Vinte

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— Que tal algo em família antes da nossa partida? Como o vôo atrasou um dia, ainda temos – Meu pai verifica o relógio. —... duas horas antes da hora.

— Família neh... – Murmurei.

— O que foi aquele sumiço depois que discutimos? – Meu pai questionou.

— Olha, não tô afim de falar disso. – Dei de ombros.

— Deve ter ido usar droga.

— O Nathaniel e Nayara vão com vocês? – Olhei pro chão com pesar na voz.

— Vão sim. – Minha mãe respondeu.

Suspirei.

— Então eu vou com eles até a casa do Takashi antes da viagem – Comecei a caminhar ate o quarto dos dois ignorando os gritos e protestos atras de mim.

— Vocês deviam saber que ela é assim. – Ouvi Yumi dizer.

— Ei, querem ir ver a Mana e a Luna? – Perguntei aos dois que estavam no chão  com os brinquedos bagunçados.

— Quero! – Gritaram juntos.

Caminhamos calmamente até a casa do Takashi enquanto cantávamos nossa musiquinha.

— Não tenho medo, se um fantasma aparecer, é só chamar a nossa irmã mais velha que ela vai deter ele! Não tenho medo se alguém quiser me bater, é só chamar a nossa irmã mais velha que ela vai me defender!

Quando chegamos, os quatro foram pro quarto brincar e eu e Takashi ficamos na sala, ele foi pegar algo e logo se sentou do meu lado calmo.

— O que foi? – Ele me perguntou.

— Eu não sabia quem eu deveria procurar, então eu pensei em você.

— O que aconteceu?

— Vão levar eles. Meus pais vão me tirar meus irmãos – Senti meus olhos encherem de lágrimas. — Vão tirar eles de mim...

Como se não soubesse como reagir, Mitsuya se levantou e abaixou na minha frente, me abraçou forte e suspirou.

— Eu sinto muito, mas não posso fazer nada. – Disse com a voz ressentida.

Me permiti chorar no ombro dele enquanto apertava ele com força.

— Eles me odeiam, Kashi. Me odeiam... – Chorei.

— Calma, não precisa falar nada... – Ele fez carinho no meu cabelo e deu um beijo ali.

— Eu só queria um pouco, só mais um pouco de tempo com eles. – Digo.

— Quanto tempo você tem? – Ele se afastou um pouco.

Vi seus olhos cheios de culpa, ele não poderia me ajudar de forma alguma e estava se culpando por isso. Me senti pior que antes e respondi:

— Duas horas até ter de levar eles de volta – Soco minha perna irritada.

— Ei – Ele segurou minha mão. — Não é culpa sua. – Beijou meus dedos um por um.

— Poxa, Kashi, eles podiam ao menos deixá-los aqui. E como vai ser pra eles? Meus pais mal ficam em casa, vão ter que viver com babás!

— Calma, Natty – Ele respira fundo e olha pra baixo.

Takashi me consolo até que eu ficasse calma, me buscou água e eu dormi por volta de trinta minutos antes de ele me acordar falando que tinha de ir pra casa.

Ele também me acompanhou até em casa com a meninas e foi até o aeroporto.

— Tchau, amores – Eu abracei os dois pequenos já chorando.

— E-eu não quelo ir sem a Natty – Nayara chorou.

— EU QUERO FICAR COM A NATTY! – Nathaniel berrou em plenos pulmões.

Meus pais ficaram tão constrangidos que começaram a arrastar eles juntos.

— NATTY! – Berraram como se tivessem batendo.

Um guarda se aproximou e mandou largarem as crianças. Os dois vieram correndo até mim e me abraçaram enquanto Yumi tentava resolver o assunto.

No fim, levaram meus pequenos sem eu poder contestar, Mas prometeram que eles iriam voltar no ano que vem e que ficariam com a gente.

Mana e Luna estavam num canto mais afastado com o irmão. Depois eu paguei um táxi e fomos pra minha casa. Takashi dormiu lá e as meninas também já que eu precisava mais que tudo do seu consolo.

Acordei de manhã e vi o telefone, Manjiro tinha me ligado uma vez a dois minutos, retornei a ligação e ele atendeu rápido.

— Oi, precisava de mim?

— Oi, eu queria saber se já estava acordada.

— Acordei agora – Sou um riso.

— Eu queria te chamar pra sair um dia desses.

— Claro, que dia?

— Bom, eu vou te avisar no dia.

— Manjiro, Não é assim!

Tentei complementar mas ele desligou o telefone, fiquei irritada e depois ri de mim mesma. Fui até a cozinha e vi Mitsuya fazendo o Café junto com a Yumi.

— Hum, hoje tem comida boa – Eu disse sorrindo largo e me sentando com as meninas.

— Com certeza – Yumi riu.

Depois de comer, fomos até um parquinho e

Anjos como vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora