-Rosé, onde vai querida? -Mamãe interrompe os meus passos em direção a saída.Não sei, decidi que sairia um pouco de casa para conhecer minha nova cidade. Explorar para saber o que há de interessante pelas redondezas.
-Até o povoado. Você não disse que seria uma boa tentar conhecer pessoas? É o que vou fazer. -Ela segura o meu rosto com carinho. O sorriso terno e satisfeito está lá, me provando que tomei a atitude certa ao seu ver.
-Muito bem. Vai ver como vai se acostumar rapidinho. - Tenho minhas dúvidas, porém não faço vista grossa.
-Vou pegar a caminhonete, tudo bem?
-Pegue sim, mas não demore. Ainda temos muito trabalho pela frente. -Dou uma olhada ao redor.
Os campos capinados não iria ser limpos sozinhos, e nem as cercas consertadas por si só. Só de olhar já fico cansada de novo.
Também tem o celeiro que pretendo fazer alguns reparos para deixá-lo bem a minha cara. As aulas começariam semana que vem, e preciso terminar tudo a tempo.
-Não vou demorar nada. -Recebo um afago na cabeça e tomo o meu rumo.
Não posso negar que dirigir em uma estrada deserta é bem melhor do que a vida agitada da cidade grande com tanto trânsito. Contemplar as montanhas era sensacional, mas confesso que não gosto muito de tanta tranquilidade assim. Aquela vida parada causa-me depressão.
Finalmente chego no povoado e me deparo com pessoas. Caminho pela cidadezinha do comércio como se fosse acostumada. Gente do interior não são tão bicho do mato assim, não vestem roupas caipiras e definitivamente não são ignorantes. Há crianças brincando, donas de casa saindo e entrando da mercearia, e alguns policiais colocando ordem no pedaço.
Olho para cima, ao redor é completamente coberto por montanhas. Estranhamento me sinto sufocada. Como disse, vida parada não me remete coisa boa. Um aperto no peito me consume, esfrego o local para passar. Por minha sorte a sensação ruim não dura muito.
Na minha frente há uma lanchonete, seria uma boa conhecer algumas pessoas. Vejo que alguns jovens da minha idade se aproximam do lugar. Um conversando com o outro como se conhecem há anos. Lembro-me da minha vida no Arizona, e fico louca para me enturmar.
Abro a porta de puxar e adentro o lugar. Surpreendentemente é aconchegante, e muito bem organizado. As delícias posta nas vitrines do balcão está de aparência boa. As mesas têm lugar para quatro pessoas. Me sento em uma delas, não estou afim de pedir nada, apenas quero observar aquelas pessoas conversando sem parar a minha frente.
Uma menina de cabelos curtos e franja me olha, cochicha com os outros colegas, é um rapaz asiático. Acho que começam a falar de mim, pois me olham e comentam uns com os outros. Sinto vontade de ir embora, mas daria muito na cara, tento me manter firme.
A moça de franja levanta-se da mesa e vem em minha direção.
-Posso me sentar? -Ela tem uma aparência de uns dezenove anos, um ano mais nova que eu. Assinto, permitindo-a que tome seu assento.
-Você é nova por aqui, não é? -Ah, agora entendo o motivo da especulação entre eles. Sou "carne nova no pedaço"
-Sim, cheguei ontem de Phoenix. Eu a minha mãe estamos morando por perto. -Ela me olha da cabeça aos pés.
-Phoenix é? Vai estranhar a atmosfera de Forest Grove, ainda mais as pessoas. -Ela inclina a boca em minha direção para sussurrar. -Aqui todo mundo sabe da vida de todo mundo. Sabe como é? -Ergue os ombros e sorrio. Em Phoenix não é diferente, já até estou acostumada.
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𝐌𝐢𝐬𝐭𝐞́𝐫𝐢𝐨 𝐞𝐦 𝐅𝐨𝐫𝐞𝐬𝐭 𝐆𝐫𝐨𝐯𝐞 - 𝑪𝒉𝒂𝒆𝒔𝒐𝒐
Mystery / ThrillerQuando o pai de Roseanne Park morreu, ela e sua mãe viram-se obrigadas a deixar para trás toda a vida tranquila e feliz na cidade de Phoenix, assim como todas as lembranças alegres de toda a sua infância. Apesar de saber que o rumo da sua vida muda...