MACKENNA
Estamos enlaçados. Sem câmeras. Nada. Nada além de ela e eu. Ela está suada e cheira a sexo, e é assim que eu quero que ela cheire.
Quero que tenha o meu cheiro.
Inferno, isso aqui - seus cabelos com a mecha rosa espalhados pelo travesseiro e seus membros envoltos em mim -, isso é perfeito, não quero nem ir mijar.
Quero muito mais, sou um maldito ganancioso. Ganancioso para caralho quando o assunto é ela. Rosno suavemente e mordo seu ombro, murmurando:
- Preciso conversar com Leo.
Ela suspira e se alonga.
- Sobre o quê?
Olho para ela, ela é uma arma de fogo, e adoro tê-la nas mãos.
- Eu conto depois, mulher. Cubra-se, para que minha mente possa se concentrar em outra coisa
que não suas curvas maravilhosas.
- Estou com calor e suada. Não quero me cobrir.
Ela geme e eu me enterro em seu pescoço.
- E eu não quero sair desta cama. - Agora mordo sua garganta delicada e macia. - Mas quanto
mais rápido eu falar com ele, mais rápido posso estar de volta.
- Mackenna. - Ela ri, com os braços apertados em meu pescoço. - Está falando sério que vai
sair agora?
Beijo sua bunda, brincando.
- Sim. Tenho grandes planos para o seu futuro.
- Fala sério! Fique aqui. Esta noite eu queria que... - Ela olha para mim com aqueles olhos
totalmente escuros, então franze o cenho, como se não gostasse do que estava prestes a dizer. Seus olhos estão cerrados. - Queria que fôssemos amigos - ela diz, enfim.
- Amigos? - repito.- Sim. Eu quero... - Ela se senta cautelosamente, mexendo no cabelo. - Quero tentar seguir em frente, Mackenna.
- Quer seguir em frente sem mim?
Porra, isso não é nada do que eu queria ouvir. Mesmo assim, soo casual. Ela nunca adivinharia o tamanho da espada que entra em meu peito agora.
- Não. Sem o passado - ela diz.
- Sério? - digo, sem demonstrar nenhum sentimento.
Mas não consigo deixar para lá. Não consigo esquecer o passado. Como é possível deixar para
lá quando tudo o que eu queria era voltar no tempo e tomar uma decisão diferente? E ela ainda parece tão esperançosa, como se aqui fosse o momento em que pudesse, finalmente, ter uma vida mais feliz.
Não quero dizer a ela que não é isso o que eu quero.
- Seu cabelo está bem bagunçado. - Pego suas mechas que parecem algodão-doce.
Ela expressa um breve, mas raro, sorriso.
- Olha quem fala... Você, que usa aquelas perucas.
- Minhas perucas são legais, amor. É melhor ter cuidado com o que fala sobre elas.
- Você gosta de usar aquelas perucas ou o obrigam a fazer isso?
- As perucas?
- Faz parte de seu contrato com Leo?
- Não, uso porque quero. Fica mais fácil. Como se incorporasse um personagem. Trabalho nele. - Porque você se diverte... Você sempre gostou de se divertir. Aaah, e eu gosto da técnica de
fingir que ninguém na plateia sou eu. O seu carma.
- Você não é um carma.
- Toda aquela maconha que seus colegas de banda fumam está confundindo sua cabeça. Você
não está falando coisa com coisa. Explique.
- Você não é um carma, e sim a única pessoa que eu gostaria que tivesse orgulho de mim.
Uma expressão intensa, mas secreta, cintila nos olhos dela.
Meus lábios se curvam em um sorriso vazio.
- Isso é novidade para você? - Dou risada. - Você é a única pessoa para a qual nunca fui
suficiente. - Nossa, estou desabafando. - Saber que você não está lá para me assistir alivia um pouco a pressão de ter que mostrar uma performance perfeita.
- Eu... - Ela pisca, está com o rosto um pouco pálido.
- O gato comeu sua língua? - Eu me inclino e coloco a língua na boca dela.
Ela responde com a língua. Eu suspiro e puxo-a para mais perto. Ela suspira de volta, relaxando,
agora que se sente de volta ao presente. Sem passado. Estragos. Erros. Todos esses anos. Toda aquela dor. Toda aquela impotência diante das coisas. A frustração. Desaparecem.
Ela fecha os olhos quando passo os dedos em sua cabeça, e seus mamilos se empinam, apoiando-se contra o meu peito, acordando meu pau para brincar de novo. Mas ainda não consigo. Há algo que preciso fazer primeiro.Beijo o topo de sua cabeça.
