cap 93

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Desespero, tudo que eu sentia era isso, desespero, a falta de ar, as lágrimas no rosto, o coração acelerado, a cabeça sem saber o que fazer, eram muitas sensações ao mesmo tempo, todas elas me acompanhavam enquanto eu corria em direção ao carro do Owen. Mas aí a raiva tomou conta de mim junto com o desespero no momento em que Draven me prende com o braço não me permitindo chegar perto, eu soquei várias vezes as costas e o braço dele, mas eu sabia que ele não ia me soltar, e que cada soco daquele não passava de um grande nada pra ele.

Eu podia sentir o coração dele quase atravessando seu peito e caindo no chão de tão forte que estava batendo. Mas ele não me soltou e não se deixou ficar fraco em nenhum maldito segundo.

—amor, por favor

—não, eu não vou soltar você

—a Sophia?,

—não esta lá

—o Owen?

Ele so concorda com a cabeça, vejo o resgate chegar e mesmo assim não sou permitida a chegar perto. Draven não me permite ver o resgate, ele me coloca no carro e fica na minha frente a todo momento. Depois de muito tempo escuto a ambulância indo embora e antes de seguir com o carro eu saio dele e vou de novo até o acidente agora sem o Owen lá.

—amor...

—não foi sua culpa, você sabe

Me aproximo ainda mais analisando cada uma das roupas de bebê caídas ao lado do carro. Porra aquilo doeu tanto.

Draven me pega pela mão e me leva de volta para o carro, dessa vez ele dirigia, era total silêncio dentro do carro. O caminho todo eu passava a mão na barriga para sentir a Ivy mexendo, aquilo de certa forma me acalmava, ou pelo menos diminuía meu desespero.

Assim que chegamos já corro na recepção perguntando pelo Owen, mas por ele ter acabado de chegar não tinham muitas informações o que não ajudava nem um pouco o meu desespero.

—Beya? -meu médico fala quando me vê andando pela recepção, —tudo bem com a bebê?

Ando rápido até ele quase que o implorando por ajuda

—o tio dela sofreu um acidente, eu tô sem notícias, doutor por favor...

Ele entende meu olhar e concorda com a cabeça indo direto para a porta de emergência

—linda, senta um pouco

—Agora não

—espera ele sentada amor

—eu não quero sentar, tá bom?, para de tentar parecer tranquilo porque eu sei que você tá tão desesperado quanto eu, você fingir estar calmo só vai me deixar mais nervosa

—eu sei, mas você tem que pensar na Ivy também linda, você ficar nervosa assim pode causar problemas para ela

—Draven, é o Owen lá dentro meu melhor amigo tá dentro da emergência da porra de um hospital, não me peça calma, acho que nem se me sedarem agora eu vou ter calma.

—ele vai ficar bem

Eu saio de perto dele e vou para outro canto tentar respirar, meu coração parecia ter esquecido o jeito certo de funcionar, e piora quando vejo o doutor vindo na minha direção

—e aí?,  -quase pulo em sua direção

—então, ele tá relativamente bem, ele teve que ser reanimado porém está estável, continua desacordade porém a saturação está ótima

—então ele vai ficar bem?

—sim, obviamente quando ele acordar serão feitos mais exames, mas até o momento ele aparenta estar bem

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