Capítulo 23 - Sacrifício

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Pov Charles

Puxei a espada do coldre na cintura enquanto corria até Moira. Ela se arrastava, lançando feitiços estuporantes no android que planava a dois metros do chão, os raios pareciam nem atingir seu corpo de metal.

Levantei a espada bloqueando um ataque que ricocheteou atingindo a parede, deixando-a trincada com a força.

- Vem, vou te ajudar a levantar.

Moira se agarrou em mim e enquanto eu a levava para longe vi Bentley correr.

Ele já havia percebido que nenhum feitiço faria efeito. Mordaque saiu em disparada e subiu na mesa em um salto a usando como impulso para se lançar no ar, a sola da bota atingindo as costas do andróide, seus jatos falharam e o inimigo caiu batendo um dos joelhos no chão.

Vi suas mãos levantarem e dispararem feitiços pela palma que ascendia em cor de fogo, atingindo tudo em volta. Virei Moira contra uma pilastra e segurei seu rosto.

- Foi atingida?

- Não, eu estou bem - ela tentou firmar as costas no concreto mas voltou a se dobrar levando a mão a costela quebrada - alguma ideia de como derrotá-lo?

- Mordaque descobriu um jeito, força bruta.

- Não parece bom.

- Não temos como fugir.

- Que ótimo - ela bufou, péssima hora para ser mal criada.

- Vamos amassar e danificar a lataria, tentar invadir o interior, encontrar uma bateria ou algo assim.

- Te dou cobertura.

- Eu ajudo - Vivien parou ao lado de Moira e conjurou uma marreta pesada - no três?

Ela queria provar de que lado estava. Eu assenti e olhei para Moira uma última vez, suja, machucada, cansada, linda.

- Três.

Avancei para o android, o grito saindo do fundo da garganta. Vi os feitiços de Moira passarem por cima da minha cabeça e a marreta de Vivien atingir o inimigo ao mesmo tempo que minha espada.

O androide se dobrou para frente me dando a visão do que estava atrás dele, Mordaque desferia golpes com as pontas de ferro de suas botas e, mais afastado, Dominic lançava pedras com sua varinha.

Éramos quatro e nossos golpes mal amassavam a lataria da criatura.

- Se concentrem em um ponto, no abdômen.

Os outros me atenderam, desferindo golpes com toda a força no tronco. O robô levava algum tempo para recarregar de modo que tínhamos que desviar vez ou outra. Sentia minhas forças acabando, precisava de algo mais forte.

- Dom? - Moira gritou - aquela.

Ioannou levantou a pedra que Moira apontava, do tamanho de um carro pequeno, ela vibrou sobre sua varinha. A magia dele estava enfraquecida e ele próprio parecia esgotado mais uma vez.

- Agora - eu gritei para Dominic.

Nos afastamos em um salto e ele soltou a pedra em cima do android que levantou as mãos para cima com agilidade, lançando raios avermelhados na rocha, ela se partiu em milhares de pedaços que ricochetearam para todo lado.

Um estilhaço afiado passou pela minha testa criando um corte profundo, tudo ficou turvo e vermelho como uma cortina.

Moira chamou meu nome, gritou para Dominic me ajudar, ouvi Vivien chorando a minha direita e torci para que as pedras não tivessem lhe custado a outra perna.

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