10 |cadê aquela coisa que você chama de irmã?

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Thaís

Finalmente a minha sexta feira chegou!

Uma semana de trabalho, até então tudo andando, já consegui ter pelo menos uma conversa com todos os jogadores do plantel do Borússia, o que é bom.

Hoje eu já terminei tudo que tinha por aqui, agora eu quero chegar em casa, tomar um banho, uma cervejinha, porque eu mereço e dormir. Pois é, tomar uma cervejinha pra depois dormir! É assim que é a vida.

Tava saindo do CT quando ouvi alguém me chamar.

— aí, doutora? — nem preciso olhar pra saber que é o Halaand.

— o que é, Halaand?

— hiii...fica calma dotorzinha — parou do meu lado e passou sei braço pelo meu ombro. Vê se pode!

Em nossa frente, tava o Jude e o Sancho.

— o que você quer jogador? — perguntei sem dar muita importância.

— ta sabendo que vai ter jogo dos brabo aqui, hoje ne? — perguntou.

— sei, e o que eu tenho haver com isso?

— sei lá, você podia ir assistir nosso jogo e depois vamo pro after party que vai ter lá no apê do Jude — olhei pro Jude.

— Ahh, então as festas depois dos jogos são no seu apê, Jude? — Cruzei os braços e levantei uma sombra.

Deu de ombros — fazer o que se eles gostam mais do meu? — cruzou os braços também!

— nossa, muito bom mesmo — desta vez foi Sancho que se pronunciou — o som de lá é incrível.

— você jura, Sancho? — ele assentiu.

— mas os vizinhos devem sofrer com isso, você não acha? — olhei pro Jude que deu uma risada, muito gostosa.

— você acha?

— acho, vocês deviam pensar nisso também.

— virou defensora dos vizinhos dos festeiros, Thaís? — perguntou me olhando.

— sabe que sim? É que eu falo por experiência própria, sabe? — o encarei e ele sustentou seu olhar, que não me passava nada mais que cafajestajem, se é que isso existe. Ele me deixava muito desconfortável me olhando, era como se soubesse que consegue me deixar com os pelos eriçados.

Halaand parece ter percebido que o clima mudou e deu uma falsa tosse.

— então, você vem? — Sancho perguntou.

— não sei, vou pensar no seu caso — falei e sai andando.

(...)

Tava entrando no meu prédio e vi a Haonna.

— oi — ela me cumprimentou.

Desde o "incidente" que a gente tem se falado muito, o mais perto que eu tenho de uma amiga. Incluindo o facto dela e o meu irmão estarem....digamos que próximos.

— e aí? — dei um toque nela — ta vindo de onde?

— faculdade, tinha umas coisinhas sobre minha monografia que eu precisava resolver.

Ela tava se formando em Medicina e já ta na recta final.

Entramos juntas no elevador e ela discou o numero, já fui me preparando psicologicamente.

— vamos — falou assim que o elevador parou no seu andar.

— mas meu apê é no decimo quarto — falei rindo.

Dei por mim e meu braço já tava sendo puxado por ela.

— não quero ficar sozinha — ela abriu sua porta e nós entramos juntas. — qual é? Hoje é sexta.

— e??

— e?? Eu queria ta numa festa, me acabando de beber, dançando e sei lá, estar com pessoas sacou?? — me sentei no seu sofá enquanto ela tirava sua roupa. Aqui mesmo. No meio da sala.

— me convidaram pra uma.

— ONDE? — ela gritou só de sutiã e calcinha, que cena engraçada!

— no apê da sua "boa pessoa" — fiz aspas com as mãos — Jude, mas eu não confirmei nada.

— confirma então, eu posso ir com você? — sentou do meu lado.

— se você quiser pode ir... — ela saltou e deu palminhas.

— o que eu vou vestir? Ai... — deu voltas pela sala e eu RI.

— você nem deixou eu terminar — levantei também — você pode ir, mas eu não vou.

— QUÊ? COMO assim você não vai?

— simples assim, eu não vou — fui em direção à porta — vista algo lindo e confortável, boa festa pra você.

Abri a porta pra sair mas antes eu ouvi de lá dentro.

— VOCÊ VAI... nem que eu tenha que te levar pelos cabelos.

Fechei a porta e fui dando gargalhadas até chegar ao elevador e depois ir para o meu apartamento.

(...)

Sentada no sofá, ouço a campainha tocar.

— LEWIS — chamo pelo meu irmão que esta no quarto.

A campainha não para de tocar.

— mano, a porta...

— como você é folgada menina — meu irmão me deu  um tapinha na minha cabeça e eu ri ainda concentrada no meu celular.

Lewis abriu a porta e eu só ouvi em um tom ameaçador...:

— cadê aquela coisa que você chama de irmã?

Continua...

Vizinhos de TrabalhoOnde histórias criam vida. Descubra agora