Dezessete

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Tragando e bebendo, dividindo meus lábios entre o copo e o Beck eu acabei com a primeira garrafa e o primeiro da noite.

Pensando em tudo o que eu poderia ter feito e em como o que eu estava fazendo me prejudicava eu tomei mais outra garrafa.

Terminei de fumar aquele maço enquanto bebia, aliás, o cigarro amenizava o efeito da maconha.

Horas se passavam, eu nem me importava quantas, escutei um barulho se aproximando, sem paciência alguma e já com o pulmão doendo, eu ignorei e comecei a bolar outro beck.

Tá no inferno? Senta no colo do capeta, minha "mãe" costumava dizer.

Sorri quando senti alguém me encostar no ombro.

— Que é? – Perguntei.

— Quem é você? E por que está aqui com isso em plena madrugada, sozinha?

— Por que eu quero e mando em mim, ue. – Respondi sem me importar muito, acendi a maconha e comecei a fumar novamente.

— Qual seu nome? – A pessoa veio pra minha frente, mesmo sendo um lugar abandonado lá havia luz. Ele olhou em meu rosto.

— Te interessa? – Tomei outra dose.

— Interessa sim. – Ele se sentou na minha frente. — Qual seu nome?

— Nathally Lewis. E o seu?

— Prazer, me chamo Yamizu Yujji.

— Bom, o prazer é todo meu. – Eu fumei maconha novamente, dessa vez tossi um pouco. Ele me encarava. — Que foi? Quer um pouco?!

— Que?! – Ele se assustou. — N-não, claro que não.

— Ue, eu não fiz isso pra te ofender não 'tá? Você ficou encarando, pensei que quisesse. – Puxei novamente.

As coisas estavam acabando. Ainda tinha muita maconha, já me sentia tonta e sem ar, sabia que estava extremamente alcoolizada, mas ainda conseguia lutar.

— Isso é estranho. Está pensando "Por que caralhos tem uma drogada aqui?" Ou 'tá apreciando a vista?

— Tô tentando entender como você é bonita mesmo com olheiras, os olhos vermelhos e inchados, cabelo bagunçado, rosto amassado, voz mole, cara de sonsa e postura de louca. - Admitiu, eu ja sabia a minha situação, mas não me importava, nem um pouco.

— Eu continuo sem entender qual das opções é a que escolheu.

Meu cabelo estava do mesmo tamanho que antes, eu mantive o corte, só que o deixei preto como sempre foi.

— Tem certeza que não quer? – Perguntei novamente pro garoto que ainda me encarava. Já fazia muito tempo que ele estava me olhando e a maconha estava quase acabando pelo meu nervosismo.

— Tenho sim, certeza absoluta.

— Olha só, eu posso estar drogada, bêbada, e ter fumado pra caralho, mas eu ainda sei lutar, e eu faço parte de uma gangue, ou seja, se está esperando eu perder a noção pra me estrupar, esqueça essa ideia, por que eu vou te quebrar antes de perder a noção, E caso faça algo abrupto eu vou pedir pro meu loirinho vir te bater. – Afirmei explicando só pra ficar bem claro pra ele.

— Calma! – Debochou. — Eu só 'tô esperando a princesa terminar de se matar.

—  E quem disse que eu morro só com isso? – Debochei, estava acostumada com isso.

— Não morre?! – Ele se surpreendeu. — Vou esperar vc terminar isso pra te ajudar.

— Eu pedi ajuda? Ou eu aceitei ajuda? Nao me lembro de ter feito nenhum dos dois, então não perca seu tempo.

Anjos como vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora