Cap 17

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Vou embora da minha casa com Draven, aquele dia não tinha sido um dia ruim,foi um dia calmo, e por algum motivo ele me deixou dirigir na volta,com medo, mas deixou. 

—pretende voltar a morar lá?, Draven tira minha atenção da estrada,—foca na estrada Beya

—eu sei dirigir idiota, e sim eu pretendo quando acabar a faculdade

—é uma casa legal, ele se ajeita no banco,—ali tem um sinal

—eu to vendo, acelero o carro e Draven se assusta 

—Beya!, você tem problema?

Passo pelo sinal antes de ele ficar vermelho e desacelero o carro

—fica tranquilo, nunca dirigiram por você?

—já, mas não uma louca

—tem uma primeira vez para tudo, quando eu pegar meu carro a gente pode apostar uma corrida de madrugada

—você tem carro?, ele parece meio surpreso

—sim, na garagem da minha casa

—e por que não pegou ele?

—medo de arranharem ele, a lataria é recém pintada

—entendi, o carro fica em silêncio por um tempo a gente nunca falava sobre os beijos, era como se não tivessem acontecido, e eu até preferia assim. Chegamos na escola e ele me acompanha até meu quarto e como sempre ele entra e fica

Draven

Eu deito na cama dela com os braços atrás da cabeça e cruzo as pernas, ela como sempre foi estudar, e me pediu silêncio,então comecei a mexer na mesinha de canto dela, e ela guardava muita coisa ali

—e esses remédios?, pergunto e ela suspira pelo fato de eu não fazer o silêncio que ela pediu

—o que tem eles?,ela me olha com o olhar mortal dela

—para o que são?, balanço os potes de remédio os olhando

—depressão, ansiedade,calmante, dormir e dor de cabeça, ela responde com naturalidade,—mas tem um tempo que não tomo o para depressão

—posso saber o motivo?, pego o pote laranja e começo a ler o rótulo

—ele é um remédio para te fazer parar de sentir algumas coisas, consequentemente você para de sentir sentimentos comuns, e eu tava cansada de não sentir nada

—o que seria não sentir nada?, guardo o pote na gaveta e volto a mexer

—não sente alegria, não sente tristeza, você não se permite sentir nada, você fica dependente dos remédios, é horrível

—entendi, e agora você sente alguma coisa?

—ainda não,só que agora eu choro, o que eu odeio,mas não vou voltar a tomar

Eu tentava disfarçar meus sorrisos toda vez que percebia que ela estava baixando a guarda para mim, mas sempre esperava ela me xingar do nada, eu gostava da forma que ela me tratava, do jeito dela.

—acho que você é a única garota dessa faculdade que não tem camisinhas na gaveta,

—seria a mesma coisa de um surdo ter fones de ouvido na gaveta, não usaria, e lá estava o lado dela que por algum motivo eu gostava

—isso foi horrível Beya, falo segurando o riso

—foi mal, ela sorri e volta a atenção para o computador

Vejo uma caixa de cigarros lacrada é um pequeno caderno

—não está fumando? Falo pegando o caderninho e abrindo, na primeira folha tinha um título grande "acontecimentos da Beya"

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