Exitiale mortem

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Exitiale mortem: A morte e inevitável 

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𝐀𝐧𝐭𝐞𝐬

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Ao adentrar na mata densa e escura vejo que me afastei de minhas filhas, e a neblina do local com o ar rarefeito não ajuda muito, correr nessa mata fechada é complicado, principalmente sem uma trilha certa, eu sinto que vou morrer se eu não parar de correr.

A questão é que se eu parar eu realmente vou morrer, sei que ainda estão atrás de mim eu posso sentir alguém se aproximar mais, estava cada vez mais e mais perto, já estava ofegante não aguentava mais correr dentro dessa mata, o medo me consumia, quando finalmente vou entrar numa clareira senti alguém me puxar pelo braço.

-Te peguei bruxa de mera agora você vai morrer na fogueira- o homem alto loiro bem vestido me puxava apertando meu braço com força.

-Solte-me seu energúmeno, patife de merda- falo tentando me soltar, mas o homem era muito mais forte que eu.

-Cala sua boca- ele me amarra e tampa minha boca antes que eu consiga sequer tentar escapar.

Logo ele me leva de volta ao pequeno vilarejo, me pondo de joelhos, perante ao xerife da cidade, o mesmo me olhava com nojo e repúdio enquanto sorria de forma cínica para todos ali.

-Senhores e senhoras, eu como o xerife da vila, tenho a honra de mostrar as bruxas fugitivas- ele sorri apontando para mim e minhas filhas e o povo vaiava em alegria- Agora elas vão ter o que merecem "a morte"- o povo gritava contente rindo felizes com aquilo.

- COMECE PELAS FILHAS DELA- alguém grita da multidão e todos gritam em união.

Olho para minhas filhas chorando, grunhindo por não conseguir falar com o pano na boca, eu queria pedir desculpas, eram jovens demais para morrer, eram apenas crianças, só que eles não se importaram, pegaram- nas e as levantaram de forma brusca.

-Queridos cidadãos, como querem a morte delas? - fala sorrindo para minhas filhas.

Eu escuto todos dizendo em união "guilhotina", pelo menos elas não iam sofrer agonizando na fogueira.

Logo eles preparam as guilhotinas me deixando na frente para ver minhas filhas sucumbirem, logo depois de um tempo sinto alguém me segurar por trás abrindo bem meus olhos.

-Você tem que ver tudo bruxa- fala em meu ouvido rindo da minha situação.

Quando menos espero vejo as cabeças de minhas filhas rolando no chão, suas últimas palavras foram "eu te amo mãe, independente de qualquer coisa", as lágrimas escorriam dos meus olhos, eu gritava de dor por ter perdido as pessoas que eu mais amava no mundo.

Já o povo gritava de alegria, felizes ao ver a morte de duas crianças inocentes.

-Não se preocupe bruxa- o xerife pega meu queixo- você logo vai para o inferno junto com elas- ele sorri e olha para o povo- E ela como irá morrer?

Eu escuto o povo falar que devo ir para a fogueira e por um instante tudo parece estar em câmera lenta, vejo o pessoal preparar tudo, me levantando e me amarrando no pilar de madeira com a palha ao redor de mim.

-Agora esta cidade estará em paz novamente- o xerife sorri pondo o fogo na palha.

E eu dou uma gargalhada, olhando o fogo consumir a palha lentamente.

-Porque está rindo bruxa?- alguém da multidão pergunta.

- Vocês nunca terão paz pelo o que fizeram- falo vendo a palha ser queimada quase chegando em mim.

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