 anos eu fui para uma psiquiatra, ela constatou que eu tinha depressão e transtorno de personalidade... E bom, minha infância foi terrível.

Billy me olhou surpreso.

- E meu pai... Não faço ideia de quem seja, uma vez quando eu tinha uns 13 anos eu perguntei quem ele era, ela só disse que ele era um cientista maluco. A primeira pessoa que me traiu foi o meu deus, a minha criadora, a minha mãe, é muito triste eu e ela sermos tão separadas dessa forma. Os fantasmas dessa época ainda me perseguem e...

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