Cap 27

288 41 4
                                    

Pego minhas provas já com as notas e levo para casa da Beya, ela queria ver pessoalmente minhas notas
Mas conhecendo bem ela, ela ia querer refazer as questões para ver como ela ia se sair, assim que chego a Nancy já me libera e encontro Beya na cozinha comendo um doce, e a primeira coisa que reparo é o colar ainda em seu pescoço, como algo tão simples para ela se tornou algo de valor sentimental, ela me olha com o olhar de sempre dela que quem esta me julgando e o olhar muda quando ela enxerga os papéis em minha mão, ela desce da cadeira e vem na minha direção

—recuperou a nota?, ela tenta pegar da minha mão mas eu não deixo, —deixa eu ver

—nem um oi antes?, ela revira os olhos e puxa os papéis da minha mão

—cacete Draven, ela sorri e olha todas, -você tirou quase nota máxima em todas?, ela em um impulso me abraça, eu queria muito entender como aquilo poderia ser importante para ela

—meu cérebro quase derreteu, mas valeu a pena, graças maior nerd de lá

—você tem cérebro?, ela fala em tom de piada e e puxo as provas de sua mão

—você não vai estudar hoje, nós vamos beber e comemorar minhas notas, pode ser ?

—eu não vou sair, ela volta para onde estava e come o doce

—não falei em sair, vamos beber no seu quarto, ligar a luz colorida, colocar musica e fazer seu quarto de boate por uma noite

Ela concorda com a cabeça e aponta para a geladeira

—pega um pouco de doce, tá incrível

Faço o que ela disse e começamos a falar sobre as provas e como íamos fazer a noite para não atrapalhar os funcionários, o celular dela toca e ela sai de perto para atender me deixando na cozinha ela fica alguns longos minutos no jardim atrás da cozinha e volta, e não consigo evitar perceber ela limpando os olhos quando entrou, ela vai até a geladeira e enche um copo de água e consegue terminar de beber tudo em segundos, ela estava nervosa, e eu não sabia como ajudar sem ela surtar

—Tá tudo bem?, quem era?, quebro o silêncio e ela coloca as mãos na bancada e e olhando para baixo, acho que regulando a respiração

—era o meu pai, ela de novo limpa os olhos,mas não me olhava

—você tem pai?, quer dizer,sabe você nunca falou sobre ele eu acho, eu chego um pouco perto, mas ela não percebe

—eu tenho, pelo menos tive até os quinze anos, depois disso ele esqueceu que tinha filha, ela olha nos meus olhos e eu sem pedir a puxo e a abraço, ela deixa, mas evita chorar

—conversa comigo, seguro o rosto dela a fazendo olhar para mim, —não vou te julgar e o que você disser aqui, morre aqui

Ela desvia o olhar e vai para o jardim, e eu a sigo, e ela senta em uma cadeira que tem do lado de fora e eu sento do lado segurando a mão dela,
—desabafa comigo Beya, ela me olha e desvia o olhar para fora

—meu pai foi um pai incrível, para mim e minha irmã, pelo menos até os meus doze anos, ele era quem me ajudava com tudo, me dava tudo que eu queria, sabe ele era um pai de menina, até que um dia por vacilo dele eu vi ele beijando outra mulher, o que na hora eu não acreditei porque o relacionamento dele com a minha mãe era perfeito, minha mãe  amava o meu pai com todas as forças dela, e me deu raiva na época saber que uma loira de um metro e meio conseguiu mudar esse sentimento no meu pai, eu contei para minha mãe, mas claramente meu pai fez a cabeça dela e minha mãe criou uma certa raiva de mim, o que me Fez odiar mais ainda ele, e aquele babaca continuou com a outra, todos os dias, e minha mãe se matando no hospital trabalhando, eu me afastei do meu pai, fingia dormir para não ter contato com ele, até que ele parou de ficar com ela, e eu acreditei que ele tinha mudado e que ia ficar com minha mãe da mesma forma de antes, e para me conquistar ele pagou para fazerem meu cabelo, sim eu já fui loira mas graças ao meu pai, ele me deu de presente adiantado de quinze anos, e quatro dias antes do meu aniversário ou seja, quatro dias antes do Natal, ele foi embora, humilhou e gritou com minha mãe,
Eu sai do meu quarto e o vi indo embora, eu tentei falar com ele mas ele mandou eu ir pro quarto, ele saiu com todas as roupas dele e eu fui atrás, vi ele entrando no carro e adivinha?, outra maldita loira com ele, eu senti meu sangue ferver e porra ver a minha mãe chorando por causa disso me matou, ela me pedindo desculpas por não ter acreditado em mim, só que a única coisa que eu sentia era a porra do meu peito doer, meu mundo parou por alguns minutos, mas pela minha mãe eu escondi minhas dores e segui em frente, com quinze anos passei a resolver tudo na casa enquanto minha mãe trabalhava, sempre me chamaram de madura para minha idade, mas era apenas a parede que eu criei na minha cabeça para minha mãe não surtar, ela precisava de ajuda, eu fiz papel de filha e marido ao mesmo tempo, tudo que meu pai resolvia quem passou a resolver fui eu, e ele está lá, em algum lugar no mundo casado com aquela loira filha da puta.

