𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 20: O Plano de Vecna

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26 DE MARÇO DE 1986

OLIVIA

— WILLIAM HARGROVE! Me deixe dirigir! — gritei contra a cara dele

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— WILLIAM HARGROVE! Me deixe dirigir! — gritei contra a cara dele.

— Estava brincando! Calma! — ele disse rindo.

— BRINCANDO? A polícia levou os pirralhos! — falei, perdendo a concentração na estrada. — E o Steve sumiu! A Nancy sumiu! A Robin também sumiu! E adivinha? O Eddie também!

Ele levantou as mãos e sorriu invertido. Voltei a prestar atenção na estrada, ele cantarolava do meu lado alguma música de Cyndi Lauper.

Paramos na frente da casa dos Wheeler, onde as viaturas estavam, e vimos todos aqueles adolescentes pulando do telhado da casa e correndo na nossa direção.

— OLIVIA! METE O PÉ! VAMOS CARALHO! — berrou Dustin abrindo a porta de trás do carro e se sentando no banco, logo vieram Lucas, Max e Erica.

Meti o pé no acelerador, fazendo os pneus cantarem, do retrovisor vi os pais de todos eles saírem correndo da casa e colocarem as mãos nas cabeças.

— O que aconteceu? — perguntei, os olhando pelo retrovisor.

— Eles entraram no watergate! Estão no mundo invertido! — disse Lucas.

— Tem um portal onde cada pessoa morreu, precisamos ir para os trailers! — Dustin me avisou, batendo nos meus ombros.

— Estamos quase sem gasolina, o carro deve aguentar mais uns cinco quilômetros, a casa do Eddie deve ficar uns doze! — os avisei. — Vou parar para abastecer.

— Não temos dinheiro! — disse Billy.

— Nunca me impediu!

Acelerei até encontrar um posto de gasolina, saí do carro e comecei a abastecer, quando vi que o tanque estava quase cheio olhei ao redor, os cobradores conversavam entre si e olhavam para o outro lado, rapidamente voltei para o carro e dei partida, os ouvi gritar comigo, mas acelerei sem olhar para trás.

A viagem até a casa de Eddie foi silenciosa, exceto por Billy que atormentava Dustin. Parei na frente do trailer e saí correndo do carro e entrei na casa. Olhamos para o teto, onde o portal estava, e tivemos a visão de Eddie, Robin, Nancy e Steve nos olhando de cima.

— Como vão? — perguntei irônica.

— Muito bem! Nos tirem daqui.

Colocamos um colchão em baixo do portal, depois jogamos uma lona para o outro lado, a deixando pendurada entre os dois mundos, depois Robin se pendurou e passou a escalar, e caiu deitada no colchão, depois subiu Eddie, e depois Nancy, senti Billy me puxar para ele e o abracei, meus braços em seu pescoço e os seus em minha cintura, me estiquei para o beijar e acabei por ouvir todas as reclamações de Max.

— NANCY! — gritou Harrington do outro lado. — NANCY ACORDA!

— Merda...

Senti minha nuca se arrepiar e Billy entrelaçar nossos dedos, vimos Steve tentar acordar Nancy, mas ela estava paralisada, os olhos brancos e os cabelos arrepiados, estava em transe, e com Vecna. Ele a balançava e gritava para ela acordar.

— O QUE ESTÃO FAZENDO AÍ? PEGUEM UMA MÚSICA!

Corremos para o quarto de Eddie para procurar alguma música que Nancy pudesse gostar.

O STEVE DISSE PARA ANDAR LOGO! — gritou Erica da sala de estar.

— AH NÃO DIGA. — berrou Dustin.

— A gente sabe! Mas não tem mais nada aqui! — exclamou Maxine.

— Sério! QUE MERDA É ESSA?

— O QUE VOCÊS ESTÃO PROCURANDO? — berrou Eddie.

— Madonna, Blondie, Bowie, Beatles. Música. A gente precisa de música! — gritou Robin jogando as fitas de Eddie em cima da cama.

Munson ergueu um disco de Metallica e o mostrou para Robin.

— ISSO É MÚSICA.

Foram quase cinco minutos naquilo quando ela acordou, ouvimos Steve gritar e nos chamarem, vimos Nancy agarrada em Steve e chorando

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Foram quase cinco minutos naquilo quando ela acordou, ouvimos Steve gritar e nos chamarem, vimos Nancy agarrada em Steve e chorando.

— Steve... — ela choramingou do outro lado.

Quando eles voltaram para o nosso lado, fomos para a casa de Max, que estava vazia, Nancy se sentou no sofá, os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos na cabeça, me sentei ao seu lado e passei a mão em suas costas.

— Nancy, o que aconteceu lá? — perguntei, ela levantou a cabeça, as bochechas molhadas de lágrimas.

Os outros se sentaram em sua frente para ouvi-la. Ela suspirou, a voz falhou antes que pudesse falar.

— Eu vi... Toda a minha família, minha mãe, meu pai, o Mike... A Holly... — sua voz novamente falhou. — Eles estavam...

Vi Steve se sentar ao lado dela e a oferecer apoio, acariciava suas costas e a dava coragem para continuar.

— Ele me mostrou coisas... Que não aconteceram ainda. Coisas horríveis — ela balbuciou. — Eu vi uma nuvem escura se espalhando por Hawkins. O centro pegando fogo. Soldados mortos. E uma... Criatura gigante com... A boca aberta. E ela não tava sozinha. Tinha um monte de monstros. Um exército. E eles estavam vindo pra Hawkins. Para as nossas ruas, nossas casas.

— Tá bom, mas ele só quer te assustar, Nancy. É isso. — murmurou Steve. — Isso não é real.

— Ainda não, mas tem mais uma coisa. — ela disse, todos colocaram sua atenção ela. — Ele me mostrou portais. Quarto portais espalhados por Hawkins. E os portais pareciam aquele no trailer do Eddie mas não paravam de crescer, e não era na Hawkins do mundo invertido. Era na nossa Hawkins. Nossa casa.

— Quatro badaladas. — Maxine murmurou fazendo todos olharem para ela. — O relógio do Vecna. São sempre quatro badaladas.

— Eu também ouvi. — disse Nancy.

— Ele tava contando o plano o tempo todo. — Max disse, um tom de voz derrotado.

— Quatro mortes. Quatro portais.— disse Lucas. — O fim do mundo.

— Bom, se for isso, ele só tem que matar mais um. — disse Dustin.

— Ai, minha Nossa Senhora... — murmurou Eddie levando as mãos na cabeça.

— Tenta ligar para eles outra vez. — Steve pediu, e Max foi para o telefone tentar ligar para os Byers.

Me levantei e fui até Billy, ele circulou minha cintura com os braços e me beijou a testa, seu dedo polegar me fazendo carinho nos ombros enquanto sua boca continuava na minha testa.

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