capítulo 3

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Catarina

Observo o garoto que a horas atrás me fazia de refém de sua bipolaridade, estranhamente agora me senti confortável o vendo preparar dois lanches despreocupado.

- tá me observando demais - seu tom e rude.

- Tô prestando atenção pra ver se não coloca veneno - o responde sarcástica.

- Não seria tão otario ao ponto de te matar na minha própria casa - diz com ironia

- sinceramente de você eu espero de tudo - suspiro - se um dia te ver arrastando um corpo não vai me surpreender - desdenho

Ele me encara com certa fúria, o olhar reluzente mostra o azul de seus olhos claros como o céu.

- Garota vou te dizer uma coisa - seu corpo se aproxima - se tu gosta da tua língua cala a boca, com você é diferente a história.

Continuo o encarando com deboche esse moleque se acha a última bolacha do pacote.

- escuta aqui seu bastardo de merda você não é ninguém pra falar assim comigo - sinto sua mão espremer minha bochecha em uma velocidade incrível.

- não se mete no meu caminho, por que se for pra te tirar do meio eu passo por cima - ele me solta com agressividade - Agora cai fora da minha casa.

- Ela não vai sair daqui - a voz rouca diz atrás de mim - para de ser moleque se já é adulto.

O rosto sereno do meu amigo entrega que mesmo o maior mal que seu irmão possa causar isso não irá o afetar.

- Enquanto aqui for minha casa ela vai sim - ele responde com autoridade.

- A mina não tá fazendo nada porra, já volto arrumando briga, confusão qual seu problema? - Gustavo diz revoltado

- sabe qual é meu problema essa puta meia boca que tu arruma na rua - diz

Isso me atingiu com força, mas não como o soco que o mesmo recebeu pelo irmão. O desgosto era evidente os olhos verdes de meu amigo e tornavam-se cada vez mais profundo e evidenciando seu ódio.

- o desgosto que tô sentindo agora é só reflexo do meu ódio - meu amigo diz me tirando da cozinha.

[...]

-Sinto muito meu irmão e problemático - ele diz enquanto dirigia sentido minha casa.

- Sei que não é problema meu - suspiro antes de completar - mas por que ele é assim? O que rolou pra isso acontecer? - faço a pergunta para matar a curiosidade.

- Giovanny já sofreu demais no passado, e isso respinga no que ele e hoje - sua mão aperta ainda mais o volante - tem muito coisa que ele esconde é isso só ele pode contar - completa ficando em um total silêncio.

Não respondo nada apenas reflito sobre o assunto, muitas atitudes podem ter um motivo. Ele precisa de ajuda, precisa que um ombro amigo, mas ninguém repara.

[...]

- Cata tá me ouvindo - Luna me pergunta.

Até que Todos os Nossos Segredos Sejam Revelados(Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora