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A jornada até Liyue parecia um longo caminho, provavelmente demoraria um ou dois meses. E estar presa tanto nas mãos como nós pés dificultava o andar.

- Não matei ninguém para estar nesta situação! - Ksana disse as mesmas palavras desde de que partiram de Sheznaya a 3 dias.

- Ordens. - E Tartaglia respondia da mesma forma desde a 3 dias.

Ksana resmungou algo entre dentes, mas continuo a andar tento não tropeçar nem cair na neve fria.

A viagem foi descrita por Childe como exaustiva mas bonita, a ideia da mudança entre a neve e o frio para uma paisagem como a primavera cheia de cor e sol, até deixava Ksana alegre. Só queria que Toorou estivesse ali com ela e não aquele monte de narcisismo.

- Queres parar para descansar? Está quase de noite. - Tartaglia parou, colocou a mão tipo pala sobre os olhos e olhou o sol já a por se atrás de uma montanha.

- Se está quase de noite porque estás a fazer isso? - Ksana imitou o gesto da pala.

Em troca só recebeu um olhar confuso e irritado.

Suspirou pesadamente, podia ter uma vista belíssima a sua frente cheia de neve e árvores brancas e também alguma rosas com a pelagem de inverno mas não conseguia parar de pensar nas pessoas que deixava para trás. Os avós de Nicholai e Toorou.

Perguntava-se como estariam os idosos na ausência do seu regresso. Talvez pensassem que havia fugido, sido apanhada ( que fora) ou até que tivesse morrido.

- Vou tratar do jantar. Podes sentar te. - Talvez Tartaglia tivesse achado que estava a ser muito meigo, porque logo arremessou - Ou então fica aí de pé.

Ksana não lê respondeu, apenas continuo no mesmo sítio.

Pelo canto do olho viu o ruivo tirar o arco e algumas flexas. A posição de ataque dele era um pouco estranha.

- Porque fazes isso? - Ksana questionou a postura do Fatui .

- Porque é desafiante. - Tartaglia mirou uma das raposas debaixo de uma árvore.

- Não é assim que se faz. - Ksana não tinha dom para armo, mas tinha certeza absoluta que a postura estava incorreta. - Tomara que falhes.

- Se eu falhar não comes. - Um sorriso de canto formou-se levemente no canto esquerdo da boca.

Quando Tartaglia fechou os olhos, e disparou Ksana prendeu a respiração, a flecha passou tão perto da sua orelha que pensou apenas por um momento que ela era o alvo.

- Eu não falho!!! - Tartaglia estava agora a descer a colina, correndo em direção a não uma, mas duas raposas trespacadas por apenas uma flexa.

Ksana não pode deixar de reconhecer ou o talento ou a sorte. Mas o principal estava provado: Ajax era realmente muito manipulável através da desconfiança das suas façanhas.

-Muito bem, gostei

A voz de Tsaritsa ecoou na mente de Ksana, a mesma olhou em volta mas continuava na montanha.

- Não pensaste que me tinha esquecido de ti pois não? - Ksana tentou parecer o mais natural possível enquanto ouvia Tsaritsa na sua cabeça.

- se me responderes por mente consigo ouvir-te. - A voz informou.

- Porque queres que o faça?- Ksana já não aguentava mais não ter a certeza do que a Arconde lhe fizera.

- Irás saber, quando for a hora certa. Por agora continua a tentar infiltrar-te no coração do Fatui.

Na noite em que saira de Sheznaya fora chamada até Tsaritsa, e fechada naquela sala fria com a Arconde ouviu-a sem ter hipótese de refutar e prometeu, em troca da saúde de Toorou, fazer o que lhe fosse pedido.

- Ele não tem coração - Tsaritsa riu perante a resposta.

- Até o mais forte deles tem um coração. Só precisas de lá chegar. - A voz de Tsaritsa parecia fraquejar.

- Agora...não sei como vamos acender uma fogueira...- Childe chegou com ambas as raposas, já arranjadas e lavadas.

- Lavaste-as com a tua visão? - Ksana riu

- Que? Dá jeito. - Childe pousou as raposas na neve e olhou a volta.

- Se me desamarrasses ainda podia tentar ajudar...

Tartaglia pareceu ponderar, mas logo fechou a cara e partiu para dentro da mata.

Ksana não o entendia, tão depressa estava de bom humor como já não falava ou era ríspido sem sentido. Quer dizer não que quisesse ser amiga dele, mas queria que Toorou vivesse.

Caminhou até a um dos bancos feitos de um pe de carvalho e sentou-se.

As cordas atadas aos tornozelos com certeza e pelo desconforto que sentia já estava a fazer ferida.

- Queima-a. - Ksana apenas fez uma cara confusa a voz de Tsaritsa.

- Estás sempre na minha cabeça? - Ksana corou, pensando em todas as coisas idiotas que pensava.

- Não, sou vim ver como estavas.

- Como queimo? - Ksana olhou a fogueira, estava apagada.

- Quando ele voltar, pede para ires fazer necessidades, depois esfrega a corda com força num tronco, vais ver sair fumo, continua e já está.

- Já estiveste presa? - Ksana estava surpresa.

- Já vivi muito. - E com isto a Arconde desapareceu.

Ksana esperou mais um pouco e por fim do meio das árvores viu uma cabeça cor de laranja.

- Ajax...Tartaglia - Corrigiu. - Preciso de ir a um sítio.

Com os braços carregados de lenha o ruivo não parecia tão intimidadorio.

- Não tem sítio nenhum para ir. Estamos no meio do nada. - Tartaglia largou a madeira no chão.

- Está bem. - Ksana levantou-se, para sua sorte tinha as mãos atadas na frente do corpo. - Ainda que com dificuldade, começou a tirar as blusas de dentro das calças.

Quando Ajax ouviu o som de roupa a ser despida olhou rapidamente, não fosse Ksana ter uma arma escondida. Mas ela estava agora com as mãos na bainha das calças.

- Ok. Espera. Vai para ali. - Ajax apontou para a arvore mais próxima, voltou as costas e agachou-se tapando a cara de ambos os lados.

Ksana sorriu, e agradeceu a Tsaritsa que gargalhava na sua cabeça.

Quando se encontrou atrás da árvore, fez o que a Arconde indicou, e ia fim de 4 dias de viagem, pode se sentir um pouco mais livre.

•[Sunflower]• Childe x OcOnde histórias criam vida. Descubra agora