Para Sempre Meu

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Era uma noite escura e silenciosa quando Alice recebeu a notícia da morte de seu tio distante, Jonathan. Ela nunca o conhecera pessoalmente, mas agora, como sua única parente viva, estava destinada a herdar sua antiga herança compulsória no topo duma colina.

Curiosa e intrigada, Alice decidiu explorar a propriedade. Ao chegar à mansão, o ar parecia mais frio e opressor do que o normal. A fachada decadente e os jardins abandonados adicionam um toque sinistro ao lugar. O som das folhas secas sendo arrastadas pelo vento ecoava no ar, criando uma melodia macabra.

Assim que Alice adentrou a mansão, sentiu como se estivesse sendo observada. As sombras dançavam nas paredes e o chiado de tábuas rangendo parecia sussurrar seu nome. Cada passo em direção ao desconhecido mergulhou mais fundo em um abismo de tensão.

Os corredores escuros eram pontuados por retratos de família empoeirados, cujos olhares vazios esperavam seguir Alice. Os móveis antigos rangiam como se contassem histórias de horror há muito esquecidas. As teias de aranha pendiam do teto, como tentáculos invisíveis, prontas para capturar qualquer intruso que se aventurasse ali.

À medida que a noite avançava, Alice começou a experimentar fenômenos estranhos. Sussurros ecoavam pelos corredores vazios, apesar de não haver ninguém por perto. Portas se fechavam com violência e sombras se moviam rapidamente no canto de seu olho.

Uma sensação de presença sinistra se apossou dela, como se algo inquietante habitasse aqueles cômodos abandonados. Cada passo que Alice dava ecoava pelo corredor, uma trilha sonora arrepiante que aumentava sua ansiedade.

Em seu quarto, enquanto tentava dormir, Alice começou a ter visões perturbadoras. Apareciam rostos pálidos e desfigurados flutuando no ar, murmurando palavras incompreensíveis. As paredes pareciam pulsar e distorcer, enquanto sombras se estendiam em direção a ela, como dedos longos e retorcidos.

A cada noite, as visões se tornavam mais intensas, puxando-a para o mundo obscuro de segredos sombrios que a mansão escondia. Ela estava presa em um pesadelo eterno, incapaz de distinguir entre realidade e ilusão.

Conforme Alice investigava o passado de sua família, descobriu uma história de violência e tragédia. Seu tio, Jonathan, havia sido obcecado por uma mulher há muito falecida, Elizabeth, que supostamente o abandonara. A loucura e a solidão transformaram Jonathan em uma alma amaldiçoada, desesperada por recuperar o amor perdido.

Os sussurros e aparições na mansão eram manifestações do espírito de Jonathan, determinadas a encontrar um novo recipiente para seu amor obsessivo. Alice sentiu que sua herança era muito mais do que uma simples propriedade; ela estava condenada a ser "para sempre dele".

Enquanto a mansão consumia Alice, ela lutava para escapar do destino sombrio que a aguardava. Fantasmas do passado e do presente dançavam ao seu redor, uma dança macabra que levava cada vez mais perto do precipício do desespero.

No último momento de lucidez, Alice decidiu enfrentar o espírito de Jonathan. Com coragem, ela enfiou uma adaga em seu peito, rompendo o vínculo que a aprisionava. A mansão tremeu e estalou, libertando um último suspiro de terror antes de se acalmar.

Ou será que o espírito de ambos está preso na mansão?

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