𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 14: Paz...?

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4 DE OUTUBRO DE 1985

OLIVIA

Eu ajudava os Byers na mudança na companhia de Max e Lucas. Eles irritavam Dustin com a música que ele cantou com Suzie exatamente três meses atrás. Ouvi o som do meu carro parar na frente da casa, eu o tinha emprestado para Billy, já que o seu tinha explodido, o ouvi conversar com Sinclair e depois o ouvi entrar, estava de costas e fingi não o ouvir, senti suas mãos na minha cintura e me virei para vê-lo.

- Por que você não vem pra minha casa comigo e deixa esses pirralhos aqui? - perguntou Billy em voz alta, na tentativa de deixá-los irritados.

- Vou deixar os pirralhos aqui e ir com você - falei me virando para vê-lo.

Will nos olhou e deu a língua. Eu e Billy ajudamos os Byers na mudança, ele parecia finalmente se dar bem com todos eles.

Me emocionei ao vê-los indo embora, Onze antes de entrar no caminhão me deu um grande abraço apertado e apertou a mão de Billy.

O caminhão partiu e logo depois entramos no carro. Max preferiu ir com o Lucas.

Olhei para Billy, ele dirigia enquanto fumava, a fumaça saía de seu nariz e tampava o seu rosto, eu o admirava ao som de Our Last Summer do ABBA. Coloquei uma mão para fora do carro e eu senti a brisa fresca bater contra a minha mão.

A mão gelada de Hargrove encostou em minha perna e eu senti um arrepio percorrer a minha espinha. Olhei de volta para Billy e ele mantinha seu olhar fixo na estrada, sua mão subia pela a minha coxa e levava o meu vestido para cima.

- Olivia - Billy me chamou. Ele nunca falava o meu nome, sempre me chamava de " Oli " ou " Smith ". Olhei para ele confusa. - Me desculpa.

- Por o que? - perguntei. Ele me olhou e respirou fundo.

- Eu levei a sua mãe para a morte... Sei que não eram próximas, mas ela era a sua mãe. - ele disse. Billy ainda se culpava pelas coisas que o Devorador de Mentes o fez fazer. - Me desculpe, por favor.

- Está tudo bem. Não era você, Billy.

- E você sabia? Desse tal mundo invertido? - perguntou ele.

- Sabia, eu já lutei com um Demogorgon! Saí com um braço quebrado e um dedo todo fodido!

- Calma aí, o que é um Demogorgon?

- Um bicho de quase três metros, não tem rosto e é super esquisito - expliquei. Ele deu uma risada e me olhou.

- Me explica mais. Sobre esse mundo invertido aí.

Respirei fundo. Ele merecia saber.

- Sabe quando falam que Hawkins é amaldiçoada? - perguntei. Ele assentiu - não é totalmente mentira. Tem um mundo, um mundo sombrio, bem de baixo de nós, as vezes... esse mundo... ele transborda. Nós já enfrentamos um Demogorgon, um exército de democães...

- Democães? Que porra é essa?

- Demogorgons menores, pareciam cachorros. Enfrentamos uma criança possuída e enfrentamos você e aquela coisa. Eu tenho medo, podemos enfrentar coisas piores...

Comecei a mexer nas minhas pulseiras.

Ele fez uma cara estranha, parecia processar toda a informação.

- É surreal... Porra, eu fui possuído! É realmente surreal isso, não sei se me entende. - Billy disse apertando os dedos no volante e dando uma risada nasal.

- Coisas estranhas acontecem em Hawkins.

Billy olhou para mim e depois voltou a olhar para a estrada, ele cantarolava a música que tocava e acendia um cigarro.

- Susan pediu para eu te convidar para morar com a gente...

- Tá brincando? Seu pai vai amar. - falei rindo.

Billy olhou para mim e parou o carro na frente de sua casa.

- Eu te escondo de baixo da cama. - Billy disse em um sussurro e encostando nossas testas.

Dei uma risada nasal e afastei nossos rostos, eu captava cada detalhe de seu rosto, olhei aquele sorriso de canto e não pude evitar de sorrir junto. Selei nossos lábios em um curto beijo, coloquei minha mão sobre a bochecha de Billy e senti sua mão quente encostar em minha coxa e uma eletricidade cobriu todo o meu corpo.

Fomos até a porta dele, mas antes que eu pudesse abrir, Billy segurou a minha mão e olhou dentro dos meus olhos.

- Que tal você alugar a sua casa e vir morar comigo? - ele perguntou. Billy mordeu seu lábio e se apoiou na porta.

- É uma ideia tentadora, Hargrove... Bom, eu acho que eu aceito. - aceitei a oferta. Billy me abraçou pela cintura e me levantou no ar.

Entramos em sua casa e ele estava como uma criança saltitante. Encontramos Susan e Neil assistindo televisão na sala, os cumprimentamos e fomos para o quarto de Billy. Me joguei em sua cama e comecei a olhar para o teto, ele continuou em pé e fuçava sua gaveta, ele desistiu de procurar o que queria e se jogou na cama. Billy me puxou para eu me deitar em seu peito e começou a fazer carinho no meu cabelo.

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