Trinta e um

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Pov: Luna

— Vamos logo! – Reclamo na porta do cinema após Hakkai travar de vergonha.

— Lu-Luna... tem muita gente... – Diz ele vindo 'pra trás de mim.

— Luna? Quem é Luna?!

— Você, amor...

— Se me chamar de Luna de novo eu te quebro na porrada! – Aviso.

— 'T-tá... d-desculpa, minha vida.

— 'Tá melhor agora. – Dou um sorriso.

— A gente não pode fazer um programinha de filmes em casa, não? Não é por causa do dinheiro, é que eu realmente não gosto disso. – Murmurou. Eu suspirei.

— Esse primeiro filme só tem no cinema, podemos ver ele e depois ir pra casa, ok?

— 'T-Tá bom. – Ele sorri, entramos e em seguida todo o filme passou com Hakkai tranquilo.

O filme que estávamos vendo era "A culpa é das estrelas". Ok, eu menti que só tinha no cinema, mas quem liga? Sim; nós choramos na maior parte do filme mas foi tudo muito bom, quando os créditos acabaram e quando nos recompomos, saímos de lá indo 'pra casa.

— Viu? Não foi tão ruim. – Afirmei pra Hakkai que caminhava agarrado a minha mão.

— Vou concordar. – Diz ele sorrindo.

— Vamos 'pra casa. – Vou puxando ele.

Caminhando de mãos dadas, Hakkai toca em uma assunto de certa forma, delicado.

— Luna, como você conheceu a Natty?

— No orfanato.

— Como ela era?

— Bom, ela sempre teve cabelos longos e lisos, foi mais pros doze anos pros quatorze que ela resolveu deixar curto.

— E como ficaram amigas?

— Natty chegou no orfanato depois de sair de uma casa de prostituição, quando ela chegou, tinha cortes nas pernas e nos braços, por isso frequentou e ainda frequenta a psicóloga. Ela costumava desenhar na maior parte do dia e amava exercícios físicos, principalmente futebol. Quando as meninas resolveram fazer uma festa do pijama, excluíram ela por ninguém nunca ter feito amizade com ela. Eu passei a noite com ela e fizemos nossa festinha particular. Por isso, desde aquele dia somos muito amigas.

— Quem diria em... – Ele diz impressionado. — E você tem alguma outra melhor amiga?

— Bom, desde que eu saí do orfanato eu não tive contato com nenhuma das meninas de lá. Mas a Yuzuha é bem importante pra mim. – Sorri. — E você? Tem alguém importante além do Mitsuya?

— Natty e você são bem importantes. – Ele diz e sorri pra mim.

Com um pequeno ato eu o dou um selinho, ele fica vermelho e eu começo a rir. Fomos assim até em casa.

Esses pequenos momentos e pequenas demonstrações só me lembram do por que eu me apaixonei por ele.

— Qual filme vamos ver? – Ele pergunta quando adentra minha casa comigo em seu encalço.

— A gente já terminou os da Barbie, acho que agora podíamos maratonar Miracolous. – Sugeri.

— Certeza? Eu não gosto daquele cara...

— Que cara?

— Aquele que você fala que é seu marido.

— O Adrien? – Ergui a sobrancelha.

— Não. Um bonito.

— O Adrien é bonito.

— Outro lá...

— Como ele é? – Coloco as mãos na cintura.

— Aquele que canta.

— Luka?

— Sim!

Ciúmes de um personagem 3d? ok, ok.

— É por que ele tem cabelo azul que nem você. – Explico dando o unico argumento que tinha.

Ele me encarou e pareceu pensar no que eu disse.

— Tudo bem então. – Ele sorriu e se sentou no sofá colocando o seriado.

Fui pra cozinha e fiz a pipoca, peguei o refrigerante, os doces, e em seguida preparei o brigadeiro.

Após terminar os preparativos nos sentamos no sofá. Encostei minha cabeça no seu ombro, em seguida, colocando a pipoca nna sua perna.

Se passaram alguns episódios até que ouço um barulho do portão. Segundos depois, meu pai e minha mãe entram na sala com algumas compras e caixas de cerveja.

— Oi, Luna. Boa tarde genro. – Minha mãe diz entrando na sala.

— Boa tarde, sogra, como vai? – Ele responde prestando atenção nela.

— Oi, mãe. – Digo com o olhar vidrado na TV.

— Vou bem, querido. Vai ficar pro jantar?

— Ele vai sim. – Digo por ele.

— Vou?

— Sim, vai.

— Vou sim, sogra. – Minha mãe da uma leve risada da nossa interação.

— Que bom. O que vão querer comer hoje? – Meu pai adentra. Em casa, ele era quem cozinhava na maioria das vezes.

— Onigri? – Sugeri.

— Escolhe uma comida Brasileira.

— Feijoada?! – Tirei meus olhos da TV e olhei pro meu pai com olhos pidões.

— Claro que sim, princesa. – Ele vai pra cozinha sendo acompanhado pela minha mãe.

Hakkai agora tomava banho enquanto eu separava roupas pra ele. Peguei uma blusa preta e um short preto. Arrumei a minha cama - Onde costumamos dormir - E separei meu pijama.

Fui pro banho assim que Hakkai saiu. Não vou negar, eu fiquei alguns segundos encarando o belo físico que ele tem.

Tomei meu banho me deparando com Hakkai já dormindo, apaguei a luz, em seguida, fui pra sacada, me sentei na cadeira sentindo minha pele arrepiar ao entrar em contato com o vento gélido.

Encarando a Lua, começo a refletir o quanto minha vida mudou. Eu apenas conversei com um garoto, e bom! Agora eu namoro a pessoa mais fofa e incrível desse mundo.

Sinceramente, acho que ninguém saberia descrever como eu me sinto, sortuda, valorizada, amada e acima de tudo, feliz.

Eu encontrei a tal pessoa que você costumava falar (nome da cuidadora). A pessoa que você disse que viraria meu mundo de cabeça pra baixo. É ele. Apenas ele.

Amanhã é aniversário do dia que eu saí. Se completam 7 anos. Comparado ao dia que eu sai, eu mudei bastante, não que isso seja ruim.

Refleti por algum tempo e percebi que, apesar de amiga de infância, Natty não é mais minha melhor amiga, estamos juntas a anos, desde aquele acontecimento passado, e, mesmo assim estamos juntas.

Agradeço por depois que eu falei com ela, ela ter conseguido se relacionar com o resto do pessoal. E Izana? Como será que está? Se é que continua vivo... lembro que Natty - Em uma das visitas que fez na minha casa - Se acabou de chorar com a notícia que ele morreu.

Aconteceram muitas coisas de fato antes de mim estar aqui.

— Amor? O que faz aí?

— Estava olhando a Lua. – Eu digo e me levanto. Abraço o garoto que usava só o short. Senti a pele quente dele, contra a minha que parecia gelo. — Vamos dormir.

Arrastei ele até a cama e fechei a janela, coloquei as cortinas e me deitei junto dele.

Dormi tranquilamente...

Anjos como vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora