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- Muito boa tarde a todos. Como já sabem o meu nome é Pantalone, e sou um dos mensageiros da Tsaritza. Amanhã começarei a observar cada um de vocês, os que eu escolher viram comigo, e serão treinados sobre o meu domínio. - A voz de Pantalone era uma melodia cheia de espinhos. Ksana arrepiou-se. - Por isso, peço que mostrem o vosso valor, e talvez sejam recompensados.

- Não quero ir com ele...- Millei sussurrou de forma a que Nicholai e Ksana ouvissem.

-Muito menos eu. Ele pode ser o mais rico dos Fatui, e até dono do banco de Liyue, mas não quero de forma nenhuma permanecer debaixo das suas garras. - Nicholai, cruzou os braços enquanto falou, recusando totalmente a ideia que se formava na sua mente.

- Dinheiro... - Dinheiro era o que Ksana precisava para tratar Toorou.

- Disseste alguma coisa? - Millei aproximou-se, mas Ksana abanou a cabeça e perdeu-se em pensamentos, ignorando o discurso dos dois homens no palco do anfiteatro.

Toorou tinha uma doença cancerígena, piorava a cada dia que passava, mal comia ou bebia, não tinha força nem para se levantar da cama. Raramente falava ou interagia com o mundo a sua volta. Mas recusava-se a perecer perante a doença, como se ainda lhe faltasse fazer alguma coisa no mundo.

Havia-a salvado de ser morta pela ordem do abismo, Ksana tinha pouco mais de 10 anos nessa altura, viu os seus pais morrerem a sua frente.

Embora o trauma permaneça bem fundo na sua alma, as memórias dessa altura são retorcidas, mas lembrava-se que se escondera debaixo dos corpos dos mortos dos seus falecidos pais durante tempo suficiente para sobreviver ao ataque.

A ordem do abismo destruía, tomava o que queria, e matava tudo no seu caminho, transformando o que lhe poderia ser útil em armas para seu uso.

Fossem humanos ou não, para eles nada tinha valor, senão a sua causa, afinal de contas: são monstros.

Depois da partida da ordem do abismo, Ksana saiu dos escombros, enterrou os seus pais na cova que fez com as próprias mãos e chorou a sua morte.

Caiu na sua frente um pingente de cor azul brilhante. Uma visão. As seguintes palavras tomaram forma na sua mente:

"Quando a ambição de uma pessoa atinge uma certa força, os deuses olham para ela com favor"

Ksana não queira morrer sem vingar os seus pais. Talvez por isso lhe tenha sido dada uma visão.

O sentido de tempo perdera-se ao fim do 5 dia de fome, já não sabia nem onde estava, onde procurar comida ou quem era.

Foi aí que Toorou e alguns outros Fatui a encontraram, desfalecida sobre o túmulo dos pais.

Levaram-na consigo para o seu acampamento, alimentaram-na, deram-lhe de beber e entreteram-na. Mas nunca mais a deixaram voltar atrás, ou visitar os seus pais

Foi forçada a aprender a manejar uma espada, a usar a sua visão e a lutar. Em troca receberia a honra de se tornar um membro dos Fatui.

Toorou adotou-a oficialmente quando chegaram a Sheznaya.

No mesmo dia levara-a para sua casa, mostrando-lhe a cidade nos dias seguintes.

Toorou sempre saia, permanência fora até às 17. Ksana fazia as coisas de casa. Lavava roupa a mão, cozinhava - coisas que tivera de aprender primeiro - fazia compras e geria a casa.

Ao fim de 3 anos, Toorou levou-a até Pierro e foi aí que a sua vida como recruta começou.

Foi também por essa altura que Toorou adoeceu. Ficando de cama logo ao fim de duas semanas, paralisado no tempo.

•[Sunflower]• Childe x OcOnde histórias criam vida. Descubra agora