Capítulo Revisado
Pode haver erros, se encontrarem, indiquem.
Boa leitura!
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Em meu quarto não consigo ficar em paz.
Os gritos de meu pai e Raiane são altos o suficiente para que eu possa escutar tudo. Ele parece muito estressado, talvez até com ódio e com a voz embargada.
Desconta todo seu ódio em alguns móveis, acredito que do meu quarto mesmo. Talvez a forma dele externar o ódio em relação a mim, seja quebrando coisas que tem relação comigo.— O senhor enlouqueceu?! Para... — Raiane pediu em desespero.
— Tem ideia do que o Miguel é? Ele acabou de me falar que é...
— Veado? Eu ouvi e isso não importa. O senhor tem que se acalmar está nos assustando, para com isso.
Meu riu, parecendo descrente do que acabaou e ouvir.
— Está defendendo ele?
— Estou defendendo a nossa família, tentando manter todo mundo junto. — ela parecia chorar. Sua voz está embargada. — Eu juro que tentei entender o seu lado... Passei pano para tudo o que o senhor fez, achando que fosse por conta do luto. Mas não dá mais para te defender. Todas as vezes eu fiquei do seu lado e contra o Miguel, mesmo ele estando certo na maioria das vezes, apenas para te proteger. Só que o senhor já ultrapassou todos os limites.
As acusações de Raiane me fazem ficar surpreso e é inevitável soltar algumas lágrimas. Me arrependo de todas as vezes em que a xinguei, a tratei mal e com indiferença. Por causa de todas as nossas brigas e problemas pessoais, acabei por me esquecer que Raiane ainda é a minha irmã e talvez eu não tenha dado o apoio necessário a ela.
Claro que isso não apaga as coisas horríveis que ela já falou, mas cabe a mim, ajudar a mudar essa sua mentalidade.
— Eu não aceito! Não aceito! Ter um filho veado! — gritou algum palavrão, mas não ouvi pois tapei minhas orelhas. — Só quero saber com quem aquela bicha estava fudendo.
Ouço seus passos se aproximando do meu quarto, mas ele passa direito no corredor e desce as escadas. Toques leves em minha porta chamam a minha atenção. Penso ser alguma armadilha de meu pai para entrar e me machucar.
— Guel, sou eu.
Abro a porta e deixo Rai entrar. Está com os olhos vermelhos e inchados por conta do choro.
— Sinto muito. — Murmuro com a minha cabeça baixa.
Ela me abraça de súbito, me tirando um suspiro de espanto. Sua cabeça se aperta contra meu peito e seus soluços se tornam mais fortes. Rodeio se corpo com meus braços, tentando passar um pouco de tranquilidade, porém, por dentro, estamos desabando.
Espero ela se acalmar e me afasto. Vou até minha cama, me sento, a olho e peço:
— Tranca a porta. Se não ele vai entrar aqui em algum momento. Não sei o que ele pode fazer comigo se...
— Ele não vai te machucar — afirmou um pouco titubeante. — pode estar zangado, mas ele nunca te faria mal.
— Queria acreditar... Mas o soco que ele me deu e ter me jogado em cima da mesa de centro, me dizem o contrário.
— Foi em um pico de estresse, ele não vai fazer isso de novo. — Garantiu, mas não acredito.
— Não consigo acreditar, Raiane. Depois de todas as coisas que ele já me falou sobre pessoas como eu — vejo ela crispar os lábios me encarando um pouco receosa. — Ameaças de morte e espancamento... Você estava junto também, não é? Quem me garante que não vai ajudá-lo?
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Afogue as Lágrimas - Histórias Baianas • Livro 3 (Romance Gay)
RomanceMiguel Castilho enfrenta dificuldades após a perda de sua mãe. Ele precisa equilibrar sua relação com um pai conservador e uma irmã egocêntrica, enquanto busca entender a si mesmo. No entanto, o jovem também enfrenta um desejo proibido por um membr...