Capítulo 9 Ataque real

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Tirei aquela noite para finalmente, terminar de ler o livro que peguei na biblioteca. Como não tive nada para fazer decidi estudar um pouco. Assim me manteria a par das aulas a seguir, já que necessitava manter o meu foco nos estudos e não em Kim Jisoo.

Mas sei que é complicado, eu nem estava me focando direito no assunto da militância de um governo opressor nos anos quarenta, deitada na minha cama, coberta até a barriga. Quem dirá estando cara a cara com ela. Eu tinha que parar de pensar em Jisoo, ainda mais sabendo que é uma idiota, mas definitivamente eu não conseguia. Não parava de pensar sobre o que Lisa havia me dito, e nem parar de relembrar aquela cena de ciúmes. Não sei o que pensar dessa mulher, ela tem o poder de enlouquecer, e não é no bom sentido, apesar que no outro ela também deveria fazer muito bem.

Logo na saída para ir para a faculdade no dia seguinte, quem está parado encostada em sua viatura da polícia é o xerife Graham. Estava tão envergonhado que eu podia jurar que se sentia desesperado para esconder o rosto da minha presença. Me sinto uma santa e ele o pecador.

-Podemos conversar alguns minutos? -O encaro por baixo dos olhos. Semicerro os olhos em uma falsa acusação, mas nem percebendo que estou de brincadeira ele não alivia.

-É claro que podemos. -Tento tranquilizá-lo e dá certo, pois consigo ver um sorriso ali, mesmo que tímido. Agora vejo que fez minha mãe gostar dele. Graham é tipo de coroa que mais parece um meninão. Dá para notar só pelo jeito doce que ele tem.

-É sobre ontem à noite. É... -Não consegue completar, é como se algo o engasgasse. - Sabe? Eu e sua mãe... -Levanto a sobrancelha esperando que terminasse. -É... ontem à noite.

-Xerife eu não sou mais criança, se o senhor não percebeu. Acha mesmo que eu não percebi os olhares insinuantes em cima dela assim que a conheceu? -Ele apertou os olhos como se houvesse levado um soco no estômago.

-Ficou tão na cara assim?

-Na verdade, sim. Eu conversei com ela ontem e sabe? Ela gosta de você. Disse que você a faz feliz, é tudo que importa pra mim, xerife. A não ser que a faça chorar, aí vai ter que se ver comigo. -Fico séria, muito, muito brava.

-Eu juro... eu... não vou magoá-la. -Começo a rir e dou um tapinha no ombro dele. Nunca vi um cara tão assustado com as minhas "ameaças" antes. Sinceramente? Acho fofo.

-Eu sei que não, é um cara legal. Vi pela forma que me trouxe de volta pra casa depois do que houve na festa. -Ele sorri de lado. Ele tem a cor dos olhos no tom dos da minha mãe; Ora verde, ora azuis.

-Ela se preocupa muito com você. É que mais fala durante nossas conversas. Eu não podia ter outra atitude senão trazê-la sã e salva de volta pra ela. - Aquelas palavras me encheram de um sentimento bom. Xerife Graham acaba de ser de novo aprovado por mim. -Venha, eu levo você pra escola.

-Faculdade. -O corrijo.

-Ah é, faculdade! -Sorrio junto com ele e aceito a carona.

Adoro andar de viatura pela primeira vez. Dentro há todo um equipamento da polícia, rádios de comunicação, e até algumas armas. Fico um pouco apreensiva, mas nada que me faça sair do carro.

-Sempre foi da lei? -Estou curiosa para saber um pouco da vida dele, já que agora iríamos nos ver sempre.

-Desde os meus dezoito anos. É uma cidade pequena, você não tem muitas opções de carreira. O que mais dá dinheiro por essas terras é Prefeito, mas acho o sistema muito corrupto, principalmente em Oregon.

Ele passa a quarta macha e vamos em uma velocidade maior. Continuo amando o visual daquela estrada apesar de está prestando atenção no que Graham diz.

𝐌𝐢𝐬𝐭𝐞́𝐫𝐢𝐨 𝐞𝐦 𝐅𝐨𝐫𝐞𝐬𝐭 𝐆𝐫𝐨𝐯𝐞 - 𝑪𝒉𝒂𝒆𝒔𝒐𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora