Capítulo 16 - Nós Podemos Quebrar

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Pov Moira

Eu queria ser domada, ter minha boca calada e preenchida. Seus braços fortes me obrigando a continuar, seu quadril batendo com força no meu corpo. Me mostrando que posso ser contida, domesticada. Que eu não tinha o poder que eu pensava. Precisava de alguém para tirar minha arrogância, a superioridade de uma vida de abundância e luxo exagerado.

No chão duro e tinha que ser com força.

Mas Charles continuava pressionando meus pulsos contra o móvel atrás de mim e me beijando com calma. Sua língua se arrastava pela minha com suavidade, seus lábios abriam e fechavam envolvendo os meus e os deixando molhados.

Torci os pulsos a fim de soltá-los e Charles os apertou ainda mais, quase ao ponto de me deslocar, a dor percorreu meu antebraço como um choque me fazendo gemer.

-Te machuquei?

-Não importa - passei a língua pelo lábio inferior e o mordi com força o suficiente para sentir o gosto de ferro.

-Espere.

Charles me afastou e eu busquei seus lábios, ele fechou mais sua mão, meus ossos estalam sob elas.

- Charles, por favor.

- Calma, eu vou te dar o que você quer, mas não assim.

- Eu gosto assim.

- Não, não gosta.

Ele apertou os lábios e soltou meu pulso pouco a pouco, subindo até meu rosto onde ele apoiou a palma. Sua pele áspera arranhou minha bochecha, estava fria mas se aqueceu rápido em meu rosto.

Não entendi porque mas sentia uma necessidade imensa de fechar os olhos, eu o fiz por alguns segundos e quando os abri encontrei os dele. O azul intenso me hipnotizou, me obrigando a me acalmar.

Meu peito subia e descia cada vez mais devagar e quando se tornou aceitável ele me beijou, permiti que o fizesse, lento e subiu sua outra mão pelo meu braço alcançando o outro lado do meu rosto.

Segurei seu corpo afundando minhas unhas em sua pele e Charles fez uma pequena objeção de dor mesmo que continuasse a me beijar do mesmo jeito. Inaceitável.

Coloquei as mãos em seu peito e o empurrei e, ao invés de me soltar, Charles passou o braço pela minha cintura. O empurrei mais forte e fui abraçada ainda mais, a mão dele na minha lombar me fazendo ficar contra seu corpo e a outra no meu pescoço me forçando em seu beijo.

Aquilo me deixava furiosa, fechei o punho e bati com toda força contra seu peito. De repente eu estava chorando.

Charles se afastou, me olhando horrorizado. Caminhei pela sala de um lado para o outro com os pensamentos confusos rodando na minha cabeça.

- Eu te machuquei?

- Não - me virei para ele depois de secar as lágrimas - esse é o problema. Eu te disse como eu queria. Eu sei que salvei sua vida, mas não precisa ser carinhoso comigo por isso.

- Não estou sendo carinhoso porque me sinto em dívida. Salvei sua vida também.

- Achei que tinha dito que foi cortesia profissional.

- Que seja, Moira . Mas você está insatisfeita, está frustrada. Porque não aceita o que eu tenho pra te dar?

Eu não respondi, como poderia? Olhei seu corpo de cima a baixo, as cicatrizes de queimaduras e cortes pelo tronco e braços pareciam contar histórias. Queria ouvi-las então assenti.

Charles me deu as costas andando devagar em direção ao quarto sem dizer uma palavra. Pela primeira vez eu não sabia o que fazer, estava com medo. Assustada demais para segui-lo mas mesmo assim fiz.

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