TAKE ME HOME | SEULRENE

QUÍMICA

- Eu te ligo mais tarde. Coma alguma coisa e descanse. E... tente ficar bem... – disse Seulgi fechando a porta do taxi e vendo Joohyun, Yeri e Taeyeon indo embora.

- Nós também vamos voltar para casa. Precisamos descansar também. Seulgi, venha almoçar conosco se quiser. – despediram-se Wendy e Joy.

- Temos que limpar toda aquela bagunça de ontem. Foi uma noite de casa cheia. Quer vir conosco Seulgi? – disse Moonbyul.

- Eu agradeço, mas, acho que preciso descansar um pouco. Eu mando notícias. Desculpe não ajudar hoje... – disse Seulgi se afastando.

- Eu tenho uma ideia, mas, precisamos limpar o bar primeiro e avisarmos nas redes sociais que não vamos abrir neste sábado. Ligue para Soyeon, Gahyeon e Siyeon, dê folga para as meninas hoje e as convide para passear conosco amanhã! – Disse Solar.

- Amor eu adoro as suas ideias, mas sábado, é um dos nossos melhores dias! – respondeu Moonbyul.

- Eu sei. Mas se abrirmos hoje, não vamos conseguir acordar cedo para realizar o meu plano amanhã. – respondeu a gerente. – Seulgi, eu te ligo! – finalizou vendo a diretora acenar com a mão e virar a esquina.

Posso dizer que foi um dos primeiros dias de sábado em que eu não acordei com uma desconhecida na cama.

Ou de ressaca.

Foi até melhor, mas ainda assim, minha tristeza conseguia ser absurdamente maior do aquele silencio todo.

Geralmente, eu trazia alguém para casa para transar e depois me fazer companhia porque a realidade que vinha depois das festas, massacrava o meu coração.

Minha cabeça doía, mas eu sabia que era por conta das lagrimas que derrubei ontem e pelas diversas sensações de culpa que invadiam a minha mente.

Esse apartamento não é meu e eu sempre soube disso, mas agora, eu tinha a sensação de que, eu não pertencia a esse espaço e de repente tudo começou a ficar angustiante e o ar faltava.

Eu queria fugir.

Eu precisava chorar e chorar muito.

Sozinha.

Como eu pude deixar Joohyun sozinha naquela noite? Como eu pude não ter ido atrás dela quando passou na frente da minha casa? Como eu pude fingir que Joohyun não existia depois do que aconteceu?

Enquanto eu tomava banho, eu já não sabia mais o que eram lagrimas ou a água do chuveiro contra a minha pele.

Coloquei a roupa mais velha que eu tinha, deitei-me na minha cama e fechei os olhos.

Poucos segundos depois, vi que o celular que estava no carregador, gritava com o barulho da chamada.

Eu ignorei.

Uma, duas, três vezes e na quarta, eu atendi.

- Espero que não esteja com ninguém no meu apartamento e espero ainda mais que nem tenha cogitado em levar Bae Joohyun aí.

- Diga logo o que quer.

- Como o que quero? Você sabe, vou passar aí para ficarmos juntas e-

- Hoje não vai dar. Não estou no clima.

- Como não Seulgi? Você está me recusando? Tudo isso é culpa daquela sua amig-

- Sunmi! Hoje não vai dar e quer saber, nunca mais eu vou fazer isso com você! Não vou mentir, é por conta de Joohyun sim e, pelo fato de que você acabou com a minha carreira na Blanc. Você tem noção do que eu passei? Tem noção de tudo o que perdi? Não estou falando do nosso caso porque isso foi culpa minha, estou falando das garotas que foram demitidas, das minhas ideias não creditadas e do desprezo que meus colegas sentem por mim por achar que fui eu quem pediu a demissão de todas aquelas pessoas. Eu era só a porra de uma marionete para você! Eu sabia onde estava me metendo, mas você me jogou em um poço ainda mais fundo! A sua ambição não tem limites e eu quase segui o mesmo caminho que você! Não queria ter de fazer isso pelo telefone, mas você não me dá outra alternativa. Se quer me demitir como fez com as meninas, faça! Se quer me rebaixar no trabalho, me rebaixe. Eu não me importo! Se quer que eu saia daqui, diga! Eu me arrumo por aí. Só me deixa em paz está bem? – finalizou Seulgi encerrando a chamada.