—eu sinto muito Beya, era a única coisa que eu conseguia dizer e se ela tinha uma irmã, por que ela se sentia tão sozinha?, e por que nunca falou sobre ela?

—não sinta pena de mim, eu não preciso disso, eu segui em frente,

—agora sei porque você odeia as loiras da faculdade

—todas as pessoas loiras que entraram na minha vida foderam com ela, e dês de aquele dia eu tendo deixar meu cabelo o mais preto possível,e da raiva só de pensar que meu pai mandou clarear meu cabelo só para agradar a si mesmo, eu me recuso a deixar meu cabelo com algum lugar claro

—e o que sei pai queria na ligação?, puxo ela e deito ela em meu peito

—ele queria saber da minha mãe, e se ela se casou com alguém

—ele não sabe sobre a sua mãe?, me assusto com o comentário e ela suspira

—minha mãe morreu por causa dele, a última pessoa que ia saber sobre a morte dela era ele, e devia ter ficado mais tempo sem saber

—como assim morreu por causa dele?, eu queria saber tudo sobre a Beya, e aproveitava que ela estava se abrindo para mim, acho que isso são coisas que ela guarda para si mesma, e ela precisa colocar para fora

—ela se matou, dois anos depois do meu pai ir embora, ela já tinha o trauma de ter perdido minha irmã, foquei tanto em não demonstrar que estava mal que esqueci de cuidar dela, não percebi que ela estava no limite, mas ela aguentou por bastante tempo, minha mãe era uma mulher forte, se ela desistiu foi porque ela não aguentava mais

—caramba, eu não sabia desculpa por perguntar Beya, consigo sentir ela me apertar com a mão, mas ela não chorava, ela se recusava a chorar, a Beya se adaptou em parecer forte, ela não se permitia sentir.

E quando chorava ficava com raiva, e agora sei que tem mais cicatrizes do que imaginei para ajudar ela a curar, as mais profundas

—obrigado Draven,ela levanta me olhando os olhos,
—e desculpa ter falado tanto

—não precisa pedir desculpas, e eu quero que você continue assim, quero tomar parte das suas dores para mim Beya, quero te ajudar, dou um beijo em sua testa e ela fecha os olhos

—são muitas merdas para você lidar, ela sorri e levanta, novamente fugindo de conversar, ela me faz acompanhar ela até o quarto e vai banhar me entregando um caderno, o caderno de desabafos dela, o que só tinha uma folha azul quando eu li, agora tinham duas.

—vou banhar, e quando eu sair, não toque em nenhum desses assuntos, ela me entrega e entra para o banho,

Fico analisando por um tempo, aquilo era a coisa mais pessoal que a Beya guardava, e se ela estava confiando aquilo em mim, significa que avançamos mais um passo, e tinha um certo medo de quantos passos ela ia voltar.


Prepara coração que quase todos os traumas da Beya serão citados no próximo capítulo

Então já deixo avisado dês de agora que pode tocar gatilho em algumas pessoas, ou por ser sensível talvez os assuntos incomode vocês

E quando vocês acharem que não pode acontecer tanta coisa com uma só pessoa
Beya deixa claro que pode e que é uma merda

Votem e comentem para eu liberar mais ainda esse fim de semana

Eu libero capítulos assim que últimos soltos batem 100 leituras então assim que bater essa meta solto mais
Por isso peço para reagirem
      Até o próximo

Love on The Scars Onde histórias criam vida. Descubra agora