Capítulo 25 - A Profecia

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Pov Charles

Acacia apareceu no instante em que completei a ligação, tensa, sentada em cima de uma das mesas da taverna, ao lado dela estava Einar, concentrado em enfaixar suas mãos ensanguentadas.

- Weasley? Eu tentei te chamar uma centena de vezes.

- É, pelo jeito cada pedaço da chave de portal tem uma função, mas olha, preciso da sua ajuda.

- Antes, deixa eu te contar o que descobri ou melhor, o que Einar tirou do Bardo.

- Não, isso é mais importante. Precisa evacuar a ilha.

- Você some por dias e acha que é só pedir e vou colocar toda a baía no carro e ir embora?

- Não só a baía, a vila também corre perigo.

- É impossível, a água não voltou. Os barcos ainda estão presos.

- Droga, mande uma coruja então. Quanto mais gente conseguir escapar é melhor.

Ouvi um rosnado baixo e profundo da vegetação ao meu lado, virei a cabeça lentamente mas não consegui enxergar nada com a escuridão.

- Charles, escute - Acacia pareceu realmente preocupada - tem uma profecia.

- Sabemos sobre a profecia. Mas eu vou ficar bem, lhe garanto isso.

Um galho se quebrou e olhei por cima do ombro mais uma vez, nada. Apalpei a coxa a procura do canivete que também não estava ali. Moira não tinha devolvido.

- O que você tem a ver com isso, Charles? A profecia é sobre uma garota. É a Moira. Ela é a guardiã.

- Moira? Ela não se importa tanto assim com nenhum animal.

Mas então me ocorreu, na ponte, ela não precisava voltar, arriscou a vida pelo Brutus por vontade própria. Assim como para fugir da catedral, mesmo machucada o carregou no colo e quando perguntei se morreria por alguém, ela nao olhou para baixo por vergonha, ela olhou para o cão.

- E, Charlie? - fitei os olhos profundos de Acacia - ela morre.

Não tive tempo de processar isso, Einar olhou para um ponto fixo atrás de mim e se levantou subitamente. Acácia conseguiu gritar 'Charles, cuidado!'.

Me virei para trás e senti algo pesado batendo contra a minha têmpora com toda a força. Devo ter desmaiado porque vi uma casa pequena em um campo gramado onde hipogrifos corriam em círculo. Eu estava lá e Moira também mas além disso era tudo em branco como se o mundo não existisse e era bom, mas a cabeça começou a latejar e doer absurdamente.

Com os olhos semi cerrados eu vi Vivien e estendi a mão para ela, pedindo ajuda para levantar e então outro golpe, dessa vez no ombro e veio dela.

- Eu não tenho certeza se você também tem que morrer mas não dá para perguntar no momento.

Ela levantou a marreta mais uma vez, um rugido característico de leão da montanha me deixou ainda mais tonto, só vi a sombra do animal pulando sobre Vivien e a derrubando no chão e novamente, devo ter desmaiado porque acordei com uma dor terrível e uma visão nada agradável.

- Dom? Ponha uma roupa.

- Estou tentando ajudar você. Ingrato.

Ele se afastou e minha cabeça caiu outra vez, pouco depois ele voltou com uma túnica feita de cobertor e me ajudou a levantar.

- Onde ela está?

- Eu a coloquei sob custódia para interrogatório da auror em exercício.

- Onde ela está?

GarrasOnde histórias criam vida. Descubra agora