Prólogo

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#Contextualização da história, não precisa necessariamente ser lida#

F̶o̶r̶e̶s̶t̶ ̶G̶r̶o̶v̶e̶,̶ ̶O̶r̶e̶g̶o̶n̶,̶ ̶1̶9̶87̶.

-Ei, John! Já terminamos por aqui. O que faz aí?

O coroa chamado John, de pança avantajada e trajes de fazendeiro, ao qual Norman falava, tentava arrumar o trator que usaram depois de capinar o vasto hectares da "Fazenda Wood". Uma música alta tocava no automotor, enquanto suas vistas estavam limitadas por causa do breu da noite. Ele tentara: uma, duas vezes, fazer o trator funcionar, porém sem sucesso algum.

Norman, seu parceiro, terminara há poucos minutos de guardar os instrumentos usados para a manutenção das cercas de arame. Estavam exausto, fora um dia árduo de trabalho, o que geralmente ocorre todos os dias a fio. Era o seu ganha pão, trabalhadores honestos tentando ganhar a vida e alimentar sua família. A Fazenda Wood era só mais um dia normal de trabalho.

Homens comuns, com defeitos e qualidades. Certo que John gostava de dar uma passadinha pelo bar da cidade e beber duas garrafas de cerveja preta. Chegar em casa bêbado e às vezes discutir com a esposa. Entretanto, no fundo sabia que suas atitudes de ultimamente eram errôneas, e por mais que tentasse mudar, uma força maior o impedia. Talvez o poder entorpecedor do álcool correndo por suas veias e lhe fazendo esquecer que perderia sua casa a qualquer momento, depois de tê-la apostado em um jogo ridículo quando estava nestas condições.

-O motor não quer pegar. Estou tentando há horas, mas nem um barulhinho se quer é ouvido. -Ele ajeita o boné da sua cabeça. Ao longe Norman aponta uma lanterna em sua direção, para iluminar o seu caminho até o parceiro.

-Deixe-me dar uma olhada.

Aquele homem era o melhor parceiro que alguém possa ter. Diferente de John, Norman jamais passaria em um bar para encher a cara. Sua mulher e sua filha de apenas quatro anos, o espera. Jamais decepcionaria as duas melhores coisas que já lhe aconteceu no mundo.

O passo dele em direção a John, é tranquilo, mas firme e despreocupado. John não para de ligar o motor, já começa ficar de saco cheio com aquela "porcaria".

-John, deixa esse trouxo aqui, amanhã traremos um mecânico.
-Não! É questão de honra, se ele não pegar, irei abri-lo e concertar eu mesmo.

John desce do trator, seu intuito é ir de encontro ao motor e concertá-lo. Porém passos rápidos atrás do veículo lhe chama atenção. Ele paralisa imediatamente, diante da ação repentina e bastante curiosa.

-Norman? -Ele chama o parceiro, mas não obtêm resposta. Ele considera o caso dito por não dito, e não se preocupa mais. Deve ser o Norman passando por ali. -Venha até aqui, preciso que segure esta parte, para que eu dê uma olhada aqui dentro. -Ele abre o compartimento frontal, mas precisa de ajuda.
Norman não responde mais.
-Ah cara, se não quer ajudar tudo bem, pode ir embora, eu ficarei por aqui.

Outro passo rápido é audível, chama atenção do homem que se atenta para o ruído inesperado. Um arrepio cobre o seu corpo, ele sabe que não é Norman. Até porque, seu parceiro não usava galochas negras e calças pretas. Sim, ele notara pela brilho das luzes do farol, assim que agachou em frente ao veículo para dar uma olhada na parte inferior, alguém passando do outro lado.

-Quem está aí? -Assume um tom grosseiro, a fim de tentar intimidar o invasor. -Diga logo, não tenho o dia inteiro. Norman o mandou para consertar o trator? Se for, vá embora, eu dou conta. -Dá um tapinha do ar e continua com o seu trabalho inútil, que pelo que aparenta não teria um fim satisfatório.

John ouve um tranco ao seu redor, algo que não soube definir. Seus olhos assustados percorrem o espaço, em questão de segundos. Logo depois, tudo que se encontra é um silêncio incômodo. Fica assustado, pois se não é Norman que vira embaixo do trator, quem seria? E por que está tão calado? Esta resposta ele não teria, mas uma visão lhe tremeu as bases.

Algo é arremessado para cima do trator, bem em frente a John, algo pesado e grande. Ele se assusta, treme as bases, por não ter a mínima noção que tipo de jogo era aquele. Estreitando os olhos curiosos, para saber do que se trata, liga uma lanterna enfiada em seu bolso. Tenta identificar. Seu corpo sofre um susto tremendo, seus olhos arregalam. Um grito alto rompe sua garganta, quando dar de cara com o corpo mutilado do seu parceiro Norman, estirado no seu fiel meio de transporte, ao qual usava para airar terras do campo. Seu rosto esta deformado, há sangue por todo lado. Na verdade, o sangue de Norman continua jorrando em seu corpo desfalecido, em cima do trator. Ele não entende o que acontecera, não sabe explicar, mas também não tem muito tempo de pesar sobre isto.

Assim que olha para atrás, uma pessoa de máscara negra, usando as mesmas galochas e calças pretas, que vira a poucos minutos caminhando apressadamente por detrás do veículo, desfere uma foice no meio da sua cara. Nem se quer lhe dar a chance de questionar, ou implorar por sua vida. A lâmina da foice, atinge sua jugular, é rápido e mortal. John desaba no chão morto, sem saber direito o que lhe aconteceu. Sem saber se quer o motivo.

𝐌𝐢𝐬𝐭𝐞́𝐫𝐢𝐨 𝐞𝐦 𝐅𝐨𝐫𝐞𝐬𝐭 𝐆𝐫𝐨𝐯𝐞 - 𝑪𝒉𝒂𝒆𝒔𝒐𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora