As pessoas apinhavam-se a entrada do recinto, o cheiro típico de todas as comidas de feira e épocas festivas juntavam-se e criavam uma espécie de atmosfera própria.
Havia crianças nos populares jogos de feira, quando Ksana passou por uma pequena piscina com bolas e peixes pode ouvir a frustração de uma das crianças ao perceber que perdeu não só o jogo, como o dinheiro que investiu.
Distraídos de mais para repararem numa capa escura que se movimentava através da multidão, ninguém reparou quando Ksana cortou a esquerda de uma banca de venda de bilhetes para algum espectáculo e descobriu o rosto apenas por um momento para respirar e olhar a volta, sem a sua visão periférica ser cortada pelo capuz.
Desta vez os recrutas haviam se esmerado, as luzes e a forma como logisticamente o espaço fora aproveitado fazia com que a praça parecesse duas vezes maior, mas a grande atração seria sempre o grande palco no centro.
Ksana sentiu uma pontada de inveja por não ter uma vida normal como os outros recrutas quando um grupo deles passou por ela, corriam animados falando sobre algo que Ksana não conseguiu apanhar.
Voltou a colocar o capuz sobre a cabeça e avançou, perguntando-se de Millei saberia da morte de Nicholai, e se soubesse como ela estaria...
Mais a frente uma banca de comida exalava um cheiro apetitoso, o estômago de Ksana protestou. Olhou em volta não havia nenhuma cara familiar, aproximou-se do balcão de madeira.
- Boa noite. - O homem subiu os olhos da frigideira a sua frente para cumprimentar a recem chegada.
- Boas. - Ksana tentou ao máximo disfarçar a voz.
O homem colocou-lhe sobre a bancada o cardápio, com o indicador Ksana apontou o prato que queria, e esperou.
Sentada de lado no banco observava tanto a rua como a cozedura dos ingredientes, quanto mais próximo do ano novo mais pessoas se juntavam, seguindo o caminho até ao palco, como uma procissão.
Pensando bem, Ksana poderia ser uma deles, se a situação fosse outra...as pessoas sentiam-se honradas e importante por o maior cargo dos Fatui lhe vir dar o bom ano e as habituais palavras de afirmação e segurança. Tsaritsa seguiria o fio do discurso e faria uma breve aparição, desaparecendo de novo por mais um ano dos olhos do público.
Por esse mesmo motivo as pessoas pensavam que quem governava atualmente eram os Fatui, e não a Arconde. Até mesmo dentro das salas e corredores do quartel da organização se espalhavam conversas de que Tsaritsa teria entregado parte do seu poder a Pierro.
Assim sendo, não era de forma alguma irracional que Tsaritsa tivesse um extremo cuidado em pedir e alcançar informações. Se fosse verdade e Tsaritsa se tivesse cansado de governar então estaria tudo bem. Mas se Pierro estivesse a tentar usurpar o poder das mãos da Arconde...
- Aqui está. - Um prato de comida fumegante foi colocado em frente de Ksana.
Agarrou o garfo e tentou comer o mais rápido possível, queria ver o que Pierro iria dizer este ano. Mas a sua maior curiosidade estava em Tsaritsa.
- obrigada. - Em cima do balcão Ksana meteu uma nota dada de presente por Cristin. Com certeza o valor era superior ao preço do prato, nas ela não podia ficar parada por muito tempo.
Lá por não parecer que não andassem a sua procura, sabia muito bem quem eram os Fatui.
Afastou-se da banca e seguiu por um caminha paralelo ao que a generalidade das pessoas percorria.
Um impacto seco no seu flanco direito vê-la cambalear.
O estado de alerta dado pelo cérebro ao corpo foi como um choque. A sua espada materializou-se na sua frente, Ksana pegou o cabo e preparou-se para qualquer outra investida.
- Oh, sou sou eu! O Teucer! - Ksana piscou os olhos e olhou para a sua cintura, um rapaz de cabelo alaranjado e gorro se piloto olhava-a um pouco assustado.
- Desculpa, desculpa.
Ksana guardou a espada um pouco cedo de mais, apenas sentiu a colisão de um punho do seu queixo, mordeu o lábio com o impacto e assim que engoliu a saliva o gosto a ferro indicou-lhe que tinha o lábio ferido.
- Irmão! Não para, é minha amiga, é ela que vai deixar as tuas cartas todos os dias!...Ou pelo menos ia...- Teucer pareceu triste por um momento, mas logo se recompôs,. colocando-se entre os dois.
Irmão, carta. Sera ele um Fatui? Com certeza que sim!
Ksana observou-lhe a roupa e lá estava o brasão dos Fatui um pouco por toda a sua capa preta.
Que azar!
- Como te chamas?! - A voz do ruivo era ríspida, mas noto-lhe algum divertimento na voz, como se tê-la socado fosse divertido.
Narcisista!
- Ksana. - Foi Teucer que falou. Automaticamente Ksana procurou nos olhos do Fatui algum sinal de reconhecimento.
Não havia nada na expressão facial ou nos olhos de Ajax que comprovasse nada. Ksana espeliu o ar preso nos pulmões ao fim de todo aquele tempo.
- Peço desculpa por ter causado este desentendimento, vou embora agora. Com licença. - Ksana aproveitou que os dois irmos falavam sobre a entrega das cartas e saiu o mais depressa possível em direção ao palco.
Não iria conseguir ver Pierro ou Tsaritsa com toda aquela multidão, mas isso era bom. A mochila com a caixa dourada ainda estava as suas costas por dentro da capa.
Iria ter de pedir desculpa por o horário da queima da caixa não ser o que Cristin pediu, mas puxar fogo a madeira no meio de uma multidão não era a melhor forma de ser discreta.
O palco foi iluminado, deveria faltar pouco para que Pierro subisse ao palco e desse ordem para que os fogos de artifício brilhassem no céu.
O burburinho das pessoas a sua volta fazia-a ficar com dor de cabeça. Queria concentrar-se só no que estava a sua frente o enorme palco, e não nas conversa aléias.
Mesmo não tendo os olhos no palco Ksana sabia que Pierro o havia subido, a multidão calou-se.
- Boa noite meus caros amigos! Espero que o se encontrem com saúde! Iremos começar a contagem regressiva apartir do 10 em pouco segundo! - A multidão preparou-se e ao sinal de Pierro o som de milhares de pessoas ecoou pelo céu. Seguidos pelos gritos e assobios efusivos da multidão.
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•[Sunflower]• Childe x Oc
FanfictionKsana é uma jovem recruta dos Fatui. Adotada por um Fatui quando os seus pais morreram, espera agora conseguir agradecer-lhe por tudo. Porém o seu pai adotivo, Toorou, encontra-se em estado grave, com um cancro misterioso. O objetivo da jovem mulhe...