Capítulo Revisado, mas pode haver erros.
Boa leitura!
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Eu sabia que a escola em que a Marlene estuda é uma escola para pessoas ricas, daquelas escolas em que os alunos se preocupam com coisas supérfluas. Há alguns meses, eu diria que essa é a escola perfeita para uma pessoa como a Raiane. Hoje vejo que é melhor para pessoas como a Marlene e o Tomás.
Falando nele... Eu o perdoei porque a culpa não foi totalmente dele, quer dizer... Em parte foi sim, mas a Marlene foi a maior culpada. Ela é uma chantagista barata e vai pagar caro por isso. Nunca eu agrediria uma mulher, mas já não posso falar o mesmo das minhas amigas. Agora estamos todos parados em frente à escola da Marlene. E quando digo todos, me refiro a Celene, Raiane, Roberta e eu. Brenno ficou de fora, ele falou que não se envolveria em um ato de violência contra uma mulher.
— É aquela garota ali? — perguntou Raiane.
Ela estava usando um vestido azul nos joelhos e saltos. Tinha acabado de sair de um encontro com o seu novo namorado. Estávamos procurando por uma colega da Marlene que, segundo a nossa fonte dentro da escola, tem algumas fotos comprometedoras dela. Estamos esperando uma tal Sabrina.
— Bem... — olho uma foto no celular para ver se realmente coincide com a foto do Instagram da garota. — É ela mesmo, mas não é tão bonita pessoalmente. Os filtros realmente enganam...
— Deixa eu ver — Raiane se aproximou, olhando o celular. — Gente... Realmente, os filtros disfarçam bem a aparência esburacada dela.
— Parece uma parede mal rebocada onde colocaram cimento apenas para disfarçar os erros. — Roberta soltou.
Começamos a rir, mesmo achando errado falar mal das pessoas dessa forma. Começamos a caminhar em direção a ela, que está sozinha tirando selfies com o celular. Ela fazia biquinho e caras de sedução para a câmera.
— Eu era ridícula desse jeito? — Raiane perguntou, suas bochechas estão vermelhas de vergonha.
— Quase, mas não nesse nível. Eu só agia como uma babaca mesmo, nada muito sério — falou Celene de forma sincera, então apontou para a tal Sabrina. — Isso aí já é uma espécie de doença mesmo. Olha, a boca dela é torta...
Apontou, falando sobre uma das caretas feitas por Sabrina para mais uma de suas selfies. Ela parou por um instante, verificando suas fotos e soltando risinhos, decidindo quais publicaria em suas redes sociais ou não. Quando pareceu encontrar uma foto boa, nós paramos como uma barreira humana bem na frente dela. Ela abaixou o celular, nos olhando com curiosidade e receio.
— Estão tentando me intimidar? — falou com a voz grossa, digamos que um tom de voz bem masculino. — Se eu der um grito, minhas amigas vão aparecer aqui em um minuto, então nem tentem nada.
Percebi então que se trata de uma mulher trans. Sabrina é uma mulher trans que, muito provavelmente, já sofreu nas mãos da minha prima, a dita cuja Marlene. Ela parecia pronta para o combate e, quando eu estava prestes a falar alguma coisa, Raiane tomou a frente com seu jeito diplomático.
— Oi, tudo bem? É um prazer te conhecer! Queremos conversar um pouco com você sobre uma aluna daqui.
Sabrina ainda com uma pose de desconfiança, olhou para nós atravessada e rebateu:
— Tudo ótimo... Sobre quem vocês querem falar?
— Sobre minha prima, seu nome é Marlene Castilho. — Tomo a frente de forma educada, tentando dar um pouco de confiança a Sabrina.
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Afogue as Lágrimas - Histórias Baianas • Livro 3 (Romance Gay)
RomanceMiguel Castilho enfrenta dificuldades após a perda de sua mãe. Ele precisa equilibrar sua relação com um pai conservador e uma irmã egocêntrica, enquanto busca entender a si mesmo. No entanto, o jovem também enfrenta um desejo proibido por um membr...