Vinte e dois

0 0 0
                                    

Eu e Yumi caminhamos até a pracinha com animação. De acordo com ela, tinha algo importante pra me contar, ela parecia muito feliz e boba, deve estar apaixonada, tenho certeza.

— Dois milk shake's, um de morango e o outro de maracujá. – Digo ao homem da sorveteria.

Nós fomos pra nossa mesa e eu observei que a Letícia ainda estava ali, ela me olhou feio e ficou me encarando, mas eu a olhei de cima a baixo e depois prestei atenção na minha irmã.

— Que animação é essa?

— Sabe, o Kazutora... Ele... Ele é um cara bem legal, você não acha? – Desenrolou o assunto.

— Acho sim, Yu, ele é um ótimo irmão, eu gosto muito dele.

— Sabe, você ficaria brava se eu dissesse que estou interessada nele?

— Ah, claro que não – Dou de ombros.

— Então me ajuda.

— Não posso, tenho que me concentrar em outras coisas agora, não posso ser cupido. Mas prometo falar com ele.

— Obrigada. – Ela sorriu feliz.

Ficamos conversando de coisas aleatórias por bastante tempo. Ela me abraçou, disse que gostava muito de mim e que iria cuidar de mim muito bem sempre que conseguisse.

Prometeu que iria proteger a mim de todo o mal, mas na verdade sou eu quem devo proteger ela de tudo, eu tenho mais de vinte e ela só tem quinze, não deveria um fardo tão grande assim.

É minha culpa ela estar envolvida com a Tomam. Eu tenho que proteger ela aconteça o que acontecer.

— Eu te amo maninha. – Digo apertando ela. — Mas você precisa de muito mais proteção que eu.

Ri e sai Dalí.

Quando a noite caiu, caminhei até a casa daquele homem que eu andava investigando. Bati na porta e entrei, minha sorte é que ele morava muito longe da cidade em um ligar deserto.

— Oh de casa – Entrei com a faca na mão e uma postura assassina.

Sabia que isso de matar seria bem mais difícil pra o Takemichi que pra mim. Vi o homem vir na minha direção com uma arma e as mãos tremendo.

— Opa, larga isso aí, pode causar um grande estranho – Digo meio acanhada encarando a arma em sua mão.

— Sai daqui menina!

— E ficar sem cumprir meu trabalho? Nem pensar! – Vociferei.

— VAI EMBORA OU EU ATIRO!

— Foi mal, Não posso ir embora.

Ele puxou o gatilho e eu desviei. Logo ele começou a atirar de forma descontrolada e eu me escondi atrás de uma parede, ele me seguiu e começou a atirar até as balas acabarem.

Então foi minha vez, chutei sua mão e a arma voou longe, depois dei um murro no seu rosto e ele caiu, passei a faca na sua garganta e enfim ele começou a sangrar. Ele tentava rapar o corte com as mãos.

— Não torne isso mais difícil pra mim. – Fechei os olhos e cortei de novo.

Senti o sangue em minhas mãos e verifiquei se ele havia falecido, a parte pior só começava agora.

Coloquei o corpo na cama e comecei a limpeza da cena do crime, demoraria doze horas no mínimo pra eu terminar de limpar, e mais umas dez pra destruir o corpo.

Ou seja, eu passaria mais de vinte horas inteiras trabalhando sem descanso ou seria pega. Me vi chorando enquanto fazia o serviço.

— Droga de empatia... – Limpei os olhos.

Quando os momentos torturante de limpeza acabaram, me aproximei do corpo e comecei a picar ele. Depois titurei a carne toda no liquidificador e usei soda nos ossos.

Peguei tudo aquilo que se reduziu a uma sacola com órgãos que eu venderia no mercado negro e outra que estava com o pó e a carne.

Sai da casa com a moto e fui até um local que eu encontrei não tem tanto tempo e então vendi todos os órgãos. Consegui grana pra Caralho, mas pra Caralho mesmo.

Queimei a carne toda e reduzi todo o homem a pó, fui a beira do mar e me livrei dos últimos vestígios dele.

O crime perfeito. Sorri torto. Ninguém jamais descobriria nada. Voltei a casa do homem e joguei fora certas coisas, lavei outras e comprei coisas pra casa pra parecer que nada nunca aconteceu. Joguei toda a roupa que eu usava fora e troquei o liquidificador e a cama.

Queimei tudo que pudesse estar contaminado e fui pra casa, como Yumi não estava, tomei um banho longo e lavei os cabelos e o corpo, me livrei de qualquer impureza e fui pro meu quarto.

Vesti uma bota alta e uma saia curta acompanhada de uma blusa social branca. Arrumei os cabelos e sai de casa toda inocente.

Fui até a casa do Takemichi e tive sorte de encontrar ele sozinho.

— Olha, Take – Eu disse. — Eu vou matar todas as pessoas que o Mão do mandou, mas é o seguinte, crimes perfeitos, ou seja, aqueles que eu realizo, levam muito tempo para serem executados, então você precisa fazer com que não sintam minha falta ou inventar uma desculpa pra não irem atrás de mim e nem me ligarem.

Soltei tudo de uma vez, não estava nem um pouco afim de enrolação.

— Essa parte do Assassinato não é pra contar ao Fuyu, certo?

Ele aceitou os termos completamente e eu voltei pra casa, dormi por bastante tempo e depois já me sentia renovada pra matar uma segunda pessoa.

Fui tomar café e fiquei conversando com Yumi o resto do dia em casa, ficamos atoa e começamos a pensar que deveriam arrumar um lugar menor pra ficar.

Começamos a buscar lugares na internet e achamos uma casa boa que ficava bem perto da do Draken, compramos e avisamos aos nossos pais sobre os gastos que iríamos fazer. Eles pediram que colocássemos a mansão a venda e assim nós não fizemos, decidimos que não queríamos e não fizemos, foi simples.

Uma mulher veio entregar papéis pra mim e Yumi sobre nossos passados e históricos dos orfanatos que vivíamos, então vimos que eu herdei o sobrenome Hanemiya que era o mesmo que meu pai.

Mas o da Yumi estava com o sobrenome Baji.

Ficamos perplexas e depois começamos a juntar com nossos botões, ligamos pro Baji e então pra mãe dele, quando eles chegaram contamos tudo e eles três tiveram seu momento de reunião sozinhos. Eu prefiro ficar de fora já que não era comigo mesmo.

Anjos como vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora