•[Sunflower]• Childe x Oc

15

- Não tem graça. - Ksana chutou uma pedra no caminho enquanto cruzava os braços.

- Oh. va la. Foi. Muito. Engraçado. - Childe não conseguia falar de tanto rir. Deixando novamente Ksana envergonhada.

Para defesa da jovem mulher ela nunca tinha visto uma foca, e quando o animal saiu de perto da cascata a primeira coisa que ela se lembrou foi do aviso idiota do seu companheiro de viagem. A foca apenas queria seguir a vida dela, mas acabou fatiada em alguns pedaços generosos.

- Era tão fofa...e eu matei - O comentário triste de Ksana, apenas aumentou a gargalhada do ruivo. Pelo que a mesma optou por não dizer mais nada até que ele se voltasse a esquecer.

Estavam cada passo mais próximos da nação de Hydro, e ao longe já podiam ver os edifícios da cidade, porém não passavam de borrões e ainda iria demorar até lá chegarem.

- Está a escurecer. - Ksana informou olhando o céu. - Paramos?

- É melhor, não venha para aí outra foca... coitadinha....-  Ksana tinha a impressão de ter adotado uma criança de 10 anos.

Já haviam acampado e pernoitado várias vezes desde a partida de Sheznaya, por vezes Ksana não conseguia dormir descansada pois o chão não ajudava, mas recentemente descobriu que se colocasse alguma ramos nus, e folhas por cima até cobertas por um dos sacos cama que Childe tinha trazido, até não era muito mau.

Já estava quase de noite, e não havia qualquer sinal de Tsaritsa no seu cérebro. Ao menos....não tinha presenciado o "ataque mortal da Foca" como Childe lhe chamava.

- Vou buscar lenha. - Childe apenas grunhio em concordância, e continuou a montar a tenda.

Nesta viagem Ksana viu novas formas de usar a sua visão, para além de lutar. Mas tentasse o que tentasse, a visão cryo no dava para muita coisa, embora manipulasse o elemento Hydro com grande facilidade.

Se tivesse uma visão Geo, era fácil quebrar uma árvore. Mas por agora, teria de ataca-la com o machado que, não, pedira emprestado a Childe.

Era comum ao treino de bater nos bonecos na base dos recrutas, e Ksana relembrava-se muito bem dos momentos divertidos que passar na companhia dos seus dois amigos... Nikolay esta morto...nunca mais se voltariam a reencontrar para partilhar esses momentos.

Quando finalmente a árvore cedeu perante a força do impacto do machado uma lágrima gelada desceu pela face de Ksana, congelando assim que embateu no chão.

Da mochila que também, não, tinha pedido emprestado tirou uma corda grossa, qual amarrou o tronco e pegou ambas as pontas, era mais fácil puxar assim. Ja não tinham madeira para a viagem e uma árvore, mesmo que pequena, como está daria muito jeito.

Não era novidade puxar um tronco, os Fatui faziam isso todos os sábados para melhorar a resistência. Nunca se sabia quando podiamos precisar de puxar o corpo de alguém. Não mun sentido macabro, mas sim num sentido de puxar um companheiro ferido.

A vida como Fatui era dura, fora de Sheznaya. A qualquer momento podiam ser atacados, estivessem ou não, a fazer algo. Era como se a nossa organização estivesse errada. Como se o mundo que nós queremos fosse errado. Só queremos paz, sempre quisemos paz.

Ksana ia puxando o tronco, mas enfrentava agora uma pequena colina. Sorriu, gostava do desafio. Apartou uma das pontas da corda, deixando a outra para trás, era suficiente para que a prendesse ao topo da colina. Não se lembrava de ter descido por ali, devia ter trocado andado as voltas enquanto procurava pela árvore.

Uma estaca prendia agora a  corda no topo da colina, enquanto Ksana se apressava a descer para puxar a outra corda e assim o tronco viria até ao topo bem mais facilmente. E foi exatamente isso que aconteceu, sobre a camada fina de folhas o tronco deslizou pouco a pouco.

Olá! - A voz de Tsaritsa vez se ouvir pela primeira vez em horas. Ksana suspiro.

- Olá Tsaritsa. - Ksana continuou a puxar o tronco.

O que eu perdi? - A imagem da Arconde sentada num trono feito de gelo preenchia o sub consequente de Ksana.

- Nada de importante. - Tentou não pensar na pequena foca morta.

E como vão as coisas com o Ajax? - De alguma forma a voz de Tsaritsa parecia aquecer um pouco quando falava do ruivo.

- Na mesma. Acho que já devo ter estado perto da morte umas....2mil vezes só hoje. - Ksana riu.

Um riso leve percorreu a mente de Ksana, a Arconde realmente era doce...maior parte das vezes...

- Posso saber como está Toorou? - Era algo que não lhe saia da cabeça, por mais que tentasse, por mais que fizesse para não se lembrar. O seu pai adotivo permanecia no seu pensamento.

Está estável

- Promete que se algo lhe acontecer, me dizes. - O tronco da árvore já havia subido a colina e estava agora num sítio mais fácil de arrastar até ao acampamento.

Não sou morax, não faço contratos - Tsaritsa parecia agora fria.

- Morax?

Preciso de ir ver uma coisa.

E foi assim que pela segunda vez hoje, Tsaritsa deixou Ksana a sos.

Tal como de quando falara da a antiga Arconde Hydro, Morax pareceu trazer alguma tristeza a Arconde. Iria perguntar sobre essas duas pessoas a Childe.

- Ah já me estava a perguntar se tinhas fugido. - Uma sombra grande pairou sobre Ksana. - Oh, essa é uma boa árvore.

Childe sorriu, tirando as cordas a Ksana e começando a puxar o tronco.

- Não ia fugir, seria estúpido.

- Aja alguém prudente entre nós.

- Childe. Quem é Morax? - A pergunta de Ksana pareceu ficar no ar durante algum tempo, enquanto o ruivo tentava que o tronco passasse por cima de um aglomerado de pedras.

- Essa é fácil. É o Arconde que em tempos governo Liuye. A cidade para onde vamos.

- Ele tem alguma relação a nossa Arconde?

- Que eu saiba, apenas ambos lutaram lado a lado. Digamos que não me interessam os mexericos dos Arcondes. Apenas se tiver algo que eu queria para mim. - A voz de Childe tornou-se gananciosa.

- E a antiga Arconde Hydro? O que sabes sobre ela? - O acampamento já estava a vista por esta altura.

- Está morta.

Na voz de Childe era notório uma indiferença gigantesca, era como se falar de alguem morto fosse a algo sem relevância.

Talvez Tsaritsa gostasse da antiga Arconde Hydro, e sentisse falta de lutar com Morax? Talvez as mudanças de humor e o desaparecimento fossem só... saudade?!

° Nota da autora: Mais um!