Silêncio Eterno

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A pequena cidade de Salem era conhecida por sua atmosfera dolorosa e tranquila, mas algo sinistro se escondia nas sombras daquele lugar aparentemente idílico. Uma névoa densa e misteriosa envolvia os arredores, criando uma aura de suspense e medo que pairava no ar. Ninguém sabia ao certo a origem dessa névoa, mas todos sentiram que algo terrível estava prestes a acontecer.

No coração de Salem ficou uma casa abandonada. Sua estrutura gótica, com janelas quebradas e portas enferrujadas, era um testemunho silencioso de tempos sombrios. Acredita-se que a casa tenha sido lar de uma família rica e influente, até que um evento trágico mudou tudo. Os rumores diziam que a família foi assassinada de forma brutal, deixando para trás apenas o eco de seus gritos agonizantes.

Trinta anos se passaram desde aquele trágico acontecimento e a casa permanece como um símbolo macabro na cidade. A população local evitava passar perto dela, temendo as histórias assustadoras que cercavam o local. Diziam que os fantasmas da família assombrada ainda vagavam pelos corredores escuros, procurando vingança contra qualquer intruso.

Em uma noite de lua cheia, um grupo de jovens corajosos decidiu desafiar o medo e explorar a obsessão. Eles queriam provar que as histórias eram apenas lendas urbanas e que o terror não passava de uma ilusão. Armados com lanternas e corações cheios de bravura, adentraram os enferrujados, sem saber o que os esperavam.

Assim que pisaram dentro da casa, o silêncio pesado os envolveu. O ar estava frio e carregado com uma energia macabra. As sombras dançavam pelas paredes, brincando com a mente dos jovens intrépidos. Cada passo os levava mais fundo na escuridão opressiva, enquanto suas respirações se tornavam ofegantes.

De repente, um som estridente ecoou pelo corredor. Uma das lanternas caiu ao chão, quebrando-se em pedaços. A luz vacilante revelou figuras distorcidas, seres que antes eram humanos, mas agora eram apenas cascatas vazias de suas antigas existências. As faces pálidas e desfiguradas emanavam angústia e dor, suas bocas abertas em gritos silenciosos, os olhos saltavam para fora.

Os jovens tentaram fugir, mas se viram presos na teia de terror que haviam desafiado. A casa parecia viva, havia ali uma entidade que se alimentava do medo dos intrusos. O chão sob seus pés tremia, as paredes se contorciam e sussurros fantasmagóricos penetravam em seus ouvidos.

Uma a uma, as criaturas se aproximaram, arrastando-se com movimentos desengonçados. Suas mãos esqueléticas alcançaram os jovens, agarrando-os com força. A pele apodrecida ia se desfazendo em pedaços, revelando ossos quebrados e sangue coagulado. Os gritos ecoaram pela mansão, mas nenhum som escapou daquele lugar maldito.

À medida que os jovens foram arrastados para o umbral da casa, a escuridão consumiu suas almas. Eles se tornaram parte do pesadelo, condenados a vagar eternamente pelos corredores assombrados. Seus rostos, agora contorcidos pelo terror, se fundiram às visões espirituais que os assombravam.

Salem nunca mais foi a mesma depois dessa noite fatídica. A cidade caiu em um silêncio sepulcral, pois aqueles que sobreviveram não se atreviam a falar sobre o que testemunharam. A herança silenciosa como um monumento macabro, um constante do horror que ali residia.

E assim, Silêncio Eterno se tornou o destino de todos que ousavam desafiar as trevas. A lenda da casa amaldiçoada perdurou, evocando pânico, horror e nojo nas pessoas. Os gritos silenciosos continuam a ecoar pelos corredores vazios, enquanto a maldição se estendia além dos limites daquela pequena cidade, espalhando-se como uma sombra sinistra pelo mundo.

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