Seis

4 2 0
                                    

Já faziam duas semanas que eu estava naquele passado, a irmãzinha do Manjiro tinha me convidado pra ir até a casa dela prometendo uma noite de brigadeiro e pipoca assistindo filmes e conversando, então, como a boa cunhada que eu sou, eu fui.

Bati na porta e ela veio me atender normalmente, ela me cumprimentou e sorriu largo, mas quando apertou minha mão, senti o mesmo choque e abri os olhos, Manjiro estava a minha frente.

Então ele está vivo.

- Manjiro! - Exclamei animada, mas ele ainda me encarava, o que me levou a entender que a situação não era das melhores.

- Por um acaso você acha que eu sou um tipo de posse?! Você acha que pode ir embora e depois voltar como se nada tivesse acontecido? Foram anos Natally, anos.

Senti uma culpa se afundar no meu peito, meu estômago doeu.

- M-manjiro...

- Por que?! Por que você voltou?!

- Por que eu prometi. - Sentia que as lágrimas iam descer. - Eu disse que sempre te amaria, não foi?

- Você sempre vai embora quando eu faço algo errado, eu sou uma piada pra você por um acaso? - Seus olhos tremiam, até então, Eu achei que ele tivesse com raiva de mim, mas não, ele estava magoado.

Manjiro estava magoado comigo.

- Eu... - Me repreendi por não saber como reagir. - Por favor, me desculpe por isso. Eu prometi que te faria feliz e - Lágrimas escorregam dos meus olhos, minha voz ficou fina. - e eu te magoei, me desculpa.

Manjiro se levantou e me abraçou, me apertou e limpou minhas lágrimas, então, me olhou e disse: - Você sabe que eu não gosto quando você chora, Lewis.

Realmente, esse era o homem que eu precisava pra mim, só me lamentei que o seu cheiro me fez voltar ao passado novamente, queria ter aproveitado mais um pouco do seu abraço forte, como se eu fosse fugir a qualquer momento.

Emma estava na minha frente segurando dois filmes na mão, um era A morte te dá parabéns e o outro era Todo mundo em pânico.

- Esse, sem comparação. - Aponto pra todo mundo em pânico, ela ri.

- Eu nunca vi esse Mallu. - Ela sempre me chamou assim, eu só não faço ideia do por que.

Eu acabei tendo de ir em uma reunião de última hora, mas logicamente a Emma foi comigo antes do Manjiro chegar, então eu nem vi ele.

O loiro subiu até a parte mais alta do templo e começou a falar sobre a Valhala, não que eu prestasse atenção nas suas palavras, eu só gostava de ver ele.

Ao fim da reunião, todos continuaram com as suas conversas entre si, e eu fui a procura de um lugar para sentar e descansar as pernas de tanto ficar de pé, um garoto, chamado Mitsuya foi a minha salvação, ele disse que eu poderia me sentar na moto dele já que a minha estava longe dalí.

Manjiro chegou perto de mim e me arrastou até outro canto enquanto eu reclamava do meu conforto.

- O que é? - Perguntei descontente.

- Eu... é... - Enrolava.

- Hum?

- Você namora?

- Ué, não.

Ele me olhou por breves minutos.

- Tá. - E se dirigiu de volta ao Draken.

Ué, pensei.

Emma começou a berrar que tinha achado um bom lugar, então eu fui atrás dela e começamos a andar em busca de um assento.

Sem sucesso, ela esqueceu onde era.

Descontentes, começamos a cogitar de ir embora sem o Manjiro, o que não teve nenhum sucesso também já que a chave da casa dela - Lugar onde Eu ia dormir - Estava com o irmão.

- Nossa, o Mikey é muito chato. - Reclama Emma.

Eu dou um grande riso.

- Irmãos é bem isso mesmo.

- Você tem?

- O que?

- Irmãos.

- Sim, dois mais novos.

Começamos a falar sobre família, nos contentamos em sentar no chão e conversar, nosso papo ficou animado em pouco tempo, então, quando Manjiro quis ir embora, nós nos recusamos.

Encontramos com a namorada do Takemichi essa noite, mas não foi nada de mais, só um papo legal e natural com ela.

- Que tal uma festa do pijama na minha casa? - Sugeri pra Emma.

- Adoraria! - A loira se anima - Que dia?

- Semana que vem?

- Sim, vai ser ótimo já que minha vó me da a mesada nesse período! - Combinamos e conversamos bastante, mas, ficou por isso mesmo.

Quando Manjiro começou a reclamar tanto que chegou a ser insuportável, eu e Emma nos rendemos e seguimos com ele até a casa dos dois e dos avós - Que estavam viajando.

Era, a princípio, uma noite das garotas até o Manjiro invadir dizendo que não queria ficar sozinho, já que nenhum dos meninos poderia vir hoje.

Agora, ele estava com uma tiara segurando os cavalos loiros pra trás e com a máscara verde que eu e Emma colocamos nele, as unhas estavam com uma hidratação e os cabelos, molhados e penteados.

Eu estava quase igual, mas a minha máscara era preta igual a de Emma, visto que a nossa era a segunda parte do skin care e a dele ainda era a primeira.

- Me sinto divo. - Manjiro riu.

Eu e Emma o acompanhamos.

- Onde você estuda? - Emma pergunta.

- Em escola particular. - Digo. - EEumudei faz pouco tempo, costumava estudar com a Hina.

Ela franze o cenho.

- Você é rica?

- Bom, meus pais são, e eu sou a herdeira.

- Vamos nos casar?

- Pra você me trair com o Você-sabe-quem? Prefiro morrer solteira.

Demos risos.

- Quem é Você-sabe-quem?

Demos mais risos pela confusão do mais baixo.

Foi uma coisa muito natural e legal, sem pressão ou esforço.

- Aí...🥺 - Manjiro resmungava enquanto eu tirava delicadamente a máscara que arrancava espinhas do seu rosto.

- Desculpa, eu vou tomar mais cuidado.

Ele parou por algum tempo, mas nesse ritmo, não terminaria nunca.

- Manjiro, eu vou tirar, se doer, pode me morder.

Puxei com certa agressividade.

Senti os dentes deles se cravando no meu ombro, ardia, mas estava tudo bem, quando terminei de tirar a máscara ele parou de morder.

- Eu nunca mais faço skin care com esse negócio preto 🥺

- Lava o rosto com sabão agora, só falta a hidratação e já vamos dormir.

Dormimos com as toucas de cetim e os rostos hidratados.

Anjos como vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora