𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 10: Ele voltou.

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2 DE JULHO DE 1985.

OLIVIA

Acordei com alguém berrando no Walkie-talkie, tampei os ouvidos e gritei contra o travesseiro.

— ALERTA VERMELHO, REPITO, ALERTA VERMELHO.

Era Lucas.

— Sinclair, são nove da manhã de um domingo. O QUE VOCÊ QUER?

VENHA PARA A CASA DO MIKE! Temos um alerta vermelho.

Bufei e me levantei, me olhei no espelho e tomei um susto, parecia um cadáver.

— Nossa, eu estou horrorosa!

Passei uma maquiagem levem para esconder minha cara de morta e procurei qualquer coisa para vestir. Fui direto para a casa de Mike, chegando lá ganhei um bolinho de Karen e desci para o porão, encontrei todas as crianças que não eram mais crianças ali.

— Cadê o Dustin? — perguntei.

— Não está no alcance.

— E Steve?

— Também não.

— Que estranho.

Ficou um silêncio estranho na sala, me sentei ao lado de Mike no sofá para ouvir o que queriam dizer.

— Eu achei que fosse nada no começo. Na verdade, eu acho que só não queria acreditar. Eu senti primeiro vendo Dia dos Mortos.

— Teve um apagão naquela noite.

— Depois eu senti de novo, no campo, perto da fazenda Nelson no dia seguinte. Depois de novo e ontem perto do Castelo Byers

— E qual é a sensação? — perguntou Max.

— É... sabe quando a gente desce na montanha russa?

— Sei.

— Sim.

— Não.

— É como... Se tudo dentro do seu corpo afundasse de uma só vez, mas é pior. O seu corpo fica frio e você não respira... Eu já senti isso, sempre que ele tava por perto.

— Sempre que quem tava perto?

— O Devorador de Mentes.

— Eu fechei o portal.

— Eu sei, mas... E ele se ele não foi embora? E se nós trancamos ele aqui com a gente?

Will pegou um papel e começou a desenhar o Devorador de Mentes.

— Esse é ele. Mas, aquele dia no campo, parte dele se prendeu a mim.

Will passou a mão sobre o papel e parte do desenho ficou na mão dele.

— A minha mãe tirou ele de mim. Aí a Onze fechou o portal. Mas a parte que estava em mim, e se ainda estiver no nosso mundo?

Ele bateu a mão no verso do papel e deixou uma mancha preta de sua mão.

— Em Hawkins.

— Eu não entendi. Os democães morreram quando a On fechou o portal. Se o cérebro morre, o corpo morre.

— Não podemos arriscar. Temos que supor o pior. O Devorador de Mentes voltou.

— É, é ele ele voltou, vai querer se prender a alguma pessoa de novo. Um novo eu.

— Um novo hospedeiro.

Respirei fundo e comecei a dar risada.

Estava desconfiada de Billy.

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