- Durma.
- Por quê? Para seu governo, cabeça oca, não estava planejando chutá-lo para fora hoje. - Preciso falar com Leo.
***
Não me surpreendo em encontrar Leo acompanhado quando bato à porta. Ele me conduz até a saleta ao lado enquanto Tit se cobre com um roupão e faz uma careta de cima da cama.
Lionel fecha a porta que separa a saleta do quarto, para que ela não nos ouça.
- O que aconteceu naquele bar country é inaceitável, Leo - digo em tom de advertência.
- Só estou tentando captar algumas boas cenas, algo orgânico e natural. Droga, você sempre
adorou entrar numa briga.
- Sim, mas não quando ela está envolvida - rosno, andando de um lado para o outro como um
tigre enjaulado, vigiado, preso, provocado. - Preciso tirá-la daqui, Leo - finalmente digo a ele, virando-me para encará-lo.
- Você não precisa fazer nada além de tirá-la da cabeça, Jones. - Quero viajar separadamente.
Seus olhos se arregalam.
- Como?
- Você me ouviu. Pandora e eu vamos para Nova Orleans e Dallas sozinhos. Quero-a longe das câmeras, dos fãs, das garotas. De tudo.
- Você não pode simplesmente se levantar e ir embora. Temos um filme para gravar, e o produtor a quer no palco do Madison Square Garden. Ela precisa ensaiar. Mais ainda, seu trabalho é nos dar alguma merda vendável para o filme, e você tem que fazer isso se ainda quer o que me pediu.
- Você me deixa viajar separadamente com ela e vou ajudá-la a ensaiar. Inferno, vou treinar o beijo até sair perfeito. Vou até lhe dar uma nova música. Deus sabe que a letra está na minha cabeça o tempo todo. Leo, ela não gosta de voar, e as câmeras estão me deixando louco.
- Você quer tudo isso, cara, e ainda quer que eu lhe conceda o seu pedido...
- Olhe - interrompo-o, estreitando os olhos conforme aponto o indicador na cara dele -, você terá o beijo e também uma nova música. Uma última música antes de eu me livrar do contrato. Isso é mais do que justo.
Leo parece muito incomodado, mas não me importo. Com os olhos cerrados em mim, tenta absorver tudo. Na frente dele, ligo para uma locadora e alugo um carro para mim e Pandora.
Assim que desligo o telefone, Lionel está em cima de mim com um olhar furioso, ajustando a faixa do roupão, igual ao que Tit está usando.- Você está comendo a garota? Ouvi dizer que vocês transaram. Queremos ver uma cena de sexo, Kenna.
- Você não vai ver merda nenhuma.
- Vou lhe dar o que quer - ele cede -, mas apenas se você tornar esse filme memorável.
- Leo, nós tínhamos um acordo - eu o lembro. - Você disse que eu estaria livre do contrato se eu
concordasse com essa merda toda. Você queria o beijo, e tudo o que terá é esse beijo. - Ter que beijar Pink na frente de milhares de fãs, seus lábios nos meus... Inferno, sei que ela ficará brava. Mas ela tem a chance de provar ao mundo que minha música é uma bosta. Não que eu me importe muito. Cada reclamação que há naquela música é porque estive apaixonado por ela durante anos.
- Tudo bem. Leve-a de carro, eu não ligo. Mas eu quero o beijo e a música, ou você não terá nada, entendeu?
Vou até a porta.
- Entendi.
- Faça-a querer isso, Kenna! - ele grita.
- Ah, ela quer. - Bato a porta.
Só que não tanto quanto eu.
Meu pai teve uma segunda chance, e agora percebo que também tenho. A diferença é que não
vou estragar a minha.
Quando volto para o quarto de Pandora, ela está deitada na cama, e rapidamente se inclina
quando entro, apoiando-se nos cotovelos. Você não conseguiria dormir sabendo que eu voltaria, não é, amor?
- Oi - digo com esforço, com a sensação de estar carregando uma granada no peito. Granada prestes a explodir!
Puta que pariu, sinto coisas poderosas por ela.
Sinto tudo por ela. Raiva e vontade de protegê-la. Possessividade e dor. Sinto-me muito bem com ela. Sinto...
- Volte para a cama - ela sussurra, levantando os lençóis. Deus, não vou estragar tudo desta vez.
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idolo.
Historical FictionPandora Stone nunca conseguiu se recuperar depois que Mackenna Jones sumiu de sua vida e destruiu seu coração. Mas encontra uma chance de se vingar do ex, hoje lendário vocalista de uma banda de rock. Haverá um grande show em Seattle. E ela tem que...